O MISSAL DO POENTE
Morre o Sol, morre o Sol. Que agonizar violento!
O Céu tinto de sangue, assim como um sudário:
Todas as plantas estremecem como ao vento,
Faz um silêncio perturbante, extraordinário!
O roxo Céu e a gangrena do Sol poente:
Breve a Noite armará sua câmara-ardente,
Ficarão de vigília Astros, constelações!
Há um Tísica em delírio, numa alcova:
Vê tudo em sangue como o Céu, gangrena, a cova,
O negro do caixão, os padres a rezar...
E enquanto morrem, ela e o Sol, dando-se as mãos,
No Céu, como em altar de templo de cristãos,
Ascende o Santo-Sacramento do Luar!
Alberto de Oliveira
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