sábado, 9 de julho de 2011

AGUIA CALCADA


Águia-Calçada
Hieraaetus pennatus

O facto mais curioso acerca da águia-calçada é a existência de duas fases – uma clara e outra escura. Esta
pequena águia nidifica em árvores e raramente pousa à vista, sendo mais fácil de observar em voo.

IdentificaçãoÉ uma rapina de médias dimensões, que se caracteriza pela sua cauda quadrada e pelas patas
emplumadas. Os indivíduos de fase clara são fáceis de identificar: a plumagem é preta e branca, conferindo
um forte contraste nas partes inferiores, o que torna estas aves distinguíveis à distância. Já no caso das
aves de fase escura, totalmente castanhas, as probabilidades de confusão são maiores, nomeadamente
com o milhafre-preto (que se distingue pela cauda bifurcada) ou com as fêmeas de tartaranhão-ruivo-dos-pauis (que têm geralmente a cabeça beige). Neste caso, as águias-calçadas distinguem-se pelas “luzes de
aterragem” (dois pequenos pontos brancos voltados para a frente de ambos os lados do pescoço).


Abundância e calendário
A águia-calçada é uma espécie estival que pode ser vista em
Portugal principalmente de Março a Setembro. Distribui-se de norte
a sul do país e, sendo uma ave florestal, ocorre principalmente
neste tipo de habitat, com preferência pelas manchas mais
extensas de sobro e azinho. É assim bastante frequente no
Alentejo, no Ribatejo e na Beira interior, ocorrendo igualmente, mas
em menor número, no no nordeste transmontano. Quando em
migração, surge com alguma regularidade junto à costa,
nomeadamente no Algarve
Onde observarNa Primavera, a águia calçada pode ser vista com relativa facilidade um pouco por todo o país.



Entre Douro e Minho – pouco comum na região.



Trás-os-Montes – pode ser vista na zona de Miranda do Douro e no Baixo Sabor.



Litoral centro –  pouco comum na região.


Beira interior – pode ser vista principalmente nas zonas raianas da Beira Baixa (Tejo
Internacional e campina de Idanha) e da Beira Alta (albufeira de Santa Maria de Aguiar,
Vilar Formoso e Sabugal), mas também ocorre na albufeira da Marateca, nas serras da
Gardunha e da Estrela e em Celorico da Beira.



Lisboa e Vale do Tejo – na região de Lisboa, o melhor local para ver esta águia é o
estuário do Tejo, mas a espécie ocorre ao longo do vale do Sorraia até Coruche e
mais
para norte, na zona de Tomar. Também tem sido observada na lagoa de Óbidos,
particularmente durante o Inverno.





Alentejo – é a região onde a espécie é mais comum e, portanto, mais fácil de observar.
No Alto Alentejo pode ser vista na zona da barragem de Montargil, em Cabeção, Arraiolos
e nas zonas de Évora e Elvas. Ocorre igualmente no Baixo Alentejo, particularmente no
estuário do Sado e na região de Barrancos. Durante o Inverno surge no estuário do Sado
e na lagoa de Santo André.



Algarve – rara como nidificante, ocorre sobretudo nas épocas de migração; durante a
passagem outonal, o melhor local para ver esta espécie é, sem dúvida, a zona do cabo de São Vicente, principalmente quando os ventos sopram de leste, formando-se então
concentrações de algumas dezenas ou mesmo centenas de aves.


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