quarta-feira, 29 de junho de 2011

FREGUESIA DE PAÇOS DE GAIOLO

rEGIÃO               norte
SUB  REGIÃO      tamega
DISTRITO         pOrto
CIDADE           marco de canaveses
FREGUESIA  Paços de Gaiolo
Caracterização da Freguesia:


Orago:
S. Clemente






Actividades económicas:  
Agricultura, mobiliário, carpintaria e serralharia


Festas e Romarias:
S. Clemente (26 de Novembro), Nossa Senhora da Livração (último domingo de Maio)









Património cultural e edificado:
Capela de S. Martinho,







 igreja matriz, Casa Grande, Casa Gaiolo e Casa Buzio



Gastronomia:
Anho assado
Ingredientes:- cebola
-dentes de alho
-folhas de louro
-vinho branco
-limões
-pimenta
-sal
-óleo
-cravinho
-Anho
-Batatinhas para assar

 
Preparação:
1.  Coloque o anho em água temperada de sal, juntamente com a pimenta, o louro, os alhos,  e os limões,cortados em rodelas.
2.  Reserve de um dia para o outro.
3.  Numa caçarola deite  o óleo, a pimenta,o cravinho e um pouquinho de colorau e, reserve.
4.  Forre o fundo de um tabuleiro com cebola cortada em rodelas e, por cima, disponha o anho, aí deite por cima  o molho anterior.
5.  Leve ao forno a 220º.
6.  Quando o anho estiver quase pronto, junte batatinhas cozidas e passadas pela certá.
7.  É só para dar o gostinho do assado.
8.  Sirva com arroz e uma boa salada.



Artesanato:
Tecelagem











Colectividades:
Fanfarra Cultural Recreativa de Paços de Gaiolo e Futebol Clube de Paços de Gaiolo



Historia

A freguesia de S. Clemente de Paços de Gaiolo, situa-se na zona sul do concelho e é de criação recente, apesar de se conhecerem documentos que citam este topónimo já no século XII. No entanto, foi Fandinhães quem historicamente se sobrepôs, limitando-se Paços de Gaiolo a ser um curato de Fandinhães, até que no século XVIII as posições se inverteram, passando Fandinhães a ser um lugar desta freguesia.
   
Esta vila de Fandinhães era uma das mais antigas e mais importantes dentro do Território da Anégia.
Da Idade Média, encontraram-se recentemente no Monte do Castelo, perto de Fandinhães, uns pedaços de calçada da via que ligava a vila ao exterior. Existe uma lápide sepulcral do século XII, com cruz latina no adro da Capela de S. Brás.

Ao que parece, houve nesta região uma rede de "villas" rústicas de origem germânica, algumas das quais derivaram de algumas paróquias ou lugares que sobreviveram ao tempo. Uma delas seria a "Vayolo", um sobrenome que no século XII servia para um indivíduo chamado D. Paio Vaiolo, se é que o nome da freguesia não anda, como reza a lenda ligado à princesa Gaia, irmã do príncipe mouro Gaiolo que se vingou do rapto que o rei Ramiro fez da irmã, roubando por seu lado D. Urraca, a mulher de D. Sancho.
Mais importante que tudo isso, parece ser o facto de Paços de Gaiolo ter sido uma das poucas beetrias portuguesas que se manteve com a autonomia e o privilégio da escolha do senhor ao qual queria ater-se, pelo menos até ao reinado de D. Sebastião. Foi nessa altura criada a paróquia de Paços de Gaiolo, autónoma da de Fandinhães, cuja Matriz era a Capela de S. Brás, situada nas faldas da serra de Montedeiras e que no início teria sido uma igreja românica. O corpo da igreja foi desfeito em 1726 e dele só resta a cabeceira. Desta longa e rica história, resta este património de que a população se orgulha, apesar dos poucos meios de que dispõe para preservar e divulgar.
De facto, a freguesia, com cerca de 730 ha, tem pouco mais de 1.000 habitantes, mas as condições de vida aqui não têm sido as melhores. Veja-se por exemplo, como entre 1981 e 1991, a freguesia teve um decréscimo populacional da ordem dos 3,6%. Muitos foram os que emigraram na busca de melhor sorte.
   




Outro índice é a taxa de analfabetismo que em 1991 era de 14,4%, bastante acima da média concelhia (10,4). Nesse mesmo ano (1991), o sector primário ainda ocupava 31,5% da população activa, enquanto a média concelhia, mesmo alta, já era só da ordem dos 12,5%. O sector secundário, apenas era responsável por 54% do emprego e o terciário não ia além dos 14,6%. As principais actividades do sector secundário andavam e andam ligadas às oficinas de mobiliário, carpintarias e serralharias, enquanto que a agricultura difícil e de fraca rentabilidade quase só funciona para auto-sustento de algumas famílias ou como complemento da economia familiar.



Os naturais de Paços de Gaiolo gostam de lembrar esse passado e de chamar a atenção para os valores rurais que apreciam e nos quais esse passado se fundamentou. E mostram-no com natural orgulho e com uma autonomia perante tudo, que nos faz lembrar os tempos em que era o povo quem escolhia o senhorio que muito bem queria. Quanto aos valores rurais, esses herdaram- nos do tempo em que Fandinhães era uma vila rústica que os invasores germânicos aqui retomaram aos descendentes dos hispano-romanos, tal como se fez em Ambrões.
O topónimo Paços ai está para lembrar como nas margens do Douro, por entre encostas elevadas e difíceis de trabalhar, há séculos que há gente de trabalho e gente de nobreza. Aliás, tudo leva a crer que esta "beetria" de Paços de Gaiolo pertenceu a D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, que não deixaria também de por aqui vir de quando em vez.
   
Muito tempo mais tarde, os de Gaiolo escolheriam o Infante D. João (o rei D. João II) e depois dele, o Infante D. Afonso, herdeiro do Reino. É que, apesar de pertencerem ao concelho de Benviver, para questões de foro criminal, no foro civil e em tudo o mais, prezavam muito a sua liberdade de serem pertença de gente que os compreendesse e defendesse.


E não faziam por menos; escolhiam os Infantes herdeiros, pois que mais vale ir logo a Deus que aos santos intermediários. Paços de Gaiolo só perdeu os seus privilégios quando o Corregedor do Porto, já na segunda metade do século XVI, imbuído de ambição centralizadora, fez com que D. Sebastião exigisse que os de Gaiolo apresentassem documentação escrita a provar o que sempre tiveram. Como nada estava escrito...















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