quinta-feira, 2 de junho de 2011

FREGUESIA DE LAÚNDOS




rEGIÃO               nORTE
SUB  REGIÃO      Grande porto
DISTRITO         porto
CIDADE           povoa de Varzim
Freguesia Laúndos





Brasão:
escudo azul, balança de prata de lâminas flamejantes de vermelho, perfilada e guarnecida a ouro, entre duas armações de moinhos de ouro, vestidas e coroadas de prata, em chefe um par de arrecadas de ouro em ponta. Por cima uma coroa moral de prata de três torres.
Os 3 castelos simbolizam uma aldeia e não uma cidade; Azul e amarelo são as cores de Laúndos; as 2 argolas simbolizam o par de arrecadas em ouro encontradas no Monte de S. Félix; a Balança e espada simbolizam o padroeiro, S. Miguel de Laúndos, que é o anjo que defendia o céu (espada) e seleccionava os bons e os maus (balança); as armações de Moinho simbolizam os moinhos existentes no Monte de S. Félix.
Bandeira:


amarela, cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.




Selo:

nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Laúndos – Póvoa de Varzim”.




História


A Freguesia de Laúndos aparece referenciada num documento de 1033 com o nome de “Montis Lanutus”. Já em 1400 aparece com a grafia actual.
Tal como outras freguesias, Laúndos chegou a pertencer a Barcelos, mas em 1836 com a reforma administrativa passou a pertencer ao concelho da Póvoa de Varzim.

O vocábulo Laúndos tem mais de uns milhares de anos e um povo que aqui


Laúndos é indubitavelmente um topónimo antigo e como tal deve ser considerado como característica comum à maioria dos seus habitantes. Laúndos sempre esteve ligado ao Monte de S. Félix, no qual viveu um povo castrejo pré-histórico, tendo como prova o par de brincos proto-históricos, encontrados nos restos do castro, com o nome de Arrecadas de Laúndos, em exposição no Museu de Soares dos Reis no Porto.


Os habitantes da freguesia devem-se chamar Laundenses. Contudo, concorde-se que custa mais a pronunciar do que Lanutenses. Esta última forma também é preferida com a intenção de preservar o nome original latino: Lanutus.

A população que habitava o castro de S. Félix dedicava-se à agricultura, pequena indústria e pastorícia (este povo trabalhava em cerâmica, fabricando telhas e diversos vasos, trabalhando também em ouro, e finalmente por necessidade, agricultor-pastor para a sua alimentação e vestuário).

Além de ser um povo preparado para a guerra, povo guerreiro, por necessidade de se defender de povos invasores vindos do nascente, necessidade essa que o levou a erguer muralhas no cimo deste monte, no século V, da nossa era, este povo desceu do castro e foi habitar para as planícies, procedendo ao abate das florestas para as poder cultivar.


Em tempos não muito distantes, em casa as mulheres preparavam e teciam o linho, utilizando material que hoje merece repousar em museus. Até aos finais do século XX, o linho deu lugar ao farrapo e dos teares saíram verdadeiras preciosidades em mantas. É de referir, que muitas casas de lavoura possuíam moinhos manuais apropriados à trituração do milho. Estes moinhos têm desaparecido ao longo do tempo, visto que foram substituídos pela inovação tecnológica.

No entanto, no Monte S. Félix ainda existem 5 exemplares desses moinhos, a maior parte estão transformados em residência de férias. Somente dois estão no seu tamanho original e destes dois, apenas um pode moer. Neste mesmo moinho quando se fizeram os seus alicerces, a pouca profundidade, encontrou – se uma púcara de barro, queimada por fora e gordurenta no interior, debaixo de uma lâmina de xisto negro e assente sobre telha ou tijolo, que ao achador parecia lareira. A púcara guardava o tesouro: um par de arrecadas em ouro (Arrecadas de Laúndos).
As arrecadas de Laúndos foram adquiridas e levadas para um Museu Nacional do Porto, hoje com o nome de Soares dos Reis.



MONTE DE SÃO FELIX
Este monte eleva-se a duzentos metros acima do nível do mar. Nos inícios do século passado, foram realizadas escavações no alto do monte para estudar o astro que aí existia. Foi então encontrado, dentro de um púcaro de barro, um tesouro arqueológico: um par de arrecadas em ouro e um bolo em prata. As arrecadas de Laúndos foram adquiridas e levadas para um Museu Nacional do Porto, hoje com o nome de Soares dos Reis.

Pelos numerosos vestígios pré-históricos encontrados no sítio, pode-se afirmar que os habitantes fabricavam cerâmica micácea e eram artífices de objectos de ourivesaria.


Sendo este monte um marco natural, em 1850 o Estado Português levantou um marco geodésico no cume.






São contudo os moinhos de vento que tornam este monte bastante atraente, assim como

a capela de S. Félix erguida nos anos trinta do século XX em substituição de uma pequena ermida que lá existia.

esta capela dois altares setecentistas. A devoção a S. Félix, “advogado dos males desconhecidos”, já vem desde tempos remotos e a sua romaria realiza-se no primeiro domingo de Setembro.


No ano de 2000, foi inaugurado


 o monumento ao Emigrante, oferta de um luso-brasileiro, o Dr. Giesteira, no topo de um escadório, construído nos anos sessenta pela população de Laúndos, que o mesmo benfeitor renovou e mandou adornar com jardins, tendo estes várias representações, tais como: a bandeira de Portugal e do Brasil, palavras como paz, amor entre outras coisas.

Estalagem de S. Félix, no alto do monte, permite ao visitante usufruir por algum tempo do privilégio que é viver em Laúndos com os olhos no Oceano


FESTAS E ROMARIAS


São Miguel:

Festa do Padroeiro São Miguel Arcanjo, realiza-se no dia 29 de Setembro, com uma procissão em sua honra.






Imaculada Conceição:


A festa da Imaculada Conceição consta de um dia dedicado ao Santíssimo Sacramento através da celebração do Sagrado Lausperene. Realiza-se no dia 8 de Dezembro.











São Félix:





romaria a São Félix realiza-se no 1º domingo de Setembro.



Nossa Senhora da Saúde:
A romaria à Senhora da Saúde realiza-se no primeiro domingo de Agosto com três dias de festa.


Peregrinação a Nossa Senhora da Saúde:
Pelos registos sabe-se que esta Peregrinação surgiu através de uma sugestão de D. Maria da Paz Varzim da Cunha e Silva Barbosa, a Mons. Pires Quesado, para que se fizesse uma peregrinação anual, no último Domingo de Maio, a Nossa Senhora da Saúde de Laúndos.
Desde Maio de 1947 até aos dias de hoje, tem crescido o número de peregrinos.

Em que consiste esta Peregrinação?

No dia 13 de Maio, a imagem de Nossa Senhora da Saúde é transportada pelos Bombeiros Voluntários, até à Igreja Matriz da Póvoa de Varzim.

A 27 de Maio a imagem volta à Igreja de Nossa Senhora da Saúde, esta feita em peregrinação e acompanhada por milhares de fiéis de diversos locais, à semelhança do que tem vindo a acontecer em todos os anos.


O dia da peregrinação inicia-se com uma missa na Igreja Matriz, às 7h30, sendo que às 9h00 dá-se a saída da Grande Peregrinação à Senhora da Saúde.
Percorridos os sete quilómetros a pé e chegados a Laúndos, ao recinto da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, celebra-se a Eucaristia do Peregrino. Às 16h00 tem lugar a Oração da Tarde e, já no final, o Adeus à Senhora.
Esta é uma das festividades religiosas que mais devotos reúne, vindos um pouco de todo o concelho e até de concelhos vizinhos. Calcula-se que no ano de 2007 passaram dezenas de milhares de peregrinos só nesse dia.

É importante referir que por detrás desta grande Peregrinação, há uma grande ajuda por parte da população da freguesia, pois estes contribuíram para a construção de um tapete em flores no interior do Santuário, como para o seu exterior, que é feito na madrugada de 27 de Maio.




Paróquia de S. Miguel de Laúndos
Esta é uma paróquia antiga, denominada no "Censual" do séc. XI por "De Sancto Micahel de Lanutos" na Terra de Faria.
No séc. XVI andava anexa à Mesa Episcopal e intitulava-se Abadia da Mitra.





A Igreja paroquial situa-se no extremo-sul da freguesia e tem junto a residência do pároco e o passal. Sendo pequena em dimensão, os serviços do culto, aos domingos passaram para o Santuário de Nossa Senhora da Saúde, resultado da devoção de um clérigo local que mandou construir uma pequena Capela no sopé do Monte de S. Félix, na primeira metade do séc. XIX. Esta Capela foi, depois, ampliada de forma elegante e airosa. Estas obras decorreram no fim do séc. XIX transformando com isso a Capela em Santuário.

No alto do Monte está uma Capela dedicada ao Mártir S. Félix, mas que a tradição local atribui a um eremita local ligado à lenda de S. Pedro de Rates.

Ao Santuário de Nossa Senhora da Saúde acorrem em peregrinação anual, aos milhares, os povos das freguesias vizinhas, sobretudo do litoral da Póvoa e Vila do Conde. A peregrinação tem carácter arciprestal. Realiza-se no último domingo de Maio.
Todos os anos a Paróquia celebra a uma festa em honra de N.a Sr.a da Saúde no primeiro domingo de Agosto, uma festa em honra da S. Félix no primeiro domingo de Setembro e uma festa em honra do seu padroeiro, S. Miguel, a 29 de Setembro.
Mais informações sobre a paróquia podem ser encontradas em www.paroquiadelaundos.pt

Gastronomia
Pescada à Poveira 
Ingredientes:
1 pescada de Póvoa de Varzim;
1 folha de louro;
2 kg de batatas;
2 molhos de grelos;
10 ovos;
7,5 dl de azeite;
2 cebolas;
1 colher de chá de colorau doce;
2 colheres de sopa de vinagre;
sal;
1 pão cacete.
Confecção:
1.  Depois de escamada e lavada corta-se a pescada em postas com 5 cm de espessura.
2.  Tempera-se com sal e deixa-se ficar assim durante algumas horas.
3.  Em seguida, lava-se a pescada e deixa-se ficar em água fria enquanto se leva ao lume um tacho com água. 
4.  Assim que esta água ferver introduz-se o peixe com uma folha de louro.
5.  Deixa-se levantar fervura novamente que se quebra juntando um pouco de água fria.
6.  Deixa-se então cozer a pescada durante alguns minutos (depende da espessura).
7.  Tiram-se as postas cuidadosamente com uma escumadeira para não se desfazerem.
8.  Entretanto, têm-se cozido as batatas, os grelos e os ovos e cortado o pão em fatias (não tendo cacete pode servir papo-seco) e preparado o molho fervido, que se faz como segue:
a.  deita-se a cebola picada num tachinho com azeite e colorau.
b.  Deixa-se ferver um pouco e adiciona-se o vinagre.
c.  Tempera-se com sal e pimenta.
d.  Dispõem-se as fatias de pão no fundo de uma "bacia" (prato grande e fundo de barro vermelho).
e.  Rega-se com um pouco do molho e colocam-se por cima as postas de pescada, as batatas, os grelos e os ovos cortados às rodelas.
f.    Cobre-se tudo com o molho fervido.


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