Poema I
Como a noite é longa! Toda a noite é assim... Senta-te, ama, perto Do leito onde esperto. Vem p'r'ao pé de mim... Amei tanta cousa... Hoje nada existe. Aqui ao pé da cama Canta-me, minha ma, Uma canção triste.
Era uma princesa Que amou... Já não sei... Como estou esquecido! Canta-me ao ouvido E adormecerei...
Que é feito de tudo? Que fiz eu de mim? Deixa-me dormir, Dormir a sorrir E seja isto o fim.
Fernando Pessoa
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