terça-feira, 15 de novembro de 2011

FREGUESIA DE LABRUJA



REGIÃO             NORTE
SUB REGIÃO      MINHO LIMA
DISTRITO          VIANA DO CASTELO
CIDADE             PONTE DE LIMA
FREGUESIA       LABRUJA




Brasão: 
Escudo de azul, leão de ouro rompente, empunhando um báculo do mesmo, realçado de negro; em chefe, três vieiras de prata alinhadas em faixa; em campanha, ponte de um arco de prata, lavrada de negro, firmada nos flancos e movente de um pé ondado de prata e azul de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “LABRUJA”.

Bandeira: 
Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.

Selo: 
Nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Labruja – Ponte de Lima”.



RESENHA HISTÓRICA


 Foi uma vigairaria de renúncia da apresentação do arcediago de Labruja, da Sé de Braga, e anteriormente do arcediago do mesmo título da Sé de Tui. 


Aproveitou do foral de S. Martinho, dado por D. Manuel a 2 de Junho de 1515. É povoação muito antiga, e se não existia já no tempo dos Romanos, existia com toda a certeza no tempo dos Godos. A tradição faz remontar os seus primórdios ao século IX, afirmando ter tido origem num mosteiro beneditino, fundado por D. Hermóigio, bispo de Tui. O mosteiro veio a ser extinto em 1460.
 A freguesia ostenta considerável riqueza patrimonial, impondo-se, todavia, dois destaques: A Ponte do Arquinho e o Santuário do Senhor do Socorro.
A Ponte do Arquinho, dos séculos XIII-XIV, sobre o rio Labruja. Tem apenas um arco, redondo e de quatro metros de lado, com aduelas características.
O Santuário do Senhor do Socorro, foco de uma afamada romaria, possui um conjunto arquitectónico que exprime o gosto cenográfico que no século XVIII caracterizou tal género de edificações. A data de 1773 inscrita na portada oferece-nos um elemento cronológico a ter em conta, relativo à época principal da construção do templo. 

 Mas as obras continuaram, sem dúvida, por bastantes anos mais sobretudo no exterior do santuário. O amplo adro fronteiro à igreja, murado a toda a volta, apresenta uma entrada de certa ênfase, dominada por larga escadaria precedida de estátuas de anjos tocando trombetas. 
Varandas de balaústres, animadas por fogaréus, acompanham o lanço dos degraus. E nos muros que ladeiam a escadaria dispõem-se, em linha, estátuas alegóricas de pedra, entremeadas de vasos e fogaréus.
Ao fundo do adro ergue-se a fachada nobre da igreja, com as suas duas torres flanqueando o corpo central, no qual se desenha a cornija pontiaguda do rococó. Sob a cornija ficam as armas reais; e logo abaixo delas, por cima do pórtico do templo, rasga-se uma janela com balcão, acolitada pelas estátuas de S. Pedro e, presumivelmente, do papa Clemente XIV, em nichos.


Na igreja há talha "rocaille" do último quartel de Setecentos (nos retábulos da capela-mor, púlpitos, sanefas e grade do coro) e bem assim talha neoclássica (no sanefão do arco triunfal e no trono do retábulo-mor). 
Trata-se, de resto, de um templo muito simples, de uma única nave, ainda que a capela -mor possua uma pequena cúpula e lanternim. A construção actual teve uma outra a antecedê-la, donde procedem até algumas das interessantes tábuas votivas, dos séculos XVIII e XIX, que hoje vemos penduradas nas paredes.
Também se encontra na nave um projecto, aguarelado, de uma reforma do santuário, apresentado em 1854 por António Augusto Pereira, "condutor de trabalhos da Direcção de Obras Públicas de Braga". 






Sem originalidade, o estudo inspira-se no escadório do Bom Jesus de Braga e na igreja do Hospital de S. Marcos, na mesma cidade.
No exterior, atrás do santuário, estão a Casa da Mesa da Irmandade e o edifício dos quartéis dos romeiros que se dirigiam a Santiago de Compostela pois como se sabe Labruja está, desde sempre, no roteiro dos Caminhos de Santiago. 
Junto da última construção começa um escadório de vários lanços e patamares, neoclássico, que vai terminar num terreiro situado sobre uma colina. Na fachada desse escadório, dentro de uma espécie de gruta (datada de 1893), observa-se uma monumental escultura de Abel, de pedra, em que a bíblica personagem aparece coberta de peles e encostada a uma enorme maça.


«O mosteiro beneditino de São Cristóvão de Labruja 
deve a sua fundação ao bispo de Tui, D. Hermoígio, que o mandou construir numa herdade, localizada no lugar de Labruja, pertencente ao monarca Ordonho II. Este monarca, a quem D. Hermoígio cedera o convento, veio a doá-lo à Sé de Lugo, em 915. Em 1125, D. Teresa fez doação do mosteiro e seu couto à Sé de Tui. Na divisão das igrejas e arcediagados desta diocese, em 1 de Dezembro de 1156, foram anexadas ao mosteiro as igrejas de Cepões, Rendufe e metade da de Romarigães. 
Em 1242, informa ainda o Padre Avelino J. da Costa, o bispo de Tui D. Lucas criou o arcediagado de Labruja, que ficou a ter cadeira na Sé de Tiu e o mosteiro por cabeça. Nas Inquirições de 1258 figura como sendo do padroado real. O mosteiro acabou por ser extinto em 1460, Cerca de 1520, no Censual de D. Diogo de Sousa, refere-se que o mosteiro fora reduzido a igreja paroquial. Era, então, cabeça do arcediagado de Labruja. Em 1546, sendo arcebispo D. Manuel de Sousa, Labruja foi avaliada com a sua anexa Cepões em 70 mil réis. 
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580, considera Labruja como paróquia, anexa perpétua ao arcediagado de Labruja e tendo anexa a metade sem cura de São Tiago de Romarigães. Segundo Américo Costa, São Cristóvão de Labruja era vigairaria de renúncia da apresentação do arcediago de Labruja da Sé de Braga e, em tempos mais remotos do arcediago do mesmo título da Sé de Tui.»



ASPECTOS GEOGRÁFICOS

 A Freguesia de Labruja, situada na serra com o mesmo nome, dista nove quilómetros da sede do concelho, ocupa uma área de 1673 ha e é uma das maiores do concelho. Apesar disso, em 1999 pouco mais terá que 750 habitantes, contrastando com os cerca de 465 habitantes registrados nos censos de 1991.
Tem por freguesias vizinhas, a norte Cunha e Romarigães do concelho de Paredes de Coura, a sul Arcozelo, a nascente Rendufe, Bárrio e Cepões, a poente Cabração. É composta pelos seguintes lugares:Antas,Arco, Bacelos, Balada, Bandeira, Bargo, Bouça, Camboa, Carvalho, Casa Branca, Codeçal, Devesa,Espinheiro, Fijô, Gávia, Igreja, Mota, Outeiro, Pessegueiros, Pedrelo, Pinheiro, Pombinha, Ponte Nova,  Quinta, Revolta, Rua, Santana, Soutinho,  Torre, Valinhos, Vinhó de Baixo e Vinhó de Cima.
Metade da população activa ainda se dedica à agricultura mas, na sua maioria, esta é praticada a nível de auto consumo. Os outros sectores com capacidade para gerar emprego não têm relevância, devido às limitações impostas pelo PDM à área disponível para construção, a falta de uma área industrial e os difíceis acessos a Labruja são os principais responsáveis por esta situação. A freguesia é servida por um I.P. próximo e a por duas E.N. com carreiras de transportes públicos e por uma praça de táxis.
No capítulo das infra-estruturas, as carências também se fazem sentir. A rede pública de distribuição de água ao domicílio está prevista para funcionar nestes primeiros anos de inicio de milénio. Quanto ao saneamento básico, ele é inexistente. O sistema de recolha de lixo, por seu lado, serve 80% da freguesia e é feito duas vezes por semana.
Para a área do ensino, existem duas escolas públicas do 1.º ciclo, só uma das quais com refeitório. O sistema de saúde não dispõe de qualquer estrutura local pelo que os serviços médicos à população são prestados em Ponte de Lima. A situação é igual no capítulo da acção social.


Quanto à dinamização cultural, existe um polidesportivo, há uma biblioteca aberta ao público e funciona uma sala de espectáculos e um salão de festas, os quais são normalmente utilizados pela Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Labruja, pelo Grupo Coral e pelo Grupo Animador de Labruja.

Como pólos de atracção turística refiram-se: 













o Santuário do Senhor do Socorro com a respectiva festa no 1.º domingo de Julho, 





















a Capela de S. João da Grova, 










a Ponte do Arquinho, 










a cruz da forca do Pelourinho de Ponte de Lima,


 os vestígios arqueológicos e finalmente, 









as belezas paisagísticas das margens do rio Labruja.















Gastronomia: 
Enchidos de porco.

Resultantes de técnicas ancestrais de conservação de carnes, os enchidos são hoje imprescindíveis nos mais diversos géneros de gastronomia.
Neste espaço a eles dedicado, procuramos dar-lhe uma visão geral sobre o tema em questão.


Processos de Fabrico e Preparação:

Enchidos crus - São feitos à base de carne triturada e condimentada, antes de ser introduzida em tripa. Podem ou não ser fumados.
Enchidos cozidos - A carne é cozida antes de ser introduzida na tripa. Podem secar ao ar ou passar pelo processo de fumagem.
A base tradicional dos enchidos é a carne de porco, de uma peça única ou combinada com outras peças. Mas também existem enchidos de carne de vaca, borrego, galinha, peru, entre outras. Como elemento unificador da mistura, utiliza-se gordura, pão ou farinhas.
Os condimentos acentuam o sabor do enchido. Utiliza-se, para esse efeito, sal, pimenta, alho, cebola, colorau, cominhos, cravinho, coentro, salsa, entre outros. Também entram na composição dos enchidos a água, o vinho, o sumo de laranja ou limão, azeite e vinagre.
Os aditivos, naturais ou sintéticos, melhoram o aspecto e aumentam o tempo de conservação dos enchidos.

Os enchidos podem ser curados ou não. Normalmente, a cura é feita em sal ou ao ar, com recurso à fumagem ou não. Alguns enchidos são submetidos a secagem (que pode durar dias ou meses). Os frescos devem ser consumidos pouco tempo após a confecção.

Normalmente de formato cilíndrico, os enchidos são feitos em invólucro natural (tripa de porco ou vaca) ou artificial (película de plástico).


Enchidos Tradicionais Portugueses

Todos os enchidos tradicionais portugueses obedecem a normas específicas de produção, que asseguram a sua qualidade e genuinidade. Como garantia, têm diferentes formas de protecção.
DOP - Denominação de Origem Protegida: na avaliação da qualidade do produto contam os solos, o clima, a raça dos animais, as variedades vegetais e o saber das pessoas da região em questão.
IGP - Indicação Geográfica Protegida: é a garantia de que, pelo menos uma parte da produção, decorreu no local que dá o nome ao produto.
ETG - Especialidade Tradicional Garantida: significa que o produto é produzido com matérias primas tradicionais ou tem uma composição ou molde tradicionais.

Como Escolher, Servir e Conservar os Enchidos

·         Avalie o cheiro, a cor e o aspecto. Em relação ao aspecto, tenha em conta a boa ou má distribuição da carne e da gordura, bem como a consistência. Considere estes parâmetros de acordo com as características normais de cada género de enchido. Não compre nem consuma enchidos com indícios de bolores.
·         … grelhe, coza, asse, salteie ou sirva ao natural, com pão ou broa.
Os enchidos são indispensáveis em diversos pratos típicos e proporcionam um sabor muito especial aos cozinhados mais banais.
·         Conserve os enchidos curados num local fresco e seco, por um prazo de três meses no máximo. A farinheira é uma excepção. Tem uma validade de cerca de 15 dias após o fabrico.




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