quinta-feira, 16 de junho de 2011

FREGUESIA DE DOIS PORTOS

rEGIÃO               centro
SUB  REGIÃO      oeste
DISTRITO         leiria
CIDADE           torres vedras
FREGUESIA  Dois Portos
SÍMBOLOS HERÁLDICOS
Publicada no Diário da República, III Série de 01/07/1997
Brasão-
 Escudo de púrpura, uma asna ondeada de prata e azul de três tiras entre duas pipas de ouro, com aduelas de vermelho, em chefe e uma locomotiva de prata, realçada de negro, em ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro : " DOIS PORTOS ".





Bandeira  
De branco, cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança de ouro.







GENERALIDADES




Padroeiro:
 S. Pedro






Atividades económicas:
Agricultura, indústria e comércio




Festas e Romarias:

 N. Sra. dos Anjos (1.º dom. de Setembro), N. Sra. dos Prazeres (1.º dom. de Pascoela), Procissão dos Passos (Dom. da Quaresma), N. Sra. da Guia (2.º dom. de Agosto), Santa Catarina (1.º dom. de Junho), N. Sra. da Purificação (1.ª semana de Fevereiro), S. José (último dom. de Julho) e N. Sra. da Luz (22 de Janeiro)

Património cultural e edificado:
FONTANARIO
CAPELA DOS MILAGRES

IGREJA MATRIZ



Igreja matriz, pontes romanas, fontes, capelas dos Milagres, do Sirol, de S. Pedro e da Patameira, solares, quinta da Conceição, quinta do Espanhol, moinhos e cruzeiro

Outros Locais: 
Serra do Socorro e Ribeira de Maria Afonso





Colectividades:

Assoc. de Desporto, Recreio, Cultura e Melhoramentos de Dois Portos, Assoc. Desp. e Recreativa “Os Sizandros”, União Recreativa Parameirense, Assoc. Cultural, Recreativa e Desportiva do Furadouro, Assoc. Cultural, Recreativa, Desportiva e de Melhoramentos de Outeiro da Zibreira,

Assoc. Recreativa e Desportiva da Caixaria, Assoc. Cultural, Recreativa e de Melhoramentos de Sirol, Assoc. Recreativa e Desportiva de Bulegueira, Centro Popular de Trabalhadores de Ribaldeira e Assoc. de Caçadores da Freguesia de Dois Portos
Gastronomia:
Cabrito à labrego, borrego guisado, cachola de porco, sarrabulho, cevada e doce de grão

Cachola de Porco
Ingredientes
400 g de fígado
400 g de bofe
200 g de rissol de porco
2 dl de sangue líquido (posteriormente cozer)
2 dl de vinho branco
Água q.b.
2 cebolas médias
4 dentes de alhos
1 folha de louro
cravinho, noz moscada, sal e pimenta q.b.
1 ramo de salsa
Azeite q.b
0,5 kg pão alentejano
4 laranjas


Modo de Preparo
  1. Num tacho grandinho, fritar o rissol (até ficar seco) , depois retirar o torresmo.
  2. Fica no tacho a gordura se necessário deitar um pouco de azeite e juntar as cebolas picadas, os alhos deixar refugar um pouco e juntar as miudezas partidas em pedacinhos assim como todos os condimentos e o vinho.
  3. Deixar cozer  e ir deitando água. Quando estiver cozido juntar o sangue (já cozido) partido aos pedacinhos.
  4. Deixar levantar fervura e está pronto a comer.
Modo de servir:
 Numa terrina deita a sopa, numa cesta o pão fatiado fino e numa travessa as laranjas descascadas e partidas em rodelas.


Artesanato:
Sapataria manual, piões de madeira e outras miniaturas, pintura em louça decorativa e na tela e latoaria




A cerca de dez quilómetros da sede do concelho e a quarenta de Lisboa, a freguesia de Dois Portos está situada junto da margem direita do rio Sizandro. Tem uma área de cerca de quarenta quilómetros quadrados.
O nome da freguesia pode ser explicado através de duas lendas populares diferentes. A primeira conta uma viagem de S. Pedro e Santo André, que numa viagem de evangelização foram apanhados no mar, no meio de uma terrível tempestade, e tiveram de recolher, sãos e salvos, a dois portos. São esses portos que as almas devem tentar alcançar. Outra versão aponta para a localização geográfica da freguesia num passado distante. Nessa altura, era Dois Portos um lago, para o qual convergiam dois vales. Este lugar servia assim de porto desses dois vales.

RESENHA HISTÓRICA

Dois Portos pertenceu até 24 de Outubro de 1855, como simples lugar, ao concelho de Ribaldeira. Quando este foi extinto, passou para o de Torres Vedras. Na mesma data, foi elevado à categoria de freguesia. Em termos eclesiásticos, esta paróquia foi um curato da apresentação dos priores das quatro freguesias da vila de Torres Vedras. O cura tinha de rendimento anual cerca de trinta mil réis.

Em “Viagem a Portugal”, José Saramago descrevia a sua (frustrada) passagem pela freguesia: “A Dois Portos foi o viajante, mas não pôde desembarcar. A igreja, lá no alto, estava fechada, e só o padre autorizaria a entrega da chave. O viajante conferenciou longamente à porta da casa paroquial, mas devia estar nos seus dias de cara de bandoleiro, porque a todas as razões de interesse e urgência a criada (se criada era, se não era antes parente) opunha uma recusa firme e delicada, por baixo da qual tentava esconder-se evidente temor de que o viajante fosse o ratoneiro que obviamente parecia. Teve pena de não ver o tecto mudéjar e o S. Pedro quinhentista. Se o doente a quem o padre teria ido visitar melhorou com o conforto espiritual, o viajante perdoa a decepção.
Mas se a chave da igreja não trancou a porta da morte, então todos perderam, o padre os passos, o doente a vida, o viajante o gosto”.
Nasceu nesta freguesia Henriques Nogueira, famoso republicano federalista. Nasceu em 1825 e morreu em 1858, com pouco mais de trinta anos.

Outro dos pontos de grande interesse arquitectónico desta freguesia é a Quinta do Espanhol. Deve o nome ao facto de ter sido fundada no século XV por Felippo Pallastrelli, denominado “O Espanhol”. Natural de Placência, veio para Portugal no séquito da rainha D. Leonor, mulher de D. Duarte. Recebeu das mãos de D. João I vários terrenos no termo de Torres Vedras, entre os quais se contava o território da actual freguesia de Dois Portos. Uma bisneta deste fidalgo, Fellipa, viria a casar com o célebre Cristóvão Colombo.

Um outro bisneto, João Lopes Perestrelo, sepultado na igreja paroquial de S. Pedro de Torres Vedras, vinculou em 1542 a propriedade, que não mais saiu da posse da sua família.


Quanto ao solar da quinta, tem alpendres sobre colunas, grilhagens de tijolo e portas e janelas da época manuelina, com capitéis. Algumas destas janelas são da época da construção da casa. No século XVIII, depois do terramoto de 1755, foi construída na frontaria uma varanda em lógia com colunata, ao estilo italiano, para a qual se sobe por uma escadaria de acesso. Na varanda, por cima da porta de entrada, pode ver-se o busto em baixo relevo de João Lopes Perestrelo, o fundador deste morgado. Tem capela, a qual se encontra coberta com azulejos de albarradas do século XIX. Foi reconstruída, com bom gosto e respeito pelos valores originais, em meados deste século.





























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