sexta-feira, 2 de setembro de 2011

FREGUESIA DA ALDEIA DE PAIO PIRES


REGIÃO                   LISBOA

SUB REGIÃO            PENINSULA DE SETUBAL
DISTRITO                 SETUBAL
CIDADE                       SEIXAL
FREGUESIA             ALDEIA DE PAIO PIRES
Heráldica

Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário da Republica, III Série de 
28/10/1994


Armas – 
Escudo de vermelho, em chefe duas torres de ouro iluminadas de preto, carregadas, cada uma, por um escudete de azul, em ponta, besantado de prata. Cavaleiro, significando D. Payo Peres Corrêa, sobre quatro faixetas ondadas. Bordadura a ouro, com dois cadinhos negros nos topos superiores e três cachos de uvas , de púrpura, folhadas de verde. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com os dizeres: “ FREGUESIA DE ALDEIA DE PAIO PIRES “.



Bandeira – 
De vermelho, cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.







Localização e Origens
  A Aldeia de paio Pires, situada na margem esquerda da Ribeira de Coina, pertenceu durante séculos ao termo de Almada, sendo local de implantação de diversas quintas, entre as quais a Quinta de Cocena, doada por D. João I a Estevão Lourenço,
 a Quinta de Fernão Ferro, a Quinta da Atalaia e a Quinta da Palmeira, a qual foi adquirida no início do século XVI por ordem do rei D.Manuel e entregue ao Convento de Santa Maria de Balém. Um dos marcos de delimitação das propriedades deste Convento é ainda visível na proximidade de um areeiro em exploração na zona de
Silhar de Alferes.



Organização do Culto Religioso



As primeiras referências à ermida de Nossa Senhora da Anunciação da Aldeia de Paio Pires datam do século XVI, sendo mencionada na visitação efectuada pela Ordem Militar de Santiago a Almada em 1564-1565, considerada então, tal como as demais ermidas existentes no território hoje correspondente ao concelho do Seixal, 
como ermida anexa à Igreja de Santiago de Almada. Infelizmente, a acta da visitação não nos fornece a descrição do edifício nessa época, limitando-se a inventariar os bens existentes no
 templo.



Em 1758, era administrador desta ermida José Felix da

Cunha, provavelmente pela sua ligação ao Morgado de
Paio pires.

A 4 de Julho de 1786, o Papa Pio VI concedeu indulgências perpétuas aos fiéis que visitassem a Ermida de Nossa senhora da Anunciada da Aldeia de Pio Pires nos dias da Anunciação de Nossa Senhora e do Mártir São Sebastião, indulgências que se aplicavam igualmente a todas as outras festividades dedicadas à Virgem.


Alguns anos mais tarde, este local de culto dará origem a uma nova paróquia. Data de 25 de Fevereiro de 1797 a primeira provisão assinada por D. José II, então Cardeal Patriarca de Lisboa, a cuja Diocese pertencia a jurisdição eclesiástica das igrejas de Almada, instituindo a paróquia de Nossa Senhora da Anunciação da Aldeia de paio pires, desanexada da paróquia de Nossa Senhora da Consolação da Arrentela.
O processo resultou de um pedido formulado pelos moradores de Aldeia de Paio Pires - que se queixavam dos incómodos resultantes da obrigatoriedade de se deslocarem à igreja matriz, situada na Arrentela, devido à distância que separava as duas povoações e aos maus caminhos então existentes - e pressupôs a realização de consultas tanto ao pároco de Arrentela, como ao da paróquia de Santiago de Almada, da qual se havia desanexado em data anterior a própria paróquia arrentelense. 
Esta provisão foi no entanto embargada por iniciativa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e pelos moradores de Arrentela, ficando sem efeito. Entre as razões invocadas nos autos de embargo, constam a curta distância entre esta localidade e a Aldeia de Paio Pires, o estado razoável dos caminhos, a necessidade de obras na matriz de Nossa senhora da Consolação e a incapacidade sentida pelos moradores de Arrentela de isoladamente conseguirem pagar a côngrua - que consistia em três potes de vinho em mosto que cada fazendeiro entregava ao pároco - necessária ao sustento do prior,
tanto mais que o Seixal tinha sido também recentemente desanexado, alegando que os caminhos que estabeleciam a ligação com a igreja de Nossa Senhora da Consolação se efectuavam pela praia , ficando intransitáveis aquando da maré cheia. Assim, a disparidade dos rendimentos obtidos entre os moradores de Arrentela e os de Aldeia de Paio Pires, dos quais dependia o apuramento da côngrua, parece ter sido a motivação fundamental, quer para os que solicitaram a desanexação da paróquia quer para os arrentelenses que a isso se opunham, como se depreende do testemunho do pároco de Arrentela, Francisco José de Andrade, que refere a existência de 21 fazendeiros na Arrentela contra 61 existentes na Aldeia de Paio Pires.

Dado o desencontro de opiniões, a provisão emitida a 25 de Fevereiro de 1797 foi então embargada, sendo desembargada a 22 de Setembro de 1802 e publicada com celebração de missa na igreja de Nossa Senhora da Anunciada da Aldeia de Paio Pires em 26 de Setembro de 1802, considerando-se então instituída a nova paróquia. Em Outubro do mesmo ano, são lavrados os primeiros assentos de baptismo, encontrando-se actualmente os respectivos livros de registo paroquial de Aldeia de Paio Pires depositados no Arquivo Distrital de Setúbal. 




A demarcação dos limites da nova paróquia terá sido efectuada em Março de 1803, coincidindo hoje com o território paroquial.






Organização Admninistrativa

Do ponto de vista administrativo, as atribuições da freguesia surgem alguns anos mais tarde. Pela lei de 25 de Abril de 1835, regulamentada a 18 de Julho do mesmo ano, fica consagrada a divisão administrativa que se mantém na actualidade e que pressupõe a organização administrativa em distritos, concelhos e freguesias. Desta forma, o liberalismo integrou a estrutura eclesiástica paroquial no sistema político, aproveitando as paróquias enquanto células básicas de organização social e de reconhecida estabilidade territorial para a realização de inquéritos e para a difusão de directivas, entre outros fins, sendo a sua actividade complementar à dos concelhos em que se integravam. Esta legislação irá aplicar-se ao Seixal a partir do momento em que se autonomiza do concelho de Almada, o que acontece a 6 de Novembro de 1836. 
Assim se compreende que as primeiras actas que atestam o labor da então Junta de Paróquia da Aldeia de Paio Pires, depositadas actualmente no Arquivo Histórico Municipal do Seixal, datem de Janeiro de 1837. 
Entre 1840 e 1878, correspondendo a um período de reforço do poder central, as freguesias foram excluídas da divisão administrativa do território.

A análise de uma curta série de Rios de Confessados da paróquia, produzida entre 1881 e 1886, mostra-nos que esta teria então pouco mais de 800 habitantes, essencialmente concentrados na Aldeia de Paio Pires e nas quintas de maiores dimensões que dispunham de moinhos de maré. Justificava-se por isso que a maioria da população activa estivesse ligada à actividade agrícola, embora fosse forte a presença de moleiros.
Paralelamente à nova organização administrativa, verificou-se na Aldeia de Paio Pires, a partir de meados do século XIX, uma diversificação das actividades económicas e um certo dinamismo associado à instalação de pequenas indústrias, dependentes da actividade agrícola e da proximidade do rio.

De facto, entre as actividades económicas comuns a toda a margem sul do estuário do Tejo destacavam-se a moagem de cereais e o descasque de arroz quer em moinhos de maré - da Quinta da Palmeira, do Breyner e do Zeimoto - quer em moinhos de vento; a produção de vinho e azeite em várias quintas, entre as quais salientamos os lagares de azeite de José Abrahão de Almeida Lima, do 
No moinho de maré do Breyner, encontrava-se instalada, desde meados do século XIX, a fábrica de massas alimentícias da firma Miguéis & Filhos que, em 1895, associado a energia hidráulica ao vapor, ocupava cerca de 40 operários. Em 1908, esta fábrica de manipulação de massas passou para a propriedade da Companhia Nacional de Moagens.
Nos anos trinta do século XX, foi instalada no mesmo local a empresa Sereia - Fábrica de Adubos Orgânicos, Lda., produzindo farinhas, óleos de peixe e adubos orgânicos a partir dos desperdícios das fábricas de peixe, mantendo-se em laboração até finais da década de 70.
A indústria corticeira teve também a sua representação na freguesia de Aldeia de paio Pires . Em 1952, instalou-se, no vale de Cucena, um fabrico para preparação de cortiças, quadros e rolas da empresa Manufacturas Pereira & Ramos, lda. Na década seguinte, esta fábrica foi adquirida pela Sociedade Naval, Lda., produtora de bóias de pesca, salva-vidas e coletes de cortiça.


Em 1946, a Sociedade Comercial Dowens, Lda. Estabeleceu-se com uma unidade industrial de quadros e rolhas na Quinta do Sapal - Alto dos Bonecos, Seixeira.
Actualmente, encontra-se em laboração em Casal do Marco, desde 1989, a fábrica de cortiça de Guilherme Rodrigues Oliveira, Lda.
A instalação da Siderurgia Nacional
A partir da decisão de instalar a Siderurgia Nacional na Aldeia de paio Pires, no final dos anos 50, verificou-se uma transformação significativa da fisionomia destafreguesia, considerada na altura a mais rural do concelho do Seixal. As razões apontadas como fundamentais para a decisão final quanto ao local de instalação da unidade fabril foram: a proximidade em relação a Lisboa e um fácil acesso ao porto da capital, a proximidade em relação aos minérios de ferro provenientes do sul do país, a abundância de água doce no subsolo e a existência de uma grande área disponível e com um relevo pouco acentuado. No que se refere à questão da área disponível, convém referir que os terrenos em causa não eram, tendo uma importante exploração agrícola e que, para a sua instalação, a Siderurgia Nacional requereu a expropriação urgente por utilidade pública dos mesmos, nos quais se situava, entre outras, a Quinta da Palmeira, propriedade da família Almeida Lima.
A instalação da Siderurgia Nacional, que iniciou a laboração em 1961, implicou, tanto nesta freguesia como em todo o concelho do Seixal, enormes repercussões nos planos socioeconómico, demográfico e ambiental, fazendo pulsar um novo quotidiano para a Aldeia de paio Pires e para a comunidade siderúrgica que se constituiu à sua volta. O início da construção da então chamada cidade do aço trouxe consigo milhares de trabalhadores de todo o país e as consequentes perturbações na vida quotidiana dos residentes. Para além disso, tornou evidente a falta de recursos e infra-estruturas municipais capazes de dar resposta às novas necessidades nos sectores das obras municipais, da habitação, do ensino, da assistência médica e do policiamento. Contribuiu ainda decididamente para a dinamização e desenvolvimento de muitas empresas do distrito de Setúbal.
Mas, como resultado de conjunturas várias, a partir de meados dos anos 80, a Siderurgia Nacional entrou numa fase de recessão que culminou, em Março de 2001, no encerramento da Siderurgia Nacional, perdendo a freguesia, desta forma, uma parte significativa do seu tecido industrial. Dos seus 40 anos de funcionamento permaneceu o vasto sítio industrial, onde o Alto Forno, marca da paisagem de Aldeia de Paio Pires, é identificado não só como símbolo máximo da Siderurgia Nacional mas também como elemento representativo do labor e das memórias de milhares de trabalhadores que em meio século protagonizaram o mais denso período de mudança por ventura ali vivido ao longo dos séculos.

Património





Quinta do Pinhalzinho
 (Lagar de Azeite do Pinhalzinho)





Igreja paroquial

Monumento a D. Payo Peres Corrêa

Monumento à Liberdade


Coreto


GASTRONOMIA

Costeletas de Porco com laranja
Ingredientes:

6 costeletas de porco de 3 a 4 cm de espessura
1/2 xícara (chá) de suco de laranja
sal e pimenta-do-reino a gosto
2 colheres (chá) de mostarda
1 colher (sopa) de açúcar

Modo de Fazer:

1.  Retire a gordura excessiva das costeletas de porco e coloque-as em uma assadeira média e reserve.
2.  Em uma vasilha, misture o suco de laranja, o sal, a pimenta-do-reino, a mostarda e o açúcar e regue as costeletas com esta mistura, deixando descansar por cerca de 30 minutos.
3.  Cubra com papel-alumínio e leve para assar em forno moderado, pré-aquecido, por cerca de 1 hora ou até que as costeletas fiquem macias. Retire do forno, arrume as costeletas em uma travessa e sirva em seguida.

FESTAS POPULARES




FUTEBOL








Nenhum comentário:

Postar um comentário