domingo, 3 de julho de 2011

FREGUESIA DE TANCOS

rEGIÃO               CENTRO
SUB  REGIÃO      MEDIO TEJO
DISTRITO         SANTAREM

CIDADE           VILA NOVA DA BARQUINHA
FREGUESIA  Tancos
Origem

Existem duas versões sobre a origem de Tancos
A primeira, diz que Tancos foi fundado por cavaleiros Franceses que vieram ajudar D.Afonso Henriques na conquista de Lisboa em1147.


O Rei doou então várias terras aos militares estrangeiros (Cruzados) com o objectivo de serem povoadas. Entre estas terras estava Tancos, pelo que os seus povos lhe deram o nome de Francos, que corrompendo-se deu Tancos.
A segunda versão, e que parece ter maior consistência, é que Tancos foi fundado pelos Tancos ou Tabucos, povos que habitavam Abrantes.



Os Tancos eram antigos Lusitanos (Celtas) que se fundiram com os povos vindos d'além Pirinéus.
A ser verdadeira esta versão, conforme parece, a Vila de Tancos foi fundada 400 ou 500 anos antes da era Crista, pois se D. Afonso Henriques tivesse doado esta terra aos cavaleiros franceses não lha teria tirado 22' anos depois (1147/1169), para a dar aos Templários.
Doou-lhes também os Castelos de Cardiga, Tomar e Zêzere



O Castelo de Almourol, nesta altura, era apenas ruínas.
Este antiquíssimo burgo de Tancos foi elevado a Vila por D. Manuel I em 1517, separando-a da jurisdição da Vila de Atalaia, concedendo-lhe foral e dotando-a de 2 Cais fluviais, um superior e outro inferior.

Quem passasse ao nível do cais superior não avistava sequer a ponta dos mastros dos barcos atracados, tal era baixo o leito do Tejo na época.



Esta obra foi construída devido à situação de franca prosperidade do tráfico fluvial de mercadorias que então vinham do Alentejo, Estremadura e da Beira com destino a Lisboa.
Foram quase 2 séculos de verdadeiro apogeu, entrando depois em progressiva decadência como resultado do lançamento de impostos de 50 e 30 rs. em cada pipa e cada carga que se embarcava neste porto, importâncias estas destinadas, por Provisão Régia, à Misericórdia local.
O tráfego começou então a ser feito por Barquinha, que rapidamente suplantou Tancos.

Em 1712 a Vila de Tancos possuía Misericórdia, Hospital e as ermidas de S.João, Nossa Sr.ª da Piedade e do Espírito Santo e a Igreja Matriz de N.S. da Conceição.
No local de Arripiado, naquele tempo pertencente à Vila de Tancos, havia a ermida de S. Marcos, considerada Monumento Nacional, que desapareceu por completo, devido à incúria e à acção devastadora das cheias do Tejo.


Existia também, nesse tempo, 8 pessoas de justiça, daqui se podendo concluir que havia forca e as pessoas teriam que, ser julgadas. A Vila possuía 7 bancos de ferrador, estalagens, etc.
Em 1768 Tancos possuía 280 fogos e 1000 habitantes.
Os Condes de Atalaia, mais tarde, Marqueses de Tancos foram senhores donatários da Vila de. Tancos.
O 1.° Marquês de Tancos foi D. João Manuel de Noronha, 6.° Conde de Atalaia, nomeado por D. José I em 22-10-1851.
 
De tão rico passado Tancos revê-se nostalgicamente no soberbo Castelo de Almourol, testemunho vivo duma história que a todos dá orgulho.
Com tão rico historial, quem diria, Tancos é ainda, nos nossos dias, a decadência. É a mais pobre e pequena freguesia do Concelho da Barquinha. Apesar de tudo os seus cerca de 400 habitantes mantêm 4 colectividades, activas:



  A União Desportiva de Tancos, o Rancho Folclórico "Os Pescadores de Tancos", O Clube de Pesca Desportiva de Tancos “CluPeDesTa” e o Grupo Coral de Tancos

Com o Castelo de Almourol como pano de fundo e o Rio Tejo a seus pés, reúne condições excelentes para a prática de desportos náuticos, que é também uma evocação das fundas raízes históricas que ligam Tancos ao Tejo

Passeio Fluvial



Na aldeia de Tancos existem vários barcos que permitem fazer pequenos passeios à beira rio, mas desde à alguns anos passaram a realizar-se passeios fluviais ao Castelo de Almourol todos os fins de semana.
O local de embarque para os passeios fluviais situa-se no Cais d'El Rei. O barco que efectua o trajecto tem capacidade para 40 pessoas por cada viagem.


Tancos e Arripiado, duas terras separadas pelo rio Tejo, unem-se durante a Festa do Rio e das Aldeias.
Música, artesanato, festa brava e cerimónias religiosas a decorrer em ambas as margens do rio marcam este evento que decorre em Agosto, incluindo o feriado do dia 15 todos os anos.
Sempre aqui existiram barcas para a passagem e ainda resta uma, herdeira de tantas travessias, ir a Tancos e voltar, um vaivém que nunca acaba.
Ponte é que nunca houve, vá lá saber-se porquê, sendo o sítio de passagem. A não ser pontes de barcas, essas sim já se fizeram e não foi há muito tempo.
Há-de haver quarenta anos ainda se viu uma ponte dessas, erguida por algum tempo, por onde passavam homens e também Nossa Senhora.



Duas terras, um rio. Arripiado e Tancos, o Tejo corre a juntá-los. Virados um para o outro, há tanto tempo assim perto, olhos nos olhos, a vida de um lado e doutro do rio, é comum o modo de estar que o Tejo traçou a ambos.

Sempre o sítio foi de passagem, desde a mais remota era, porque aqui o rio é estreito, se comparado com o que se praia a jusante, e é fundo todo o ano, nem que seque noutros lados. Sempre os homens aqui passaram, para a conquista, para o comércio, para o trabalho, para o passeio.

Era trabalho de soldados, ponteneiros de especialidade, que aqui tinham instrução e consistia ela em pôr a ponte no Tejo, do Arripiado a Tancos. Durante um mês ou dois, sempre em tempo de Verão, escusavam de andar as barcas, era pela ponte de passagem. E nessa altura aproveitava-se o ensejo para levar ao Arripiado a Senhora da Piedade, quando Tancos estava em festa.

Do outro lado do rio, onde até agora está o cais, num largo que é de S. Marcos, como diz a toponímia, havia uma capela onde o Santo tinha altar e à qual dava o seu nome. Era sítio por onde o Tejo entrava, sempre que havia cheia, e acabou por ser a capela demolida e substituída pela igreja que agora se regue lá no alto da aldeia.
Nos tempos da procissão, ia a Senhora da Piedade à Capela de S. Marcos, dava a volta à povoação e voltava a Tancos pela ponte. Era um momento especial da vida das duas terras, quando a senhora selava esta amiga vizinhança.
Acabaram os ponteneiros e as pontes que eles faziam. Deixou, por isso, de se fazer a procissão. Correram os anos, mas ainda há quem se recorde, nas gerações mais antigas, de ver com os próprios olhos o que mostram as fotografias.
E então surgiu a ideia de repor a procissão, levando de barco a senhora, de Tancos ao outro lado do Tejo.
E foi bonito de ver, e cheio de significado, a gente de um lado e de outro satisfeita com o reencontro da Senhora da Piedade e de S. Marcos vizinho, há tantos anos à espera que os homens os juntassem, aproximando-se mais uma terra de outra terra, usando o rio que as une. No ano seguinte, quiseram as terras e desejaram os homens que S. Marcos fosse levado ao encontro de Nossa Senhora da Piedade em Tancos retribuindo a visita num abraço de fé e amizade.
Este ano, com a alegria de Ter um amigo na frente do nosso olhar, mais uma vez se repete no rio, entre duas terras, a visita de Nossa Senhora da Piedade ao Arripiado


Gastronomia
Caldeirada de Enguias
Ingredientes:
  • 1 1/2kg de enguias
  • 1/2kg de batatas
  • 11/2dl de azeite
  • 4 cebolas grandes
  • 2 alhos picados
  • 750grs de tomate sem peles nem sementes
  • 50grs de toucinho picado
  • tomilho e manjerona, de cada 1 ramo
  • 1 folha de louro
  • água, sal pimenta, cravinho e pão, q.b.
Confecção:

1.  Põem-se no fundo dum tacho de barro o toucinho, o azeite e depois as cebolas em rodelas finas, os alhos e o louro.
2.  Deixa-se aquecer e cozer bem a cebola, mexendo sempre com a colher de pau.
3.  Quando a cebola estiver transparente, juntam-se os tomates, cortados em pedacinhos, o tomilho, a manjerona e uma pitada de cravinho.
4.  Remexe-se tudo, tempera-se com sal e pimenta, cobre-se com água, adicionam-se as batatas cortadas em rodelas grossas, tapa-se o tacho e deixa-se cozer em lume brando.
5.  Quando as batatas estiverem quase prontas, se o molho estiver muito reduzido, acrescenta-se com um pouco de água e,
6.  depois de levantar fervura, mergulham-se no tacho as enguias cortadas ao meio ou em três pedaços, se forem grossas.
7.  Deixa-se ferver 10 minutos em lume esperto,
8.   rectifica-se de sal e pimenta, polvilha-se com manjerona muito picadinha e deita-se em guisadeira, sobre duas ou três fatias de pão branco, levemente tostadas.





 
















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