De repente não havia mais nada, Apenas uma lembrança congelada Pendurada numa interrogação, Que se debatia em vão, No vazio voraz de um porquê.
No verde vale havia três cerejeiras, Enormes, três gigantes A vergar de frutos luxuriantes; Qual fruto proibido Lá no bíblico paraíso perdido.
Nada, não havia mais nada, Apenas a mesma estrada Em ziguezague, intermitente, Qual esquiva serpente Sabe-se lá , se por vergonha de gente.
Lembranças, farrapos de tempo, Tremulam no pensamento, E uma saudade molhada Cruza os ares assustada, E chora na voz do vento. Eduardo de Almeida Farias
ELEGIA AO NADA
ResponderExcluirDe repente não havia mais nada,
Apenas uma lembrança congelada
Pendurada numa interrogação,
Que se debatia em vão,
No vazio voraz de um porquê.
No verde vale havia três cerejeiras,
Enormes, três gigantes
A vergar de frutos luxuriantes;
Qual fruto proibido
Lá no bíblico paraíso perdido.
Nada, não havia mais nada,
Apenas a mesma estrada
Em ziguezague, intermitente,
Qual esquiva serpente
Sabe-se lá , se por vergonha de gente.
Lembranças, farrapos de tempo,
Tremulam no pensamento,
E uma saudade molhada
Cruza os ares assustada,
E chora na voz do vento.
Eduardo de Almeida Farias