quarta-feira, 3 de novembro de 2010

POEMA III - FERNANDO PESSOA


Tudo o que sou não é mais do que abismo Em que uma vaga luz Com que sei que sou eu, e nisto cismo, Obscura me conduz.
Um intervalo entre não-ser e ser Feito de eu ter lugar Como o pó, que se vê o vento erguer, Vive de ele o mostrar.
Fernando Pessoa

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