REGIÃO NORTE
SUB REGIÃO TRAS – OS - MONTES
DISTRITO BRAGANÇA
CIDADE BRAGANÇA
Freguesia Izeda
Brasão: escudo de verde, uma oliveira arrancada de prata, frutada de negro, entre duas gavelas de trigo de ouro, atadas com cordão vermelho; em chefe, uma rosa de ouro, botonada de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "IZEDA"
Bandeira: esquartelada de amarelo e vermelho. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei,
Izeda é uma freguesia portuguesa do concelho de Bragança, com 33,77 km² de área e 915 habitantes (2001). Densidade: 27,1 hab/km².
Atravessando um longo período de apagamento e mesmo certo declínio logo a partir dos finais do século passado, a freguesia acabaria por dar indícios de recuperação na segunda metade desta centúria, culminando em 1990 na respectiva elevação à categoria de Vila. Abarcando uma parcela da bacia orográfica do Sabor, à margem direita daquele curso de água, Izeda estende-se a ocidente por área planáltica de mediana altitude (entre os 500 e os 750 metros), pouco acidentada em termos topográficos.
Ocupando a extremidade meridional do território concelhio, a freguesia de Izeda abarca uma considerável superfície, confrontante, respectivamente a sul e nascente, com os vizinhos municípios de Macedo de Cavaleiros e Vimioso. Distando uns quarenta quilómetros para sul da capital concelhia, Izeda tem na E.N. 217 o seu principal eixo de ligação viária com aquele núcleo urbano.
Pinho Leal, sempre inventivo, reclamava o topónimo Izeda como suposta corrupção de “Yazeda”, que em português antigo significaria estância ou enseada. Leite de Vasconcelos apontava o latim “iliceta” (azinhal), interrogando por sua vez o Abade de Baçal se não proviria do arábico nome próprio “Yezid” (embora acrescentando que em um documento do século XI surge igualmente o nome arcaico português “Oseda”): As míticas origens da localidade desde cedo se alimentaram igualmente da imaginação e criatividade quer de eruditos, quer da tradição oral popular.
História
Tendo encabeçado um concelho de efémera duração, a Vila de Izeda conheceu já algum protagonismo administrativo, paralelamente a uma certa pujança demográfica e económica.
Atravessando um longo período de apagamento e mesmo certo declínio logo a partir dos finais do século passado, a freguesia acabaria por dar indícios de recuperação na segunda metade desta centúria, culminando em 1990 na respectiva elevação à categoria de Vila. Abarcando uma parcela da bacia orográfica do Sabor, à margem direita daquele curso de água, Izeda estende-se a ocidente por área planáltica de mediana altitude (entre os 500 e os 750 metros), pouco acidentada em termos topográficos.
Economia
Adquirem aqui alguma expressão as actividades industriais (sobretudo ligadas ao sector da construção civil) e terciárias, sendo porém na agro-pecuária que temos de procurar ainda o principal esteio da economia local (assumindo a olivicultura certo protagonismo especifico). Contra os 1.216 residentes noticiados em meados do século, a freguesia registará hoje um pouco menos de um milhar (942).
Património
O informe, precioso do ponto de vista arqueológico, não terá sido ainda convenientemente explorado no terreno. Bastará a significativa abundância de estações castrejas em freguesia limítrofes (nada menos que três em Calvelhe e uma outra em Paradinha Nova) para aferir das probabilidades de um recuado povoamento proto-histórico no aro da actual Izeda.
Embora comumente referida como “romana”, a Ponte de Izeda, alçada sobre o rio Sabor entre esta freguesia e a vizinha Santulhão (esta já pertencente a Vimioso), é um magnífico exemplar de arquitectura pontística, com seus múltiplos arcos e perfil “em cavalete”. Dotada de quatro talhamares (que sobem até à altura do fecho dos arcos, mostrando um perfil arredondado a montante e agudo nos voltados e jusantes), a estrutura de alvenaria, em rocha xistosa da região apresenta um amplo arco central bastante aberto e mais quatro outros arquetes (dois de cada lado), estes já levemente apontados e de tamanhos desiguais.
Sendo uma construção de fábrica inequivocamente baixo-medieval, esta ponte mostra-se estreita e dotada de guardas, sob a forma de muretes de topo abaulado).
Em 1987 foi erguida, a escassas centenas de metros, uma segunda ponte, em betão armado e tabuleiro recto assente sobre múltiplos pilares (cerca de 250 metros de comprimento e 40 de altura).
No domínio da arquitectura religiosa, contam nesta freguesia, para além da Igreja Matriz (de amplas proporções e fábrica setecentista), uma mão cheia de templetes, a saber: a Capela de Santa Catarina (construída em 1982, no lugar da antiga, em ruínas, do século XVI; actual data de 1982), a Capela de Santo Apolinário (possivelmente já deste século, embora o par de colunas “toscanas” do pequeno alpendre pareça denotar certa antiguidade) e já aludida Capela de Santa Eulália (em ruínas).
Existiram ainda templetes invocados a Nossa Senhora da Conceição (particular e datado de 1860) e a dita Capela dos Frades, no Bairro da Veiga. Muito curiosa é a atribulada história de uma casa conventual, instalada pelos meados da primeira década deste século em Izeda e constituída por Missionários do Imaculado Coração de Maria. A dita comunidade esperava edificar um colégio e Igreja, tendo-se inclusivamente iniciados a sua construção, que ficaria interrompida e abandonada, com a ida dos missionários para Espanha.
Outro ambicioso projecto que não passaria dos limbos foi o da erecção de um sumptuoso Santuário do Coração de Maria, assinado por arquitecto madrileno e patrocinado por duas abastadas irmãs de Izeda – Maria Rosa e Maria Clara Martins. O magnificente templo, de estrutura neogótica, viu a sua primeira pedra benzida em 1909, atingindo as paredes no ano seguinte, uma altura de dois metros. Ficar-se-ia o arrojado projecto por ali, com o entaipamento de portas e janelas.
Na entrada principal do edifício da antiga colónia correccional, pode ainda observar-se um exímio trabalho de cantaria interrompido. Subsistirá em Izeda, no Bairro do Pereiro, a memória toponímica do local de assento da antiga Igreja Paroquial (em uma casa particular da Rua da Fonte do Mouro há uma pedra com data de 1622).
O actual templo foi edificado em 1757, ostentando uma traça bastante austera. A estrutura é demarcada por uma planta rectilínea e uma volumetria simples, onde sobressaem os corpos da torre sineira – em posição central e avançada em relação a parede fronteira – e uma espécie de “Zimbório”, central de planta quadrangular, provido de lanternim e levemente sobrelevado. No vasto, ajardinado e bem cuidado adro, pode apreciar-se uma pia de água benta bem em granito, alegadamente proveniente da arruinada Capela de Santa Eulália. Vasta mole arquitectónica, alvejando entre o acastanhado da paisagem circundante, é o Estabelecimento Prisional Central de Izeda, primitivamente Escola Profissional de Santo António.
Antigamente, nos tempos livres, os homens de Izeda distraíam-se a jogar ao fito, à relha, ao ferro e ao calhau, enquanto que as mulheres passavam os seus tempos livres a fazer lindas rendas (panos de enfeitar, colchas, toalhas, etc.). Estes jogos tradicionais, actualmente, estão praticamente extintos, mas ainda existem mulheres que fazem diversas rendas
Butelo com casulas
O actual Complexo data de 1960, integrando um vasto corpo rectangular de três pisos (o térreo aberto em arcaria de volta perfeita), adossado ao qual se observa, a um dos flancos, uma ala lateral rematada por sóbrio templete.
Ingredientes:
- 1 kg de carne
- 1 butelo ou carne de fumeiro (podem ser também patas, orelheira, costelas).
Modo de Preparo:
1. As cascas (há também quem lhe chame casulas e vasas são um produto típico de Trás-os-Montes, nomeadamente da Terra Fria.
2. Come-se sobretudo no Inverno e é muito frequente encontrá-lo entre os petiscos do Entrudo.
3. Trata-se de um feijão que se colhe ainda na vagem quando o grão está bem formado, mas ainda não seco.
4. A vagem parte-se (ou não) em bocados e põe-se a secar ao sol, durante vários dias, sobre palha ou mantas.
5. Depois de bem secas, as Casulas guardam-se em saquinhos de pano, para consumir nos dias frios de Inverno.
6. De véspera, põem-se as cascas de molho em água fria abundante (para as hidratar).
7. No dia seguinte, cozem-se com sal (na panela de pressão, 45 mn) juntamente com o butelo.
8. Na falta deste, utiliza-se carne de fumeiro e um bocado de presunto.
9. Quando tudo estiver cozido, escorrem-se as cascas para um prato fundo, dispõem-se por cima as carnes em bocados e rega-se tudo com azeite transmontano cru.
NOTA Há quem faça sopa com a água de cozer as cascas e a carne.
Esta sopa é basicamente constituída por fatias de pão de trigo amolecidas com o referido caldo
Esta sopa é basicamente constituída por fatias de pão de trigo amolecidas com o referido caldo
Butelo, Palaio ou Bulho
Não se usa marinada como líquido de tempero, mas apenas a água que foi fervida com alhos e coada.
Esta água acrescenta-se diariamente durante 4 dias.
*O Butelo é um enchido característico do Nordeste Transmontano, que se faz na altura das matanças e se guarda para comer mais tarde.
Faz parte, em muitas terras, dos «Cozidos de Carnaval», em conjunto com outros enchidos, mas pode acompanhar sozinho as Cascas ou Casulas, embora não seja frequente.
O Butelo recebe vários nomes, conforme as terras, o que não deixa de estabelecer uma certa confusão: Butelo no Norte do Distrito de Bragança, chamam-lhe Bulho em terras de Mogadouro e Palaio na região de Moncorvo.
É um enchido muito «caseiro», de escassa comercialização.
Ingredientes:
- os ossos tenros das costelas e do espinhaço do porco
- 1 rabo de porco (facultativo)
- água
- vinho tinto
- 4 bons dentes de alho
- 2 colheres de sopa de colorau (doce e picante)
- 2 rodelas de laranja
- malagueta (ou piripiri)
- sal
- a tripa larga e folhosa do porco (ceco)
Modo de Preparo:
1. Partem-se em bocados os ossos que devem ter carne e põem-se em vinha-de-alhos durante 3 ou 4 dias.
2. A vinha-de-alhos, exactamente igual à que é usada para os salpicões e os chouriços, é composta por todos aqueles ingredientes.
A quantidade de água deve ser superior à do vinho, e os alhos, esmagados.Nota Em Mogadouro, designadamente em Azinhoso, os ossos são colocados em camadas temperadas com sal, colorau doce e um pouco de picante e louro (2 folhas).Não se usa marinada como líquido de tempero, mas apenas a água que foi fervida com alhos e coada.
Esta água acrescenta-se diariamente durante 4 dias.
*O Butelo é um enchido característico do Nordeste Transmontano, que se faz na altura das matanças e se guarda para comer mais tarde.
Faz parte, em muitas terras, dos «Cozidos de Carnaval», em conjunto com outros enchidos, mas pode acompanhar sozinho as Cascas ou Casulas, embora não seja frequente.
O Butelo recebe vários nomes, conforme as terras, o que não deixa de estabelecer uma certa confusão: Butelo no Norte do Distrito de Bragança, chamam-lhe Bulho em terras de Mogadouro e Palaio na região de Moncorvo.
É um enchido muito «caseiro», de escassa comercialização.
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