HERALDICA
Brasão:
Escudo de prata, monte de verde firmado nos flancos e movente da ponta, rematado por pano de muralha de negro, lavrado de prata; em chefe, cruz de Santo André de Azul entre dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro e postos em pala. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “VITORINO DOS PIÃES”.
Bandeira:
verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo:
nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Vitorino dos Piães – Ponte de Lima”.Parecer emitido em 31 de Outubro de 2001, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Em de 30 de Novembro de 2001, o Parecer, por proposta desta junta de Freguesia, foi aprovado em sessão da Assembleia de Freguesia de Vitorino dos Piães.
Publicado no Diário da República de 11 de Março de 2002.
Vitorino de Piães dista cerca de doze quilómetros da sede do
concelho. Fazem parte da freguesia os seguintes lugares:
Balinho, Balte, Barreira, Cabreira, Cacheiro, Carcavelos, Carreiras, Costa, Cresto, Grajal, Ínsua, Outeiro, Pereiro,
Quintas, Reborido, Regueira, S. Pedro, S. Simão, Seara,
Subcasa, Vilhadiz e Vilarelhos.
Quanto ao topónimo principal, Vitorino (de significação omitológica), deve considerar-se muito remoto. Vem pelo menos do século IX para o X, Vulturinus; e, ao longo dos tempos, acaba por desenvolver-se para Voitorinho e Vitorinho. A forma actual, Vitorino, representa uma pseudo-correcção de origem erudita de Vitorinho, tomado por alteração popular ao nome pessoal Vitorino (que logo, para se diferençar, se passou a escrever Victorino).
O determinativo “dos Piães”, que primitivamente não existia, pois só depois do século XIII ou XIV aparece, tem três vias possíveis de explicação. A primeira: Piães seria forma nasalada de “piais” (‘piaes, derivado de “pias”), e, por isso, alusão à arqueologia (“pias” ou túmulos abertos na rocha). Outra: Piães proviria do genitivo Pela gionis (de Pelagiu). Ambas parecem hipóteses a rejeitar. A última, e historicamente aceitável: Piães seria a alteração de “peões”, sendo esta a classe de vilões herdadores não cavaleiros da Idade Média. Assim se fazia a distinção entre o “das donas” (as monjas, filhas de algo, do seu mosteiro) e o outro, “dos
peões”, pelos muitos vilões desta classe popular.
A igreja de Santo André deve ser de fundação anterior à nacionalidade, embora de tal não haja notícias. Sabe-se é que, em 1220, ela tinha na freguesia "searas" e seis casais;
o Mosteiro de Carvoeiro possuía catorze; a igreja de S. Pedro de Calvelo (antigo mosteiro), onze e um quarto de uma quinta”, além de um terço de casal de “muitos bons campos e vinhas";
a igreja de Cossourado, dois casais; o de S. Martinho (Crasto), um; a Ordem do Templo, uma “quintã menos um quarto (decerto o quarto da “quintã” da igreja de Calvelo); e a Ordem do Hospital aqui tinha uma ermida, e junto dela, e dela "freguesia" talvez, habitavam três famílias, decerto sujeitas à milícia hospitalária. De acordo com a “Enciclopédia Portuguesa Brasileira”, "é natural que algumas das da freguesia represente este histórico e velho templo, por certo românico, visto que pelo menos ascenderá ao século XII; mas dela nada se deve já conservar. Ora, atendendo que ainda hoje há nesta freguesia povoações denominadas S. Pedro Fins e S. Simão, não pode ficar grande dúvida sobre a correspondência de uma das povoações à ermida hospitalária, ou, melhor, à povoação que no ano de 1220 já tinha três fogos. Distinguir, porém qual delas, é talvez impossível: as inquirições não dizem o santo titular, e qualquer deles (S. Simão ou S. Félix, isto é,
S. Fins, em português popular, culto depois agregado, em muitas partes, ao de S. Pedro advincula —festa no mesmo dia 30 de Junho, em Vitorino de Piães — e daí a sobreposição de nomes no título, S. Pedro Fins), foi objecto de 4 cultos hispânicos mais antigos e ambos muito devotos neste noroeste peninsular."
peões”, pelos muitos vilões desta classe popular.
A igreja de Santo André deve ser de fundação anterior à nacionalidade, embora de tal não haja notícias. Sabe-se é que, em 1220, ela tinha na freguesia "searas" e seis casais;
o Mosteiro de Carvoeiro possuía catorze; a igreja de S. Pedro de Calvelo (antigo mosteiro), onze e um quarto de uma quinta”, além de um terço de casal de “muitos bons campos e vinhas";
a igreja de Cossourado, dois casais; o de S. Martinho (Crasto), um; a Ordem do Templo, uma “quintã menos um quarto (decerto o quarto da “quintã” da igreja de Calvelo); e a Ordem do Hospital aqui tinha uma ermida, e junto dela, e dela "freguesia" talvez, habitavam três famílias, decerto sujeitas à milícia hospitalária. De acordo com a “Enciclopédia Portuguesa Brasileira”, "é natural que algumas das da freguesia represente este histórico e velho templo, por certo românico, visto que pelo menos ascenderá ao século XII; mas dela nada se deve já conservar. Ora, atendendo que ainda hoje há nesta freguesia povoações denominadas S. Pedro Fins e S. Simão, não pode ficar grande dúvida sobre a correspondência de uma das povoações à ermida hospitalária, ou, melhor, à povoação que no ano de 1220 já tinha três fogos. Distinguir, porém qual delas, é talvez impossível: as inquirições não dizem o santo titular, e qualquer deles (S. Simão ou S. Félix, isto é,
S. Fins, em português popular, culto depois agregado, em muitas partes, ao de S. Pedro advincula —festa no mesmo dia 30 de Junho, em Vitorino de Piães — e daí a sobreposição de nomes no título, S. Pedro Fins), foi objecto de 4 cultos hispânicos mais antigos e ambos muito devotos neste noroeste peninsular."
Encontramos, também, as seguintes referências a Vitorino de Piães no Livro Freguesias Autarcas do Séc XXI editado em 1999:
"A extensa freguesia de Santo André de Vitorino dos Piães ocupa uma área de 1351 ha situados a uma distância de 12 km da sede do concelho de Ponte de Lima.
A análise demográfica da freguesia revela que esta, nos últimos 18 anos manteve o seu universo populacional. A Junta de Freguesia indica que, o número de residentes ronda os 2400.
A taxa de actividade desta freguesia, em 1991 era de 41,4%. A população empregada foi, por sua vez, calculada em 642 trabalhadores, dos quais 30,2% se dedicavam ao sector primário, 49,8% ao sector secundário, sendo somente 19,9% aqueles que trabalhavam no sector terciário. Actualmente, a Junta de Freguesia afirma que a agricultura praticada é maioritariamente de subsistência. Apenas 10% das explorações agrícolas existentes são médias propriedades com alguma rentabilidade. O sector secundário tem como principais actividades industriais geradoras de emprego a indústria de carnes e a indústria de confecções, as quais, a par da construção civil, têm recebido os benefícios do investimento industrial verificado nos últimos anos na freguesia.
O sector terciário está presente em Vitorino dos Piães mediante o ramo comercial, dado que serviços públicos e outros se concentram na sede concelhia. O parque comercial existente apresenta alguma diversidade, sobretudo no que diz respeito ao comércio alimentar a retalho. A autarquia indica que o índice de desemprego não é significativo.
O sistema educativo presente na freguesia refere-se unicamente ao ensino básico do 1.º ciclo. Alunos do 2.º e 3.º ciclos frequentam as escolas de Freixo, a 5 km de distância, e os estudantes do ensino secundário prosseguem os seus estudos em Ponte de Lima. Relativamente à área da saúde, a população local dispõe somente de uma extensão de um centro de saúde. No que concerne à acção e solidariedade social, Vitorino dos Piães está dotada com um jardim de infância, um lar da terceira idade e um centro de dia.
No “inventário Colectivo dos Registos Paroquiais” afirma-se que “Nas Inquirições de 1220, de D. Afonso II, vem referida sob a denominação de “Sancto Andree de Voitorio”, fazendo parte da Terra de Aguiar de Riba de Lima. Em 1258, aparece como paróquia do julgado de Aguiar e, nas Inquirições de D. Dinis, de 1290, é citada como freguesia, pertencente ao julgado de Barcelos."
CAMINHO DE SANTIAGO
O sector terciário está presente em Vitorino dos Piães mediante o ramo comercial, dado que serviços públicos e outros se concentram na sede concelhia. O parque comercial existente apresenta alguma diversidade, sobretudo no que diz respeito ao comércio alimentar a retalho. A autarquia indica que o índice de desemprego não é significativo.
A questão das acessibilidades é crucial para a análise, ainda que sumária, da qualidade de vida da população. Neste capítulo, é de referir que as acessibilidades que servem a freguesia são constituídas pela E.N.204, por carreiras de transportes públicos regulares e diárias e por uma praça de taxis.
As condições habitacionais são indicador directo das infra-estruturas que condicionam a qualidade de vida da população. Dos 390 alojamentos clássicos de residência habitual, recenseados em 1991, 92,1% usufruíam de electricidade e somente 2,1% eram servidos pela rede pública de água. A autarquia afirma que, realizadas algumas obras de reestruturação e ampliação, a rede pública de distribuição domiciliária de água cobre actualmente 70% de Vitorino dos Piães, sendo o abastecimento suficiente durante todo o ano e a qualidade da água analisada periodicamente. A rede pública de saneamento continua por ser implementada. As águas residuais têm sido submetidas a tratamento por meio de fossa séptica. Por sua vez, o sistema de recolha de lixo realiza-se duas vezes por semana através de contentores.
O sistema educativo presente na freguesia refere-se unicamente ao ensino básico do 1.º ciclo. Alunos do 2.º e 3.º ciclos frequentam as escolas de Freixo, a 5 km de distância, e os estudantes do ensino secundário prosseguem os seus estudos em Ponte de Lima. Relativamente à área da saúde, a população local dispõe somente de uma extensão de um centro de saúde. No que concerne à acção e solidariedade social, Vitorino dos Piães está dotada com um jardim de infância, um lar da terceira idade e um centro de dia.
No âmbito do desporto, a freguesia possui um campo de jogos e um campo de tiro, os quais são utilizados pelo Grupo Desportivo de Vitorino dos Piães.
Na esfera cultural e recreativa, o serviço de biblioteca itinerante, a sala de espectáculos e o salão de festas constituem os principais espaços e serviços destinados à comunidade. A colectividade que promove actividades culturais na freguesia é o Grupo de Cavaquinhos da casa do Povo.
Do ponto de vista histórico, Vitorino, topónimo principal, tem uma origem que remonta aos séc. IX e X. De facto, “Vulturinus” vai com o tempo desenvolver-se para a forma actual de Vitorino. Seria então o nome que a tradição mantinha, dum antigo proprietário espano-romano. Já o determinativo “dos Piães” surge somente a partir do séc. XVIII. Na esfera cultural e recreativa, o serviço de biblioteca itinerante, a sala de espectáculos e o salão de festas constituem os principais espaços e serviços destinados à comunidade. A colectividade que promove actividades culturais na freguesia é o Grupo de Cavaquinhos da casa do Povo.
No “inventário Colectivo dos Registos Paroquiais” afirma-se que “Nas Inquirições de 1220, de D. Afonso II, vem referida sob a denominação de “Sancto Andree de Voitorio”, fazendo parte da Terra de Aguiar de Riba de Lima. Em 1258, aparece como paróquia do julgado de Aguiar e, nas Inquirições de D. Dinis, de 1290, é citada como freguesia, pertencente ao julgado de Barcelos."
Caracterização Sócio-Económica
Vitorino dos Piães é uma das 51 freguesias do concelho de Ponte de Lima, com características marcadamente rurais e com alguma actividade económica centrada na indústria de construção civil e nos serviços (comércio) bem como em estabelecimentos similares de hotelaria.
É também uma freguesia com uma dinâmica associativa muito elevada, aqui existem, entre outras:
- Na nossa freguesia foi criado o primeiro Centro Escolar do concelho de Ponte de Lima, que abarca toda a aprendizagem das crianças da freguesia desde o Jardim-de-infância até ao fim do 1.° Ciclo do Ensino Básico.
É anexo ao Centro Escolar que foi inaugurado, pela Câmara Municipal de Ponte de Lima, no final do mês de Setembro de 2005 o Pavilhão Gimnodesportivo da freguesia.
- Continua a funcionar em instalações da Casa do Povo uma extensão do Centro de Saúde do Concelho de Ponte de Lima com apoio médico e de enfermagem;
- A casa do Povo de Vitorino dos Piães com serviço de apoio à infância (creche) e à terceira idade (centro de dia e apoio domiciliário);
- O Grupo Desportivo de Vitorino dos Piães que se dedica sobretudo à formação e competição de futebol amador;
A delegação da Cruz Vermelha Portuguesa;
- A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Jardim-de-infância e da Escola do l.° Ciclo;
- O Clube de Caçadores;
- Uma Associação de Motards;
- Junto da Paróquia funcionam l Grupo de Jovens;
- Um Agrupamento do Centro Nacional de Escutas (Escuteiros);
- Está constituído um Conselho Directivo de Baldios para administração do respectivo baldio da freguesia.
Gastronomia
Arroz de Sarrabulho
Ingredientes:
- 1/2 Kg. de carne de vaca (ganso redondo)
- 1/2 Kg. galinha gorda
- 1/2 Kg. de costeletas de porco frescas
- 1 osso de assuão fresco
- 150 g. de chouriço de carne (caseiro)
- 1/2 coração de porco
- 1/4 kg. de bofe de porco
- 1 Kg. de arroz
- 1/4 de litro aproximadamente de sangue de porco (ao que se junta um pouquinho de vinagre para não coagular).
- 1/2 Kg. galinha gorda
- 1/2 Kg. de costeletas de porco frescas
- 1 osso de assuão fresco
- 150 g. de chouriço de carne (caseiro)
- 1/2 coração de porco
- 1/4 kg. de bofe de porco
- 1 Kg. de arroz
- 1/4 de litro aproximadamente de sangue de porco (ao que se junta um pouquinho de vinagre para não coagular).
Preparação:
1. Num tacho, põem-se as carnes todas a ferver em 3 litros aprox. de água fria, junta-se um pouco de louro, cravinho, noz moscada, sal e pimenta.
2. Deixam-se cozer as carnes muito bem retirando a espuma que se forma na superfície.
3. Logo que as carnes estejam bem cozidas, retira-se tudo do lume.
4. As carnes depois de arrefecidas são desfiadas.
5. À calda de cozer as carnes, depois de rectificados os temperos é retirada a gordura que porventura esteja a mais, leva-a novamente ao lume e deixa-se levantar fervura tendo já acrescentado a água necessária.
6. Junta-se o arroz.
7. Quando estiver meio cozido, junta-se as carnes desfiadas e o sangue liquefeito.
8. Rectificam-se temperos e deixa-se ferver até o arroz estar cozido completamente.
9. Junta-se-lhe, então, sumo de limão, cravinho e cominhos em pó.
10. Serve-se, de imediato.
Em travessa à parte vão os rojões e as frituras de belouras, chouriça de verde e tripa enfarinhada. Os rojões levam também batata loura, cortada em cubos e vão guarnecidas as travessas com limão às rodas e salsa em ramo.
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