SUB REGIÃO OESTE
DISTRITO LEIRIA
FREGUESIA VESTIARIA
- Nossa Senhora da Ajuda Área - 6,4 Km2
Heráldica
Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário da República, III Série de 30/12/1997
Publicada no Diário da República, III Série de 30/12/1997
- Escudo de azul,
com uma faixa diminuta ondada de prata e azul de três tiras, vestida de prata,
acantonada em chefe, à sinistra, de uma chama de vermelho realçada de ouro e
movente de uma grelha de negro; brocante, uma banda enxaquetada de vermelho e
prata de duas tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a
legenda a negro, em maiúsculas : “ VESTIARIA “.
Bandeira
para hastear em edifícios (2x3 |
Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1)
|
Bandeira
- De vermelho, cordões e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.
A freguesia da Vestiaria pertence ao concelho
de Alcobaça, distrito de Leiria e faz parte da província da Estremadura.
Está situada a cerca de 2 Kms da sede de concelho. Confina com as freguesias de Alcobaça, Maiorga, Bárrio e com o concelho da Nazaré.
Os lugares da Vestiaria são: Aliceira, Termas da Piedade, Matos, Lugar do Calhas, Casais da Vestiaria e Vestiaria.
Está situada a cerca de 2 Kms da sede de concelho. Confina com as freguesias de Alcobaça, Maiorga, Bárrio e com o concelho da Nazaré.
Os lugares da Vestiaria são: Aliceira, Termas da Piedade, Matos, Lugar do Calhas, Casais da Vestiaria e Vestiaria.
Historia
A freguesia de Vestiaria pertence ao concelho de Alcobaça (distrito de Leiria), situando-se apenas a 2 kms da sede do concelho.
A freguesia tem por orago Nossa Senhora da Ajuda, celebrada todos os anos a 8 de Setembro.
A região onde se insere a freguesia de Vestiaria foi sucessivamente habitada pelos romanos, pelos alanos, suevos e visigodos.
Posteriormente, a região foi ocupada pelo árabes durante cerca de 500 anos, que se encarregaram de recuperar a prosperidade que tinha sido conseguida pelos romanos.
Nesta época, nasceu o castelo de Alcobaça (de origem árabe); porem, aquando da conquista de Santarém aos mouros, o castelo de Alcobaça juntamente com o de Alfeizerão, foi-lhes tomado por D. Afonso Henriques, em 1148, tendo Alcobaça recebido deste monarca, uma carta de couto, atribuindo-lhe vastos limites.
Assim, e devido a sua situação junto da vila e
mosteiro de Alcobaça, de que fica muito próxima, se supõe que Vestiaria tenha
sido habitada desde épocas bastante remotas; julgando-se, alem disso, que
Vestiaria sofreu todos os acontecimentos ocorridos em Alcobaça, desde a
atribuição da carta de couto até a fixação populacional, acabando por
beneficiar destes desenvolvimentos.
Segundo a referida carta de couto, a fundação do celebre mosteiro cisterciense de Santa Maria data de 1153, apesar das prospecções do terreno efectuadas pelos monges, provavelmente oriundos de S. João de Tarouca, lhe serem anteriores.
Segundo a referida carta de couto, a fundação do celebre mosteiro cisterciense de Santa Maria data de 1153, apesar das prospecções do terreno efectuadas pelos monges, provavelmente oriundos de S. João de Tarouca, lhe serem anteriores.
Apesar de se depreender que a ocupação humana
no território seja anterior á Nacionalidade, tudo parece indicar que no século
XII a localidade da Vestiaria se não estava erma, estava pelo menos pouco
povoada, tendo sofrido o repovoamento pelos cistercienses.
A sua fundação deve-se, provavelmente, à
construção da Igreja Matriz que ostenta o mais belo portal manuelino da região.
Consta que o abade D. Jorge de Mello, ao ver
que o Mosteiro de Alcobaça se tornava um asilo de criminosos e vagabundos,
escreveu ao rei (D. Manuel) pedindo que fosse criado, longe do mosteiro, um
local para onde fossem transferidos esses indivíduos. O local escolhido foi a
crista do monte em frente ao Mosteiro, que recebeu o nome de Vila de S.
Bernardo, mais tarde denominado Vestiaria. O seu destino inicial, contudo,
nunca terá sido cumprido, tendo sido transferido para S. Martinho do Porto.
A Vestiaria cresceu à volta da sua Igreja, tendo
esta sofrido algumas alterações com o passar do tempo.
De acordo com algumas referências a etimologia do nome Vestiaria deriva do facto de os ganhos da população terem o destino de fornecer as roupas, ou vestes, para o pessoal do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Manuel Vieira Natividade escreveu que era nesta localidade, anteriormente Vestiairo, que se confeccionavam as roupas para os frades do Mosteiro. E assim, ou porque ai se faziam as roupas para os frades da abadia, ou porque os rendimentos que os Monges de Cister obtinham desse local se destinavam às vestes, o nome de Vestiaria estará ligado ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
Hoje em dia crê-se que a etimologia da palavra estará mais provávelmente relacionada com o facto de ter existido no local pelo menos um facho que serviria de ponto de referência para os barcos que entravam na caldeira do mar entre Fervença, Maiorga, Valado de Frades e Alfeizerão:
A instituição paroquial de Vestiaria está documentada e terá ocorrido no século XVI, pelo Mosteiro de Alcobaça.
De acordo com algumas referências a etimologia do nome Vestiaria deriva do facto de os ganhos da população terem o destino de fornecer as roupas, ou vestes, para o pessoal do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Manuel Vieira Natividade escreveu que era nesta localidade, anteriormente Vestiairo, que se confeccionavam as roupas para os frades do Mosteiro. E assim, ou porque ai se faziam as roupas para os frades da abadia, ou porque os rendimentos que os Monges de Cister obtinham desse local se destinavam às vestes, o nome de Vestiaria estará ligado ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
Hoje em dia crê-se que a etimologia da palavra estará mais provávelmente relacionada com o facto de ter existido no local pelo menos um facho que serviria de ponto de referência para os barcos que entravam na caldeira do mar entre Fervença, Maiorga, Valado de Frades e Alfeizerão:
A instituição paroquial de Vestiaria está documentada e terá ocorrido no século XVI, pelo Mosteiro de Alcobaça.
Igreja Nossa Senhora da Ajuda
Fachada de empena triangular, com torre sineira e coruchéu, apresenta um esplêndido portal manuelino, radiado, de seis pontas, com esfera armilar ao centro, sobre um cogulo finamente trabalhado que sobrepõe as armas dos Mellos, imposto a meio do vão primorosamente golpeada.
O interior da igreja de Nossa Senhora da Ajuda é de uma só nave, coberta de madeira, com um arco triunfal recortado. A capela-mor é fechada por uma abóbada de nervuras, tendo no fecho o brasão dos Mellos. Os capitéis das colunas são decoradas com motivos vegetalistas.
Há duas pias de água benta: uma românica que se diz ter pertencido ao Mosteiro de Alcobaça com uma taça pousada em quatro colunelas, outra manuelina em forma de pinha
Capela de Santo António dos Casais da Vestiaria
Construída em 1798 no local onde anteriormente
existia uma ermida muito antiga a qual havia sido construída pelo moradores e
dedicada a Santo António.
Encontram-se referências históricas à Capela de Santo António nas Memórias Paroquiais da Villa de Cela Nova de 6 de Novembro de 1758 onde o Vigário Manoel Joze da Silva escreve:
"A Parochia está dentro da Villa, tem os lugares seguintes, além dos supra relatados, que são do termo desta Villa da Cella, tem por fregueses no termo da Villa de Alcobaça os moradores dos lugares, Cazais que agora se declaram Almarão, Cazais de Santo António com trinta e quatro vezinhos...
...Em os Cazais de Santo António, vulgo almarão, há hua Irmida antigua do Glonoso Santo António de que são admenistradores os moradores dos ditos Cazais, que há tempo immemorial a eregirao; neste não se costuma dizer missa senão por acazo...
Encontra-se ainda uma outra referência importante em noticia remetida à Academia Real de D. João V.
"Lugares e Cazaes do termo e vezinhos e maes lugares pios...
A Aldea de Vestiaria com 76 vezinhos, com huma igreja Paroquial do orago de N. Sra. da Ajuda que he tão bem confraria, tem maes a confraria do Senhor, a confraria do Espirito Sancto, a do nome de Jezus, a de N. Sra. do Rozario e a das Almas. A Aldea dos Cazaes de Sancta Martha e dos Caniços com 52 vezinhos, com huma Capella de Santa Martha com capellão. Os Cazaes de Sancto Antonio e da fonte com uma Ermida do mesmo Sancto com 19 vezinhos".
Encontram-se referências históricas à Capela de Santo António nas Memórias Paroquiais da Villa de Cela Nova de 6 de Novembro de 1758 onde o Vigário Manoel Joze da Silva escreve:
"A Parochia está dentro da Villa, tem os lugares seguintes, além dos supra relatados, que são do termo desta Villa da Cella, tem por fregueses no termo da Villa de Alcobaça os moradores dos lugares, Cazais que agora se declaram Almarão, Cazais de Santo António com trinta e quatro vezinhos...
...Em os Cazais de Santo António, vulgo almarão, há hua Irmida antigua do Glonoso Santo António de que são admenistradores os moradores dos ditos Cazais, que há tempo immemorial a eregirao; neste não se costuma dizer missa senão por acazo...
Encontra-se ainda uma outra referência importante em noticia remetida à Academia Real de D. João V.
"Lugares e Cazaes do termo e vezinhos e maes lugares pios...
A Aldea de Vestiaria com 76 vezinhos, com huma igreja Paroquial do orago de N. Sra. da Ajuda que he tão bem confraria, tem maes a confraria do Senhor, a confraria do Espirito Sancto, a do nome de Jezus, a de N. Sra. do Rozario e a das Almas. A Aldea dos Cazaes de Sancta Martha e dos Caniços com 52 vezinhos, com huma Capella de Santa Martha com capellão. Os Cazaes de Sancto Antonio e da fonte com uma Ermida do mesmo Sancto com 19 vezinhos".
Termas da Piedade
No supé da serra da Vestiaria existem umas
termas antigas ainda em funcionamento denomidadas da Piedade por ter existido
naquele local uma capela dedicada à Senhora da Piedade. Esta capela pertencia à
Quinta da Torre que estava sob alçada da Ordem de Cister.
Por iniciativa dos frades Bernardos ergeu-se nestas paragens uma pequena casa onde os doentes se tratavam com essas belíssimas águas e respiravam o ar puro das matas da serra da Vestiaria.
Por iniciativa dos frades Bernardos ergeu-se nestas paragens uma pequena casa onde os doentes se tratavam com essas belíssimas águas e respiravam o ar puro das matas da serra da Vestiaria.
Quinta do Cidral
Nas proximidades da Vestiaria encontra-se uma
bela quinta que os antigos diziam ser o local onde se faziam as vestes para os
monges cistercienses da Abadia de Santa Maria de Alcobaça.
Quinta extremamente bem cultivada, era famosa pelos seus laranjais, que os frades desveladamente tratavam. Esta granja, segundo a lenda está ligada ao mosteiro através duma passagem subterrânea.
Quinta extremamente bem cultivada, era famosa pelos seus laranjais, que os frades desveladamente tratavam. Esta granja, segundo a lenda está ligada ao mosteiro através duma passagem subterrânea.
LENDAS E TRADIÇÕES
Festas de Nossa Senhora da Ajuda
As festas em honra da Nossa Senhora da Ajuda realizam-se em Setembro. Em tempos passados estas festas eram bastante concorridas por devotos de terras vizinhas que vinham pagar as suas promessas.
Hoje a afluência é menor, mas tal não significa que o dia não continue a ser vivido com grande intensidade pelos habitantes da freguesia.
Festas de Nossa Senhora da Ajuda
As festas em honra da Nossa Senhora da Ajuda realizam-se em Setembro. Em tempos passados estas festas eram bastante concorridas por devotos de terras vizinhas que vinham pagar as suas promessas.
Hoje a afluência é menor, mas tal não significa que o dia não continue a ser vivido com grande intensidade pelos habitantes da freguesia.
Festas de Santo António
Nos Casais da Vestiaria realiza-se em Setembro uma festa anual em honra de Santos António.
Lenda da imagem de n s da Ajuda
Em tempos distantes, alguns religiosos de S.
Julião (Nazaré), acossados pela peste, vieram de abalada até ao Convento de
Alcobaça, trazendo consigo uma imagem de Nossa Senhora da Ajuda, mas antes que
ao convento chegassem, pararam num lugar alto e, parecendo-lhes que nele com
melhores ares recuperariam a saúde e forças, ali se quedaram.
Eram eles Simão, Ludérigo, Salvador, Soeiro,
Lopo, Gorendo e Lourenço. Como porém, todos vinham tocados pelo terrível mal,
breve se finaram.
A imagem foi passada de mão em mão até que o último, vendo próxima a sua morte, a enterrou em sítio ermo, deixando à disposição divina que, a seu tempo, a fizesse aparecer, como realmente aconteceu.
O sítio ermo, escolhido pelo último dos religiosos de S. Julião foi o morro onde, hoje, se levanta a igreja paroquial da freguesia e a imagem, por muitos classificada de peregrina beleza e bastante milagrosa, é a mesma que ali se mostra à devoção dos fiéis.
A imagem foi passada de mão em mão até que o último, vendo próxima a sua morte, a enterrou em sítio ermo, deixando à disposição divina que, a seu tempo, a fizesse aparecer, como realmente aconteceu.
O sítio ermo, escolhido pelo último dos religiosos de S. Julião foi o morro onde, hoje, se levanta a igreja paroquial da freguesia e a imagem, por muitos classificada de peregrina beleza e bastante milagrosa, é a mesma que ali se mostra à devoção dos fiéis.
Esta é uma antiquíssima tradição que subsiste
em muito poucas localidades Portuguesas (e em algumas também no Brasil) tem as
suas origens muito provavelmente em cultos pagãos da Idade Média.
A "Serração da Velha" consiste na encenação do julgamento e condenação á morte de uma velha. Podemos dizer que se trata de uma revista de tipo burlesco. Esta tradição com uma forte componente de critica social tem a particularidade de ser interpretada apenas por homens, embora haja no Brasil algumas excepções.
A “Serração da Velha” realiza-se tradicionalmente durante a Quaresma, mais precisamente na quarta-feira de Cinzas e á semelhança de outras tradições do Norte de Portugal como o “Enterro do Bacalhau” e a “Queima do Judas” têm provavelmente origens comum, assentando na mudança de estação do Inverno para a Primavera, simbolizando a luta do dia e da noite, da luz e das trevas ou a morte do Inverno.
O singular costume da “Serração da Velha” tem, portanto, que ser entendido como a cerimónia do expulsar do Inverno, como o “Enterro do Bacalhau” servia para festejar o fim do jejum da Quaresma. Era por isso uma ocasião do povo extravasar a alegria do momento.
Sabe-se que no passado o ritual consistia num desfile pelas ruas em que se transportava num carro de bois um cortiço (onde supostamente a velha seria serrada) e um grande boneco simbolizando a velha. As gentes acompanhavam o cortejo e iam cantando "Serra a velha, Serra a Velha... " pelo caminho interpretavam-se alguns quadro humorísticos.
A "Serração da Velha" consiste na encenação do julgamento e condenação á morte de uma velha. Podemos dizer que se trata de uma revista de tipo burlesco. Esta tradição com uma forte componente de critica social tem a particularidade de ser interpretada apenas por homens, embora haja no Brasil algumas excepções.
A “Serração da Velha” realiza-se tradicionalmente durante a Quaresma, mais precisamente na quarta-feira de Cinzas e á semelhança de outras tradições do Norte de Portugal como o “Enterro do Bacalhau” e a “Queima do Judas” têm provavelmente origens comum, assentando na mudança de estação do Inverno para a Primavera, simbolizando a luta do dia e da noite, da luz e das trevas ou a morte do Inverno.
O singular costume da “Serração da Velha” tem, portanto, que ser entendido como a cerimónia do expulsar do Inverno, como o “Enterro do Bacalhau” servia para festejar o fim do jejum da Quaresma. Era por isso uma ocasião do povo extravasar a alegria do momento.
Sabe-se que no passado o ritual consistia num desfile pelas ruas em que se transportava num carro de bois um cortiço (onde supostamente a velha seria serrada) e um grande boneco simbolizando a velha. As gentes acompanhavam o cortejo e iam cantando "Serra a velha, Serra a Velha... " pelo caminho interpretavam-se alguns quadro humorísticos.
Desnecessário será dizer que enquanto decorria
a brincadeira nenhuma velha aparecia na rua e nem sequer assomava à janela.
Sucedia que às vezes a velha era “gaiteira” e não se limitava a ouvir, saía à
rua e respondia às diatribes dos rapazes. Aí o espectáculo ganhava outra vida
mas, não raras vezes, os rapazes abandonavam o local vencidos por não terem
argumentos para o discurso jocoso e às vezes picante da velha.
Noutras ocasiões, os moços topavam com uma daquelas velhas bravas de que nos fala o Fernão Lopes: que “barafusta, grita, atira pedras, insulta, despeja água e às vezes porcarias...” Quando isso acontecia, era a debandada total. E iam então pregar a outra freguesia.
A "Serração da Velha" foi ao longo dos tempos sendo adulteranda pelos povos e, hoje em dia, as poucas localidades que mantêm esta tradição, apresentam uma grande disparidade na forma e conteúdo deste ritual.
Há quem afirme, no entanto, que a Vestiaria tem sabido manter esta tradição muito próximo da forma como se realizava no passado, sendo por isso uma das mais genuínas do país, embora tenha deixado de ser interpretada na rua (porta a porta) como foi no passado. A Vestiaria orgulha-se de possuir actualmente uma comissão responsável por manter esta tradição e de zelar para que os textos e cantares associados a esta tradição se mantenham inalterados.
Noutras ocasiões, os moços topavam com uma daquelas velhas bravas de que nos fala o Fernão Lopes: que “barafusta, grita, atira pedras, insulta, despeja água e às vezes porcarias...” Quando isso acontecia, era a debandada total. E iam então pregar a outra freguesia.
A "Serração da Velha" foi ao longo dos tempos sendo adulteranda pelos povos e, hoje em dia, as poucas localidades que mantêm esta tradição, apresentam uma grande disparidade na forma e conteúdo deste ritual.
Há quem afirme, no entanto, que a Vestiaria tem sabido manter esta tradição muito próximo da forma como se realizava no passado, sendo por isso uma das mais genuínas do país, embora tenha deixado de ser interpretada na rua (porta a porta) como foi no passado. A Vestiaria orgulha-se de possuir actualmente uma comissão responsável por manter esta tradição e de zelar para que os textos e cantares associados a esta tradição se mantenham inalterados.
Fundada em 1906, era então chamada apenas “Filarmónica
Vestiariense” e como o próprio nome indica a sua actividade estava restrita a
uma Filarmónica.
O padre José Cacella, pároco da freguesia em Fevereiro de 1910,
para além de assegurar a direcção musical da Banda veio mais tarde a
desempenhar um papel essencial no futuro da colectividade.
Em 1925 é fundada a União Recreativa da Vestiaria, que viria em
1937 a unir-se á Filarmónica Vestiariense passando então a Filarmónica a
denominar-se Sociedade Filarmónica Vestiariense ficando sediada nas antigas
instalações da União Recreativa.
Na década de 40, no seio da SFV é criada uma equipa de futebol
que contribui para manter viva o espírito de grupo dentro do corpo musical bem
como da massa associativa.
O forçado afastamento do Padre Cacella em 1911 não o impediu de
continuar ligado à Sociedade Filarmónica ao longo de toda a sua vida,
efectuando frequentes contributos financeiros que eram aplicados na renovação
de fardamentos e também na aquisição dos instrumentos, culminando na construção
da actual sede em 1950-1953
Entretanto, a Sociedade vai vivendo períodos de maior e menor
fulgor até que em 1960 o Maestro
José Joaquim Marques de Figueiredo, oriundo da Banda da GNR, passa a director
musical da Banda e incute-lhe uma profunda reestruturação, com a formação de
novos músicos, contribuindo para o rejuvenescimento da Banda. Os frutos desse
trabalho vieram a reflectir-se no ano de 1960, com uma participação relevante
no 1º Concurso Nacional de Bandas Civis.
Desde aquela data a SFV diversificou um pouco mais a sua
actividade sendo de destacar especialmente a área Teatral onde o “Grupo
Dramático Vestiariense” obteve grande relevo na década de 60.
No ano de 1970/71
atingiu a Banda da SFV o ponto mais alto do seu historial, quando sob a
direcção das batutas do Maestro Manuel Maria Baltazar e do Maestro Agostinho
Caineta, que entretanto o substituíra, obteve o 1º lugar em 3ª Categoria no
Concurso Nacional de Bandas Civis, promovido pela FNAT.
Em
1982 a SFV aposta fortemente na criação de uma verdadeira Escola de Música, a
qual chegou mais tarde a contar com mais de 50 alunos.
Actualmente
a escola, funciona com várias vertentes da formação musical. Tem sido grande o
contributo desta escola para o panorama musical Português berço de alguns
músicos das Orquestra Filarmónicas mais conhecidas do país e algumas a nível
Europeu.
Em 1983 é criada a Orquestra Ligeira Juvenil, sob uma curta
orientação de Álvaro Guimarães, substituído por José Marcos Assunção com a qual
viria a obter assinaláveis êxitos contribuindo grandemente para a divulgação do
concelho de Alcobaça pelo País e também em França.
Em 1991 a Banda Filarmónica obteve, no 1º Festival Internacional
de Música da Lourinhã, o 3º lugar em 1ª categoria. E em 1993 inicia a sua
internacionalização com a prestigiante deslocação a França, e que viria a
repetir em 1995.
Em 1996 é criada a Escola de Danças de Salão, tendo, pouco a
pouco, cativando mais jovens para esta modalidade tão pouco divulgada na
região. Entre os resultados conseguidos destaca-se a participação no Campeonato
Ibérico Lisboa Open em Setembro de 2001 onde a escola obteve um 1º e um 2º
lugares.
Em 1997 renasce o teatro na SFV com a criação do grupo “Prata da
Casa”, reconhecido actualmente como um dos melhores grupos de teatro amador do
distrito de Leiria, tem trazido a cena inúmeras peças, sempre com grande êxito.
Também em 1997, tendo por objectivo cativar para a SFV pessoas
das mais variadas faixas etárias, é criada uma classe de ginástica
essencialmente de manutenção a qual se mantêm presentemente.
Em 1998 um grupo de músicos maioritariamente profissionais
une-se para criar uma big band. Dado o grande parte desses músicos ter tido as
suas raízes na SFV, esta colectividade acaba por abraçar o projecto sendo uma
das entidades promotoras juntamente com a Câmara Municipal de Alcobaça e o
Banco Português de Negócios. Denominada “Big Band Time”, possui actualmente um
diversificado repertório, que passa pelo Jazz, Salsa e Música Ligeira.
Desta forma a SFV conta actualmente com uma Banda Filarmónica,
uma Orquestra Ligeira Juvenil, um Grupo de Teatro amador, uma Escola de Música,
uma Escola de Danças de Salão, uma Classe de Ginástica e como contributo para a
manutenção financeira destas actividades explora um pequeno Bar.
Associação dos Casais
A
20 de Dezembro de 1979, reuniu-se a Comissão de Festas de Santo António dos
Casais da Vestiaria dos anos de 1976, 1977, 1978 e 1979, com a finalidade de
juntar todas as verbas existentes que se encontravam dispersas pelas várias
Comissões, a fim de se adquirir um terreno para a construção de um Pavilhão de
apoio da cultura e do desporto na freguesia e simultaneamente serviria ainda de
apoio à festa Anual em Honra de Santo António.
Formou-se
entretanto a comissão pró-sede composta pelos seguintes elementos: João Morais
da Silva, José Pedro Adrião, Eduardo Pedro Guilherme, José Correia Virtudes,
Virgílio Rodrigo Machado Coelho, António Piriquito Oliveira Mineiro, Armando
dos Santos Pereira, Joaquim Duarte Leonardo, António Coelho dos Santos, Manuel
da Costa Gil, Fernando Agostinho da Sousa Duarte, António dos Santos, João
Pereira Gonçalves Malaqueijo e José Rui Morais Leonardo.
Em
12 de Agosto de 1980, é constituída por escritura pública, lavrada no cartório
notarial de Alcobaça, a Associação Cultural e Desportiva dos Casais da
Vestiaria, tendo sido empossados os primeiros corpos sociais.
A
13 de Agosto de 1980, foi proposta e aprovada por unanimidade a aquisição de um
prédio rústico, sito na rua de Santo António e pertença do Sr. Joaquim Paulino
de Sousa e designada a data de 15 de Setembro do mesmo ano para a celebração do
respectivo contrato de “compra e venda”.
A
4 de Outubro de 1980, foi acordado um empréstimo pessoal sem juros entre todos
os Directores da Associação para pagamento da compra do citado prédio. Lavrada
a escritura pública de aquisição do referido prédio no dia 5 de Junho de 1981.
A
16 de Fevereiro de 1981, por deliberação em assembleia geral foi efectuada a
alteração dos estatutos, nomeadamente a designação da Associação Cultural e
Desportiva dos Casais da Vestiaria para Associação Promoção Social Cultural e
Desportiva dos Casais da Vestiaria, consumada por escritura lavrada no cartório
notarial de Porto de Mós aos 11 de Junho de 1981.
A
20 de Novembro de 1981, foi proposta e aprovada a venda do mesmo prédio.
A 15 de Outubro de 1982, discussão e aprovação de dois prédios rústicos, pertencentes um ao Sr. José Duarte Frois e o outro ao Sr. Álvaro Marques António, em cujos prédios se encontra instalada a sede social desta Associação.
A 15 de Outubro de 1982, discussão e aprovação de dois prédios rústicos, pertencentes um ao Sr. José Duarte Frois e o outro ao Sr. Álvaro Marques António, em cujos prédios se encontra instalada a sede social desta Associação.
Desde
a sua formação manteve-se a prática regular de diversas modalidades desportivas
e actividades culturais. Na vertente desportiva mantiveram-se classes de
formação na prática do andebol federado na Associação de Andebol de Leiria que
por falta de transporte se interrompeu. Promoveu-se a participação de várias
equipas em torneios de futebol salão realizadas em Alcobaça, Valado dos Frades,
Louções, Acipreste, Povoa, Aljubarrota e muitos outros. Na modalidade de
futebol de onze, participações em torneios na Maiorga, Montes, Mendalvo,
Bárrio, Chiqueda e em muitos outros. Na vertente do cicloturismo, desde 1989
organiza um passeio anual de nível nacional e devidamente federados, abrangendo
os concelhos de Alcobaça, Nazaré e em algumas edições Caldas da Rainha e Porto
de Mós, com bastante mérito, aprovado pelos constantes elogios das equipas
presentes. Com uma equipa já extinta participou-se em diversas provas de
cicloturismo, nomeadamente Almeirim, Azambuja, Cartaxo, Vale de Cavalos,
Alpiarça, Campo, Seixal, Sesimbra, Leiria, Moita, Grândola, Alcantarilha, Porto
de Mós e ainda na famosa e bastante conhecida prova de fundo de cicloturismo
Caldas-Badajoz. Esta Associação conta ainda com a organização de vários raides
motorizados modalidade todo-terreno e ainda de rampa de velocidade.
No
aspecto Cultural a salientar a realização de uma exposição de peças antigas, só
com material da freguesia que teve grande impacto subordinado ao tema os
“Velhos e a Velhice” e ainda um colóquio sobre Santo António de Lisboa em
simultâneo com as comemorações dos duzentos anos da Capela de Santo António em
colaboração com a comissão de festas. Temporariamente realiza-se festas
convívio de carisma popular.
No
ano de 1994 foi criado por esta associação o que é hoje o Rancho Folclórico e
Etnográfico “Flores do Baça” que prestigia a região, o concelho e o País com a
divulgação do folclore e das tradições com apresentações já realizadas em
Espanha e França, com elenco directivos próprios mas subordinados á Associação.
Por
considerarmos de importância fundamental que reflecte a estabilidade, a
democracia e o cumprimento das regras do associativismo passamos a informar o
seguinte:
Capitulo
VIII dos 1ºs estatutos: “Não é permitido a esta associação incrementar no seu
seio e ou criar a qualquer título uma escola de música.”
Desde
11 de Junho de 1991 conforme escritura de alteração de estatutos de 1980 para
os actuais.
Art. 32º - A Associação não
prosseguirá a título principal actividades de ensino musical ou outras de
carácter social sempre que outras instituições da freguesia as desenvolvam e
garantirem uma cobertura integral das necessidades da população.
Rancho Folclórico
O
Rancho Folclórico e Etnográfico Flores do Baça foi fundado em 14 de Março de
1994 nos Casais da Vestiaria, uma pequena localidade com cerca de 400 habitantes,
situada na parte poente do concelho de Alcobaça, que se insere na Alta
Estremadura.
Este
Rancho deve o seu nome ao facto de se situar na margem esquerda dos rios Alcoa
e Baça.
No
passado as gentes desta região viviam quase só da agricultura. E é sobre essa
época que temos feito recolhas entre as pessoas mais idosas da nossa região,
tentando sempre saber mais sobre o modo de vida, trajes, usos e costumes dos
nossos antepassados. Através destas recolhas foram obtidas fotografias, peças
de vestuário, e descrições que constituem as bases das nossas danças e da nossa
etnografia.
Composto
pela cantata, pela tocata e pelos bailarinos, este rancho integra cerca de 40
elementos, na sua maioria jovens com menos de 20 anos, e vem procurando nas sua
exibições, retractar com a maior fidelidade o resultado dessas recolhas,
através dos seus trajes, danças e cantares.
Os
trajes, vão desde o moleiro, ao cavador, ao casal abastado, aos noivos, à
ceifeira, à aguadeira, etc... e são cópias genuínas quer da sua forma quer nos
tecidos utilizados.
As
sua danças e cantares, fornecidas pelas memórias dos mais idosos, parecem ter
influências de outras regiões, talvez pelo facto de antigamente, nesta região
muitas pessoas se deslocarem para regiões vizinhas procurando trabalhos sazonais.
Assim as danças mais comuns nesta região eram danças de roda, como os Viras, o
Fadinho ou Fado Batido, Verde Gaios, Moda a Dois Passos, etc.
Com tudo isto, julgamos estar no
caminho certo, e procuramos cada vez mais sobre a vida dos nossos antepassados,
para podermos, contribuir o melhor possível para a divulgação da nossa terra e
do Folclore Português.
Em 1907, ordenou-se o Padre José
Cacella que veio a ser coadjutor do padre responsável da igreja do Sítio da
Nazaré. Esta igreja possuía então um orfeão que o novo padre muito conhecedor
da Arte dos Sons, passou a dirigir. No ano seguinte foi-lhe atribuída a
freguesia da Vestiaria, na qual tomou também a regência da nossa Filarmónica
fundada em 1906, sobre a batuta do nosso Conterrâneo José Filipe.
Entretanto
em 1910, foi implantada a República no País. O Clero foi perseguido e se não
fora a artimanha de alguns filhos desta terra o Padre Cacella poderia ter sido
vítima dos republicanos de então, gratidão que nunca esqueceu.
Emigrou
para o Brasil, foi fazer apostolado para o interior quatro anos, acometido de
febres, teve que regressar à cidade mais próxima para ser tratado.
Ruma depois aos Estados Unidos (Estados Unidos da América),
continua a sua missão apostólica e funda o jornal “A Luta”. Após este período a
Vestiaria esteve quarenta anos sem pároco. Era o Padre Eduardo que paroquiava a
Freguesia da Cela que presidia às festas, baptizava e acompanhava os cortejos
fúnebres. Nos primeiros anos da década de cinquenta, ordena-se o Padre João de
Sousa, natural do Bárrio, e a partir de então era Pároco das freguesias da
Cela, Bárrio e Vestiaria. O Padre João de Sousa era dotado de certa
inteligência e de uma acção e dinamismo fora do vulgar.
Iniciou o ensino da catequese numa arrecadação anexa à igreja,
local onde está instalado o nosso Museu. Esta era a telha vã e o pavimento de
terra, não oferecia as condições mínimas para o pretendido. Resolve contactar
Monsenhor Cacella e pedir-lhe alguns dólares para melhorar a arrecadação. Então
Monsenhor Cacella sugere-lhe a construção dum Centro Paroquial cujas despesas
seriam por ele suportadas.
Pouco depois os dólares vinham e a obra inicia-se.
O Centro Paroquial de Nossa senhora D’Ajuda foi inaugurado no
dia 11 de Maio de 1953, com a presença de Monsenhor José Cacella, além da população
local, estiveram entre nós as seguintes personagens: Sua Eminência Cardeal
Manuel Gonçalves Cerejeira, Sua Excelência o Governador Civil e Presidente da
Câmara de então do nosso Concelho Senhor Biel.
Foi sem dúvida um grande dia, a Vestiaria inaugurou a melhor
Obra Social, pois as suas Instalações superavam todas as outras existentes
noutras localidades. Os primeiros anos desta Instituição foram risonhos.
Monsenhor José Cacella, enviava diversos montantes em dólares, o Estado
suportava os custos das Assistentes Sociais e ainda atribuía um certo subsídio,
haviam também algumas quotizações das pessoas que desejavam participar. As actividades
de então eram um Jardim-Escola, biblioteca, sala de jogos e primeiros socorros
e apoio social (que abrangia algumas localidades vizinhas).
Mas o tempo das vacas gordas foi curto, Monsenhor deixou de
enviar as suas remessas, o estado diminuíu o subsídio, entrou-se num período
bastante difícil. Se não fora a boa vontade de várias pessoas que grangeavam
algum dinheiro e a generosidade do Reverendo Padre António Vicente (já
falecido), as suas obras teriam encerrado. Surge depois o Padre João Casimiro,
fez as legalizações ainda não efectuadas e após estas conseguiu subsídios
estatais mais suficientes para que esta obra fosse muito renovada.
Em 1993 foram construídas umas belíssimas Instalações destinadas
à Valência de Centro de Dia e Apoio Domiciliário ao Idoso na Rua da Piedade.
Com períodos melhores e outros menos bons já decorreram
cinquenta anos durante os quais têm sido melhoradas as Instalações da obra
inicial. A sua acção é considerável pois nas Valências da Creche, Jardim de
Infância, A T L, Centro de Dia e Apoio Domiciliário, presta assistência a cerca
de cento e cinquenta Utentes. É seu Presidente actual o nosso pároco Reverendo
Padre Vasco M. de Oliveira. Nesta Instituição prestam actualmente serviço
trinta funcionários.
Delícias de Frei João
Ingredientes
Maçãs;
Pêras;
Alperces;
Pêssegos;
Abrunhos;
500gr açúcar;
8 ovos;
nozes picadas.
Modo de Preparo
Modo de Preparo
1.
1. Corte em bocados
pequenos várias peças de fruta variada: maçãs, pêras, alperces, pêssegos,
abrunhos, etc.
2.
3.
2. Leve ao lume com
500 gr de açúcar e deixe que faça uma massa que adquira um certo ponto.
4.
3 Retire do lume e
deixe arrefecer. Junte 8 gemas de ovos bem batidas e volte a levar ao lume.
4 Quando estiverem os ovos bem cozidos e envoltos, retire e polvilhe com
nozes muito bem picadas.
5 Pode servir numa travessa ou arranjar porções individuais
creditos
creditos
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