Como quem para ao fim de uma jornada
extenuado, exangue,e foi deixando
o seu sangue no pó da imensa estrada
por onde vinha há muito caminhando...
E sua vista, de chorar quebrada,
ao caminho que andou e vai botando,
e enfim reconheceu que andou pra nada
e para nada foi que andou penando...
Assim eu, que gastei o sentimento
pus nua a alma, e escrevi com sangue
o que em meus olhos a tua alma lê.
Pergunto ao fim do áspero tormento:
- alma que vais perdida e vais exangue,
pra que choraste e andaste... para quê?
Afonso Lopes Vieira
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