ATERRAGEM
Procuramos muito,
Mas de repente a brancura
Dos Pés Descalços
Pode impressionar
As películas atónitas;
Uma pista de luzes
Pode acende-se;
E o aeroporto que está do outro lado
Da noite imensa
Espreguiça-se e dá sinais
De acordar
Assim o corpo que chega
Sabe
Por onde fazer descer as asas
Sobre o Futuro,
Riscando a grafite
As extremidades
Do Horizonte.
Abatendo o peito enorme
Sobre o asfalto
Entre as Luzes,
Arrastando altares e esquifes
Tocando as cordas inquietas
Que põem a rodar a música
Das esferas.
Que batem com impacte
Nas pulsações do solo
Entre chispas iluminadas
E a imagem
Que se deitara
Ergue-se como um poste,
E de repente sustenta
A Tenda Celeste!
Indica as geometrias
Da direcção
Aos olhos cansados
Com tão tremenda
Veemência,
Com tão doce
Acolhimento,
Que planar assim sobre ela
É encontrar os Pés,
As luzes brancas, certas, justas,
Fosforescentes, vivas
Por onde começa
O voo suave:
Tenso, esticado, numa palavra:
Tenso!
Vitor Oliviera Jorge
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