sexta-feira, 22 de junho de 2012

ALBERGARIA DOS DOZE

REGIÃO                  CENTRO
SUB REGIÃO            PINHAL INTERIOR
DISTRITO                LEIRIA
CIDADE                   POMBAL
FREGUESIA             ALBERGARIA DOS DOZE



Brasão

Escudo de verde, locomotiva de prata, realçada de vermelho, entre uma asna diminuta de verguetas, de ouro e uma bilha de ouro, as três figuras dispostas em pala. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: " Albergaria dos Doze"
Bandeira:
Branca. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo:
Nos termos da Lei, com a legenda: " Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze- Pombal"
SIMBOLOGIA
Cor Verde




Representa a cor de pinhal que envolve a localidade.
O verde representa também a esperança num futuro cada vez melhor.


Asna-




representa o albergue que evoca a origem do nome da Freguesia e a hospitalidade e acolhimento que os habitantes desta terra sempre têm demonstrado ao longo dos tempos.


Locomotiva-






Simboliza o grande desenvolvimento que trouxe a toda a região a construção da Linha do Norte.


Bilha-




Relembra a fama que a água de Albergaria adquiriu outrora pela sua qualidade, o que levou à sua comercialização na estação da CP. o recipiente utilizado era uma bilha de barro. As vendedeiras aguardavam as paragens dos comboios e gritavam bem alto o pregão: " Comprem bilhas com água!!




História


 A povoação cresceu num vale que é rasgado pelo rio Arunca e é atravessada pela via de caminho de ferro, Linha do Norte. A povoação é abraçada por um manto de pinheiros que originou, desde muito cedo, indústrias resinosas e as de madeiras. 
A maior altitude da principal via férrea portuguesa é atingida quando esta atravessa o túnel de 659 metros de comprido, concluído em 1863, sob uma colina por detrás do campo de futebol do Vale das Éguas, 
com marco geodésico de 314 m de altitude, no qual também se faz a delimitação do concelho de Pombal com o de Ourém, a nascente e a Sul e com o de Leiria , do lado poente.
Albergaria dos Doze foi outrora localidade de passagem e estalagem de viajantes que em busca de repouso aqui procuravam a albergaria ou albergue. A albergaria foi fundada por D.Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, isto pelos anos de 1170. 
É provável que a sua localização tenha sido junto de onde muito mais tarde, em 1566 se veio a dar início à construção de uma capela em evocação de Nossa Sra da Consolação, sendo aí celebrada a 1ª missa em 1572, hoje Centro Cultural Padre Peronilho.
O determinativo "dos Doze", aplicado tanto à Freguesia como à povoação, como mesmo ao lugar, poderá ter resultado da Feira Mensal que aqui se realiza a dia 12 de cada mês.
Resta contudo a dúvida quanto a saber se a feira é anterior ao nome da terra ou se esta antecedeu a feira somente com o nome de Albergaria, hipótese que considero a mais provável.


Outra explicação, esta de tradição oral, assenta na lenda de 12 cavaleiros da Távola Redonda, ou ainda, no facto da Rainha Santa Isabel aqui ter pernoitado no albergue, a caminho de Pombal, a fim de evitar a luta entre D.Dinis e seu filho D. Afonso IV, sendo então acompanhada de 12 escudeiros.Facto histórico é pelo menos a reconciliação de D.Dinis, com o seu filho que foi feita na então vila de Pombal,isto no ano de 1323



Apesar de muito antiga, a povoação de Albergaria dos Doze só em 1923 viria a ser freguesia. Fazia parte até então da freguesia de S. Simão de Litém. Para efectuar qualquer registo, para se recensear, para pedir qualquer atestado, havia que ir a S. Simão e os caminhos eram maus e inseguros. A memória do povo fala de um Padre de nome António Pereira Gonçalves que pregava em Albergaria há mais de 50 anos, ainda que dependente da paróquia de S. Simão, e a quem se deverá muito do empenho na construção de uma consciência colectiva albergariense que se afirmava desejosa de autonomia. Veio a falecer em 1918. 
Em 1912, para o substituir, veio para Albergaria, na qualidade de capelão, embora já aposentado da Freguesia de Poiares, o Padre Manuel dos Santos Petronilho. A experiência trazida de outras paróquias veio a ser decisiva no arranque para a constituição de uma nova freguesia religiosa - Albergaria dos Doze. O Padre Petronilho, conjuntamente com outras pessoas interessadas, enviaram várias cartas ao Vigário Geral no intuito de conseguirem a instituição duma paróquia eclesiástica, com sede na capela de Albergaria dos Doze, hoje Centro Cultural Padre Petronilho. D. José Alves Correia, depois de repetidas insistências do povo de Albergaria, admitiu criar a paróquia depois de ser criada a freguesia civil. Havia agora que cumprir a Lei nº 621 de 23 de Junho de 1916.
É de salientar que já em 1910, numa conjuntura de mudança da Monarquia para a Républica e com a correspondente instabilidade do Estado, os Albergarienses tinham tomado conta da Junta de Freguesia de S. Simão de Litém, tendo então mudado a sua sede para Albergaria dos Doze. 0 processo pró-freguesia levantou pois diversas quezílias com o povo da freguesia mãe, S. Simão de Litém, problemática de que muito bem dá conta a Breve Narração Histórica de Albergaria dos Doze, escrita em 1936, por alguém que assina por J. Albergaria e que se pensa seja justamente o padre Petronilho. Para maiores detalhes sobre esta questão, recomenda-se a sua leitura.
O processo pró-freguesia esteve algum tempo parado nas cortes mas, em Dezembro de 1922, entrou em discussão. Os diferendos com S. Simão viriam a terminar com a criação da Freguesia de Albergaria dos Doze, exactamente com a publicação do Decreto-Lei 1413 de 19 de Março de 1923, no então Diário do Governo, I série, nº 73 de 10 de Abril desse mesmo ano. Houve grande comemoração com música e foguetes

 Lutou-se depois pela freguesia religiosa, aquela que aparentemente se desejara ainda mais de início. O então Bispo de Leiria, 0 Reverendíssimo Sr. D. José Alves Correia da Silva cumpriu a promessa que havia feito e, a 15 de Maio de 1923, cerca de um mês após a criação da Freguesia Civil, criou também a paróquia de Albergaria dos Doze, tendo por Orago Nossa Senhora da Apresentação, coincidente geograficamente com a freguesia civil e constituída pelos mesmos lugares.



PATRIMONIO
Estação Ferroviária

Aqui existia um depósito com 200.000 litros de água destinado ao abastecimento das máquinas a vapor e que foi destruído em 1987. Quando os comboios eram puxados por máquinas a vapor, não havia nenhum que não parasse na estação para se reabastecer.
Tal como se "saciava" a sede ao comboio, fazia-se o mesmo aos passageiros que compravam pela quantia de 2$50 urna bilha de água, vendida em bilhas de barro.
Com a electrificação da via desapareceu essa paragem obrigatória e consequentemente o comércio das bilhas com àgua, que tinham marca: “Água de Albergaria”.
É a 21ª Estação da Linha do Norte.
in "Albergaria dos Doze - As Partes e o Todo " Prof. Dr. Ricardo Vieira
Igreja Velha
Edificação resultante da ampliação de uma capela construída em 1956 com empena de bico e torre alta que formam a fachada
Edificação resultante da ampliação de uma capela construída em 1956 com empena de bico e torre alta que formam a fachada.
1566 – INICIO DA CONSTRUÇÃO DA CAPELA DA INVOCAÇÃO DE NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO.
1573 – CELEBRAÇÃO DA 1ª MISSA AUTORIZADA PELO BISPO D. GASPAR DO CASAL.
1923 – IGREJA MATRIZ DA NOVA PAROQUIA DE ALBERGARIA DOS DOZE TENDO COMO ORAGO Nª SRª DA APRESENTAÇÃO E PRIMEIRO PÁROCO PADRE MANUEL DOS SANTOS PETRONILHO.
1939 - AMPLIAÇÃO DA IGREJA E CONSTRUÇÃO DA NOVA TORRE SENDO PÁROCO O PADRE MANUEL DE OLIVEIRA.
1964 – INAUGURAÇÃO DA IGREJA NOVA – SENDO PÁROCO O PADRE MANUEL FERREIRA.
1965 – REALIZAÇÃO DO PRIMEIRO TEATRO NA IGREJA VELHA.
1993 – INICIO DO RESTAURO E REFORMA DA IGREJA VELHA PARA CENTRO CULTURAL SENDO PÁROCO O PADRE ANTÓNIO DA PIEDADE BENTO.
1995 – 18 JUNHO, INAUGURAÇÃO SOLENE DO CENTRO CULTURAL POR SUA EXA. ENG. FRANCISCO MANUEL SANTOS COUTINHO, GOVERNADOR CIVIL DO DISTRITO DE LEIRIA E REVERENDO CÓNEGO AURÉLIO GALAMBA OLIVEIRA EM REPRESENTAÇÃO DE SUA EXA. REV. D. SERAFIM DE SOUSA F. E SILVA, BISPO DE LEIRIA – FÁTIMA NA PRESENÇA DOS ILUSTRES SENHORES: ENG. NARCISO MOTA, PRESIDENTE DA C.M.P., PADRE MANUEL MARQUES, PÁROCO DA FREGUESIA DE ALBERGARIA DOS DOZE, PADRE ANTÓNIO BENTO, PRIMEIRO PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RESTAURO, PADRE A MANUEL FERREIRA, PRIMEIRO PADRE A USAR A IGREJA VELHA COMO CENTRO CULTURAL, SR. HERMÍNIO GUAPO ALFAIATE, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE ALBERGARIA DOS DOZE, COMISSÃO DE RESTAURO DA IGREJA VELHA, CONSELHO ECONÓMICO DA FABRICA DA IGREJA PAROQUIAL E MUITO POVO.

Túnel Ferroviário
O monte coberto de pinheiros que faz a delimitação do Concelho de Pombal e de Ourém e atravessado por um Túnel de 659 metros, terminado em 1863. A construção desse túnel foi de extrema dificuldade, pois houve que rompê-lo numa areia argilosa e aquífera, tendo sido necessário fazer um revestimento de alvenaria que chegou a atingir, em alguns pontos, 2 metros de espessura. Situa-se a 300 metros antes da estação de Albergaria. Ao transpor o túnel, o caminho-de-ferro atinge a altitude de 263 metros, a máxima entre Lisboa e Porto.
in "Albergaria dos Doze -As Partes e o Todo" Prof. Dr. Ricardo Vieira




HIDROLOGIA
 O rio Arunca que nasce na freguesia de Albergaria dos Doze junto ao túnel do caminho de ferro, passando pelas freguesias de Santiago de Litém, S. Simão de Litém, Vermoil, Pombal e Almagreira no concelho de Pombal, prossegue a sua caminhada para o mar passando pelo concelho de Soure indo
desaguar no Mondego, junto a Alfarelos.
Na freguesia de Vermoil existe ainda um afluente deste, o rio Cabrunca ou Ribeira da Venda Nova, que nascendo em Lagares já no concelho de Leiria, percorre as ribeiras da Igreja Velha, Meirinhas e Venda Nova, indo juntar-se ao rio Arunca no sítio chamado Juntar dos Rios, na zona da Chieira.
Formam estes dois rios no concelho de Pombal uma bacia hidrográfica com solos de primeira qualidade para a agricultura. No entanto, é uma zona de pequena propriedade em que os solos estão muito divididos, dificultando a sua maquinização com proveito para os proprietários pelo que estes
estão abandonando os campos, encontrando-se cerca de dois terços dos terrenos a criar matos e silvas.
Outrora, havia uma rede hidráulica com açudes nos dois rios que alimentavam os vários moinhos (azenhas) de moer cereais e lagares de azeite existentes na região e ainda regava grande parte dos terrenos.
Actualmente, alguns pequenos agricultores ainda resistem com as culturas antigas, mas a luta vai ser perdida. Há ainda alguns jovens agricultores que alugando terras aqui ou acolá vão singrando com a mecanização dos terrenos e outros com a introdução de novas formas de cultivo, como são as estufas
de produtos hortícolas. 

Todas estas terras eram regadas de pé, numa grande parte da sua extensão, sendo a restante regada a cabaço ou a balanço, pois havia água pelas valas que compunham a rede hidráulica que chegava a alimentar lagares junto a Pombal.
Os açudes que existiam na freguesia de Vermoil eram o açude da Quinta de S. Lourenço, o açude da Calçada, o açude do Lourenço e o açude das Ínsuas junto ao lugar de Moinho da Mata no rio Arunca.
O açude da Mata do Casal Galego que regava as terras dos Gameiros e Pedrosas na zona do Sanguinhal, o açude da Fontaínha que regava as terras da família Lopes e dos Silvas no sítio da Fontaínha, o açude do Criveiro que alimentava o lugar do Caranguejo, Lagar do Brando, indo até ao lagar do Monteiro já na freguesia de Pombal, havendo ainda o açude da Pateira, estes na Ribeira da Venda Nova.
Todos estes açudes deixaram de existir excepto o açude da Quinta de S. Lourenço, recentemente reconstruído e renovada a respectiva rede de rega por uma comissão de regantes com apoio da Câmara, Hidráulica e outras entidades. Como já se disse parte destes terrenos estão incultos. Uma zona
de grandes milharais de regadio está em sequeiro, mas no rio passam muitos milhões de metros cúbicos de água durante o ano que outrora alimentavam vários moinhos (azenhas) e lagares de azeite e ainda regavam grande parte destes terrenos.
Só na freguesia de Vermoil funcionavam o moinho da família Borges e família dos Antonões na Quinta dos Claros; o moinho dos Piscos na zona de Entre Vinhas, o moinho da família Fonseca e o da família Morais junto ao açude da Calçada; o moinho da família Avelinos e lagar de azeite da Barreira, o lagar dos Mendes da Confraria e moinho do Serafim do Pinhete ainda junto ao lugar do Moinho da Mata; o moinho dos Sousas e o moinho do Branco do Pisão junto à Ínsua do Juntar dos Rios no sítio da Chieira.
O moinho da família Lourenço e o lagar das Valadas estão situados na zona do Pisão. Há ainda o lagar de azeite e a moagem do senhor Manuel da Silva Branco no lugar de Pinhete, junto à Estação de Vermoil, actualmente na posse da família Carvalho, estes na freguesia de Santiago de Litém. A moagem actualmente na posse da família Carvalho é a única a funcionar nesta região.
Na várzea da Ribeira da Venda Nova existem ainda o lagar das Meirinhas de Baixo, transformado em museu etnográfico, o lagar do Caranguejo e do Branco junto ao lugar da Venda Nova.
Todas estas relíquias do passado à excepção do moinho da família do senhor Manuel Francisco Barreira no lugar do Moinho da Mata que foi recentemente remodelado, do lagar das Meirinhas de Baixo que foi recentemente transformado em Museu Etnográfico e da moagem do senhor Carvalho no
lugar de Pinhete que continua a funcionar, estão em ruínas e alguns já desapareceram.
Havia também os moinhos de vento dos quais ainda existem restos de alguns como o moinho de Trás do Monte na Chã de Baixo (na foto), o moinho de vento no lugar do Abrolho e o moinho de vento no Outeiro da Ranha, no lugar do Sobral, este já desaparecido.
Numa época em que tanto se fala em conservar o património cultural é com tristeza que se vêem desaparecer tantos restos de cultura dum povo que trabalhando arduamente as suas courelas, tinha ainda localmente os meios para a transformação dos produtos do seu trabalho para a sua própria alimentação.




COLETIVIDADES






Agrupamento 922 do Corpo Nacional de Escutas


Associação Centro Social de S. Pedro IPSS
Associação de melhoramentos Cultura e Recreio da Cartaria
Associação de Melhoramentos da Vidoeira
Associação Grupo Etnográfico Canto da Terra
Associação Recreativa e Cultural da Venda de S.José
Associação Recreativa, Cultural e Desportiva de Albergaria - (A.R.C.U.D.A
Núcleo de Aventura e Desporto de Albergaria dos Doze - (N.A:D.A)



Gastronomia

Presunto (Albergaria dos Doze)
Tipo: Aperitivos
Ingredientes:

1 perna de porco
alho q.b.
colorau q.b.
sal q.b.
vinho q.b.

Modo de Preparação
1.   Primeiro esfrega-se muito bem a perna de porco com sal; envolvendo-a posteriormente com mais sal, durante um período de 40 a 45 dias.
2.   Após a cura a perna é lavada.
3.   Deixe secar um pouco e depois barre a perna com uma massa composta de alho, colorau e vinho.
4.   Ponha no fumeiro aproximadamente 30 dias.
Sirva cortado em fatias finas.

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