sábado, 12 de novembro de 2011

FREGUESIA DE FAJÃO


REGIÃO             CENTRO
SUB REGIÃO      PINHAL INTERIOR
DISTRITO    COIMBRA
CIDADE             PAMPILHOSA DA SERRA
FREGUESIA       FAJÃO

Brasão
Tem escudo de ouro, com dois castanheiros de verde, arrancados do mesmo e com ouriços de ouro;
Em chefe, flor-de-lis de azul; movente da ponta, monte de três cômoros de verde.
Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: " Fajão ".


Bandeira
E esquartelada de azul e amarelo. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo
É circular, com a legenda " Junta de Freguesia de Fajão - Pampilhosa da Serra ".


HERALDICA


História :

 A Freguesia de Fajão fica situada no extremo norte do Concelho de Pampilhosa da Serra, de cuja sede dista cerca de 20 quilometros, no distrito de Coimbra;na área de freguesia existe uma mina de zinco, denominada: Lomba-das-Vargens.
O territorio de Fajão foi povoado em épocas muito remotas, como comprovam as suas várias estações arqueológicas, anotadas no "Levantamento Arqueológico do Concelho de Pampilhosa da Serra", de Carlos Barata e Filomena Gaspar. Segundo o Padre Augusto Nunes Pereira, o Prior de 1233, do Mosteiro de S. Pedro Folques, concedeu foral a dez povoadores de Ceira,formando-se assim a povoação designada por Fajão. O topónimo advém, segundo alguns autores, da corrupção do nome próprio "Fayão", talvez de um individuo do povo "Godo";no texto do referido foral, D. Pedro Mendes intitula-se Prior do Mosteiro de Folques, e Senhor desta antiga vila. 
Posteriormente, com a fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o Convento de Folques foi-lhe anexado, ficando Fajão como curato da apresentação do convento de Santa Cruz, tendo como donatário o Convento de Folques.
Fajão foi vila e sede de um antigo Concelho que englobava seis freguesias, tendo sido extinto a 24 de Outubro de 1855 e integrado, nesta altura, no de Pampilhosa da Serra. embora fosse um concelho pobre, dada a aridez das suas terras, foi importante pela sua 
 vida social e financeira e pela riqueza do seu incomparável folclore em que sobressaem os "Famosos Contos de Fajão". consta em acta de Junta de Freguesia de 25 de Maio de 1958 que o ultimo Presidente da Cãmara Municipal de Fajão, foi o Dr. José Maria Nogueira Acúrcio das Neves, assim como o ultimo Juíz de Fajão, José Pedro Fernandes.
Presentemente os lugares inseridos na Freguesia de Fajão são: Covanca; Ceiroco; Camba; Porto da Balsa; Castanheira da Serra; Gralhas; Ponte de Fajão; Quinta do Couceiro; Cartamil; Mata; Cavaleiros de Cima; Cavaleiros de Baixo; Quinta da Safra; Boiça; Val Pardieiro, Ceiroquinho, Foz do Belide, Algares, Açor das Boiças e Vale da Presa.
Actualmente, a economia da freguesia sofreu uma evolução, com a contribuição da pequena industria e comércio, para o melhoramento de vida e desenvolvimento local; o facto da freguesia estar inserida numa zona com área florestal, permitiu o desenvolvimento de actividades relacionadas com a exploração de madeiras.
Do Património arquitetónico e edificado de Fajão destaca-se: a Igreja Paroquial, que começou a ser construida a 2 de Junho de 1788; várias capelas que se encontram disseminadas pela freguesia e ainda, o antigo edificio da Cãmara Municipal; porém, existem na povoação outros locais de interesse turístico, como a barragem do Alto ceira e a sua praia fluvial e a estação de penedos de Fajão, no lugar Raseira, numa zona plana rodeada por três afloramentos graníticos.



Patrimonio Natural e Cultural :

Antiga Casa da Câmara e Cadeia – A Antiga Casa da Câmara e Cadeia é hoje uma acolhedora hospedaria. O edifício, embora um pouco alterado relativamente a sua traça original, é um exemplo da arquitectura rural que alia a simplícidade do traçado aos materiais típicos da região: o xisto. 
" A Cadeia " (nome da pousada) é apoiada pelo restaurante " O Pascoal", onde podemos saborear pratos típicos da região como javali assado, as trutas, chanfana, etc.



Igreja Paroquial – 


A construção deste templo teve ínicio a 2 de Junho de 1788. Trata-se  de um edifício de linhas sóbrias ladeado à direita pela torre sineira, unida de forma original ao corpo da igreja através de um arco. A porta principal é de verga curva, com cimalha ondulada. 





No interior podem ser contemplados os altares de madeira entalhada, sendo o principal do século XVII e os colaterais do final de setecentos. Do antigo templo recebeu a pia baptismal, a imagem de S. Teotónio e as imagens de S Simão e de Nossa Senhora do Rósario, de pedra, da 2ª metade do século XVI.



Capela de Nossa Senhora da Guia

A capela de N. Srª. da Guia é uma construção moderna, traçada pela mão do arquitecto Armando Alves Martins. O altar foi idealizado pelo Monsenhor Nunes Pereira. As seis telas que retratam cenas da vida de Cristo são da autoria do pintor fajaense Guilherme Filipe, discípulo de Mestre Malhoa, que aqui assumiu uma concepção primitiva moderna, plena de espiritualidade. 
Fronteiro a esta capela está um coreto da autoria de Nunes Pereira. A imagem de Nossa Senhora da Guia veio da capela antiga, é obra oitocentista e foi esculpida por António Nunes Pereira. A festa de N. Srª. da Guia realiza-se todos os anos no mês de Julho

Capela de S. Salvador – 
Edifício simples, de planta rectagular e de uma só nave. A fachada é recortada pela porta emoldurada com pedras (acrescento recente), ladeada por dois rasgos verticais e encimada por um pequeno óculo. No interior está a imagem do titular, S. Salvador, de pedra, provavelmente dos finais do séc. XVI.



Museu Monsenhor Nunes Pereira – 

Monsenhor Nunes Pereira, natural da Mata, foi o grande entusiasta da criação de um museu nesta aldeia, que acolhesse com dignidade a história da freguesia, bem como do concelho. A ideia nasceu e de imediato se lançou "mãos à obra" na recuperação de uma casa que servisse para albergar dignamente as memórias da terra. Assim nasceu o Museu Monsenhor Nunes Pereira, inaugurado a 13 de Setembro de 1997 e ampliado em 16 de Abril de 2000.
 Este espaço museológico veio despertar para a consciência do rico e vasto património local e da necessidade da sua preservação. Aqui está concentrado boa parte do espólio pessoal do Monsenhor onde, em gesto de justa homenagem, reuniu a oficina do seu pai António Nunes Pereira, grande escultor da região. Dos núcleos de arte destaque para o da pintura do qual faz parte um retracto de Monsenhor, de 1960, saído da mão do ilustre Fajaense Guilherme Filipe.
 Para além do edifício principal, que reúne toda a colecção, este Museu conta com outro edifício, fronteiro, que alberga a Sala de Exposições Temporárias e a Sala do Artesanato da Freguesia. 

Miradouro de Nossa Senhora da Guia – 






Espaço de contemplação que permite ver em primeiro plano a aldeia de Fajão.





Penedos de Fajão – 

Os Penedos de Fajão são afloramentos rochosos que encerram magníficas formas esculpidas pela Natureza e que servem de fundo a esta encantadora povoação. As encostas escarpadas são um óptimo trilho para quem gosta das emoções das escaladas. 








A pequena "vila" está rodeada por estes afloramentos antigos, que fazem parte da Meseta Ibérica, designados por "Penedos de Fajão.
É especialmente imponente a encosta virada a poente, ondBarragem do Alto Ceira e Parque de Merendas
 A Barragem do Ceira é constituída por um dique de abóbada delgada com 36 m de altura. A bacia hidrográfica tem 38 Km 2 e a albufeira recebe água vinda da Barragem da Castanheira (Arganil), conduzida através de 3257 m de túnel.



Por sua vez, da albufeira do Ceira parte um túnel de derivação com um comprimento total de 6945 m, que permite a transferência de água para a albufeira de Santa Luzia, no rio Unhais. Daqui é desviada água para a mini-central do Esteiro, de onde a água é lançada no rio Zêzere.e ao pôr do sol se tem a estranha sensação de uma gigantesca rocha entre pinheirai
Contos de Fajão – 
 Os tradicionais Contos de Fajão, recolhidos e publicados em 1989 pelo Monsenhor Nunes pereira, são o testemunho da riqueza lendária de região. Muitos deles remontam à Idade Média e o " Juiz de Fajão" representa um símbolo, transmitido de geração em geração.

Artesanato




Miniaturas em xisto (relógios, casinhas)




Orago


Nossa Senhora da Guia e de S. Salvador, Celebradas em conjunto no 3º Fim de Semana de Julho.
Nossa Senhora da Assunção, Celebrada a 15 de Agosto.

*    CASARIO DE XISTO
     
O casario de Fajão, marcadamente Beirã, apresenta a particularidade de se encontrar bastante conservado.
      Inserida no plano "Aldeias de Xisto", é particularmente grato visitar as suas ruas inclinadas por entre casas de xisto recentemente recuperadas.
No centro da aldeia é possível apreciar a máxima expressão do xisto, tanto no pavimento das ruelas como no edifício do Museu Monsenhor Nunes Pereira. Este último uma construcção  rasteira onde a ligação da pedra com a madeira se faz de forma armoniosa e coerente. 



Gastronomia
Doce de chila com queijo, Bacalhau à "Juiz", Javali assado no forno, Cabrito assado à "Juiz", Trutas do Rio Ceira, Tigelada, aguardente de mel e de medronho...

Doce de Chila
Ingredientes
·         q.b. de  açúcar 
·         1   canela em pau (rama) 
·         q.b. de  água 
·         q.b. de  abóbora chila/gila
Modo de Preparo
1.Compre uma ou duas abóboras chila.
2.Estas abóboras não podem nunca ser cortadas com facas, pois o doce fica a saber a sardinha.
3.Prepare e limpe bem o chão da sua cozinha, e atire as abóboras ao chão, para que se partam em pedaços.
4.Com a mão, retire muito bem todas as pevides e tripas que causam mau sabor.Ponha a abóbora de molho de um dia para o outro dentro de um alguidar coberta de água fria.Vá mudando a água de quando em vez.
5.No dia seguinte ponha um recipiente grande ao lume com água e deixe ferver, e só quando a água estiver a ferver e que pode colocar a abóbra dentro.Deixe cozer
6.Quando as fibras se despegarem da casca, está a abóbora cozida.
7.Escorra a abóbora e deixe arrefecer, enxugue as fibras num pano.Seguidamente pese-as e pese igual quantidade de açúcar.
8.Leve o açúcar ao lume com um pouco de água e deixe ferver 3 minutos, adicione as fibras da abóbora e o pau de canela, deixe ferver, mexendo de vez em quando para não pegar, até obter ponto de estrada 110º C, (quando passar a colher de pau no fundo do recipiente se torne visível uma estrada).
9.Retire o pau de canela e guarde em frascos devidamente esterilizados, deixe arrefecer e coloque por cima do doce para que não fique com ar um pouco de película aderente.
10.Guarde os frascos, e o doce está pronto a ser utilizado em preparações culinárias.

2 comentários:

  1. Grande pesquisa. Pena o autor dos textos e da maioria das fotos não ter sequer autorizado qualquer publicação..

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  2. Visitei, integrado num Grupo de Lisboa, para o Convívio de ontem. Gostei muito da Terra, das amáveis pessoas, do seu belo património, e de toda a envolvência. Fomos extraordinariamente bem recebidos. Bem hajam!

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