Poemas sem título
do livro inédito
Na Memória dos Astros
I
Velada d’armas no horizonte
burgos alarmes rebeldia
audaz estirpe a que remonte
à fé jurada do meio-dia
Com sentinelas monte a monte
da temerosa fidalguia
para que a Dama a sós desponte
no reino da nossa fantasia
II
A jovial cavalaria
que com a Dama se confronte
será tristeza luzidia
prodígio que cedo se defronte
com mil acordes de magia
por ser um astro que desponte
no caos da nossa fantasia
algures no pálido horizonte
III
Aios para que o sol desponte
buscam a Dama da Alegria
e no entanto ela se esconde
nos sóis da sua cortesia
Delírio um dia para um conde
visão rebelde por um dia
é um pendão no horizonte
do Reino da nossa fantasia
IV
O esplendor dos torreões
veste os abismos imprecisos
enquanto brilham alusões
a brios e cercos indecisos
Que solstício d’ilusões
que parapeitos indivisos
donde aniquila corações
quem traz a morte nos sorrisos?
V
Quem nos sorri de galhardia
trazendo a morte nos sorrisos
é uma luz límpida e fria
de falseados paraísos
Mas nós poetas iludidos
a fé jurada da magia
seremos pagens destemidos
da Dama da nossa fantasia
VASCONCELLOS SOBRAL
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