quinta-feira, 6 de outubro de 2011

MARIA DA SAUDADE CORTESÃO - PRIMAVERA

PRIMAVERA

A Musa que passava
Não era a que sabias.
Vinha em lua minguante
A espaços vestida
Por espelhos azuis
E narcisos de frio.

Que remanso tão meigo
Em seus peitos havia!
Que miosótis de leite
Em suas veias tíbias,
Três tangentes tocavam
O seu coração dúbio.

Não lhe soubeste o corpo —
Terra da madrugada
Que se dava ferida,
Nem os seus cursos de água.
Olhavas tão ao longe
Enquanto o amor te olhava.
 MARIA DA SAUDADE CORTESÃO

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