quarta-feira, 27 de julho de 2011

CARLOS GARCIA DE CASTRO - FIAT


Fiat

Bonecos meus parados a fitar-me,
quando vos saúdo e penso, se lá passo.
Tristeza de infindo a apavorar-me,
o rosto envergonhado de um só traço.
Levados estendidos em cortejo
braços tomados, lenha dos ciprestes,
o retrato mais distante em que me vejo,
limo que existe e passa no presente.
Fala sem voz, um gesto inanimado,
exacta, necessária, interminável,
que o génio dum Poema plagiado
deixou para o que fosse insondável.

E as frontes?
Únicas certeza universal
que, mesmo duvidosa do Princípio,
iguala de mãos presas o diverso.

O mito do amor é salvação...

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