domingo, 9 de outubro de 2011

FREGUESIA DE PALHAIS

rEGIÃO               LISBOA
SUB  REGIÃO      PENINSULA DE SETUBAL
DISTRITO         SETUBAL
CIDADE           BARREIRO
FREGUESIA        PALHAIS

Brasão: 

Escudo de prata, dois remos de negro postos em pala e contrapostos, entre dois pinheiros de verde, troncados e arrancados de vermelho. Em contrachefe, três burelas ondeadas de azul e prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com legenda a negro, em maiúsculas: "PALHAIS - BARREIRO".  



Bandeira: 
Verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.


Resenha Histórica

 Palhais encontra-se referenciado documentalmente desde o final da Idade Média, quando Maria Vicente legou ao Mosteiro de santo Agostinho de Lisboa, propriedades compostas por quintã, bacelo e uma vinha denominada Maria Velha que possuía em Palhais, em 1392.
Localizada no termo do antigo concelho de Alhos Vedros, a povoação de Palhais desempenhou entre os séculos XV e XVI, um papel de particular relevo do ponto de vista sócio-económioco, no contexto da expansão portuguesa, com a instalação de certas manufacturas, cuja produção se destinava sobretudo à empresa dos descobrimentos marítimos.
 
Tal foi o caso da Real Fábrica do Biscoito, ou Complexo Real de Vale de Zebro, onde era fabricado o Biscoito destinado ao aprovisionamento das armadas portuguesas, composto por 27 fornos, moinho de maré e respectivas instalações logísticas.
"Entre a terra e o rio"

Em Palhais sente-se a história em cada recanto, nas faces, nos costumes, na forte identidade de um povo ligado à terra, ao rio e aos primeiro passos dos Descobrimentos Marítimos.
À entrada de Palhais encontra-se a igreja de traça manuelina, dedicada a N.ª Sra da Graça, fundada segundo a tradição por Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama.





O único Monumento Nacional Classificado do Concelho do Barreiro, apresenta uma grande sala com uma capela lateral de cada lado, a modo de transepto. É uma igreja de estilo manuelino mas assinalando a transição para o renascimento, devido aos restauros aí efectuados em finais do século XVI. Os azulejos que revestem as paredes são do tipo enxaquetado, verdes e brancos. Abrem-se nesta nave única duas capelas laterais de estrutura gótica cujas abóbadas já denunciam a nova linguagem arquitectónica do conjunto do monumento. Conserva o primitivo portal manuelino,­ uma verga trilobada que é encimada por motivos fitomórficos e geométricos, tendo no centro uma pedra de armas, com insígnias heráldica.

Coração dos Descobrimentos
Ainda hoje se sente a grande azáfama do estaleiro naval do século XVI, junto ao rio Coina, do tempo em que se construíam ali os navios dos Descobrimentos. Daqui, muitas vezes já compostos, iam para Lisboa, onde eram dados os últimos retoques e depois de benzidos partiam para novas conquistas. 


Ainda se sentem os ecos das centenas de pessoas, de oficiais superiores e mestres a escravos, que construíam os navios e recolhiam a madeira da Mata da Machada
 e do Pinhal das Formas.
Palhais era local de fabrico do célebre biscoito (um pão feito com trigo, água e sal) que alimentava as campanhas marítimas. 
Esta memória é hoje visível na Sala Museu da Escola de Fuzileiros de Vale de Zebro , que evoca a presença de dezenas de moinhos de maré e de vento que reduziam os cereais a farinha
 e dos fornos cerâmicos da Mata da Machada em que eram fabricadas as malgas, os pratos, as candeias e as placas circulares para as formas do biscoito e do pão de açúcar.


Neste espaço existe um extraordinário museu que traça a história dos fuzileiros e da Marinha, em que pode descobrir a parte da sua história, das fardas ao armamento, desde a época em que integravam o Terço da Armada Real, em que a principal missão era proteger as naus que entravam


no Tejo carregadas de ouro e especiarias ameaçadas pelos piratas, ao tempo em que na Brigada Real da Marinha, protegiam a rainha D. Maria I  até ao diversificado papel nas múltiplas campanhas militares portuguesas.


A natureza a preservar
 A par da magnífica Mata da Machada , na freguesia de Palhais pode usufruir de um paraíso natural, quase secreto e desconhecido pela grande maioria. O sapal do Rio Coina que abraça o estuário do Tejo é, desde sempre, um local eleito por aves e peixes para reprodução e berçário. 
O encerramento das indústrias mais poluentes permitiu que muitas espécies que se julgavam desaparecidas para sempre voltassem a procurar o Sapal de Coina para se reproduzirem. Simultaneamente voltaram as aves aquáticas que constituem um espectáculo ao deambular entre as ilhotas, moinhos de maré e carcaças de barcos tradicionais.
 

Uma "aldeia" na cidade


O desenvolvimento da Freguesia de Palhais tem sido muito equilibrado, numa harmonia entre a vida comunitária, e da forte identidade do seu núcleo e uma expansão urbana sustentada que reafirma a tranquilidade e a forma de estar muito própria que caracteriza a população de Palhais, há muitas centenas de anos.


Igreja de Nossa Senhora da Graça




Igreja dos sécs. XVI a XX. Foi erigida pelos moradores do lugar de Palhais pertencia à Ordem Militar de Santiago. Obra atribuída ao arquitecto/canteiro Afonso Pires.



Com estilo Manuelino, possui uma única nave rectangular, paredes de alvenaria e revestimento de azulejos enxaquetados verdes e brancos do séc. XVI. 
Apresenta duas capelas funerárias quinhentistas laterais, do lado Norte a Capela do Espírito Santo e do lado Sul a Capela de S. Miguel.
No séc. XVI sofreu obras de ampliação sendo construídos o baptistério e a sacristia. Ostenta um Portal Manuelino que foi classificado como Monumento Nacional em 1922. 
O Portal apresenta uma ornamentação com elementos vegetalistas e escudete com albarrada, símbolo da Consagração à Virgem da Graça.
Foi encerrada ao culto em 1910 reabrindo após restauro em 1969


Sala Museu de Vale de Zebro



Gerido directamente pela coroa, o Complexo Real de Vale de Zebro era constituído por 27 fornos de cozer biscoito, armazéns de trigo, cais de embarque e um moinho de maré de 8 moendas - o moinho D'el Rei, o maior da região -, além de vastas áreas de pinhal circundante.
Por outro lado, estas actividades exigiam grandes quantitativos de mão-de-obra. Nesse contexto, a Coroa recorreu à importação de escravos, empregues quer no Complexo Real, quer como escravos domésticos nas casas senhoriais. Em 1553 a quantidade de escravos era tal, que existia na Igreja de Nª Sª da Graça uma «Confraria do Rosário dos homens pretos.


Com o Terramoto de 1755, Vale de Zebro ficou praticamente destruído e todo o Complexo foi reedificado. São do período pombalino a fachada principal e as Galerias de fornos no interior.


















A Escola de Fuzileiros Navais, ali instalada desde 1961, consagrou uma parte do edifício ao Museu do Fuzileiro, onde apresenta uma colecção de objectos sobre a História e a evolução dos Fuzileiros em Portugal.

Mata Nacional da Machada





Designa-se hoje Mata Nacional da Machada, a propriedade constituída pelo antigo Pinhal de Vale de Zebro e pela Quinta da Machada.

Encontra-se situada no centro da Península de Setúbal, entre as povoações de Coina, Palhais e Santo António da Charneca. Sujeita a Regime Florestal esta Mata encontra-se hoje, sob a gestão da Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste e ocupa uma área com cerca de 385,7 hectares.

Sendo a única área florestal de razoável dimensão do Concelho, a Mata é considerada o “Pulmão da Cidade” e um local privilegiado para actividades de recreio e lazer, dispõe de um parque de merendas e diversos fontanários, possui também








 um Centro de Educação Ambiental, um Campo Arqueológico e  uma rede de estradas e caminhos frequentemente utilizados para práticas desportivas, permitindo à população uma melhor qualidade de vida.






Forno de cerâmica da Mata da Machada


Este forno apresenta uma cronologia entre 1450 e 1530.Faz parte de uma olaria da qual apenas foi escavado um forno na década de 80 e situa-se em plena Mata Nacional da Machada. A sua localização explica-se pela grande abundância de lenha, combustível necessário ao funcionamento dos fornos e pela existência de matéria-prima no local: a argila.
O espólio cerâmico proveniente da escavação desta olaria divide-se em duas grandes tipologias: louça de uso caseiro e peças de uso industrial.

Na primeira categoria integram-se as panelas, candeias, malgas, tigelas, escudelas, copos, pratos, caçoilas e peças de armazenamento de maiores dimensões como cântaros, alguidares, talhas e potes. 

Também se fabricavam telhas e tijolos para a construção.
 A segunda categoria de peças é maioritariamente composta por um tipo de artefacto industrial: as Formas de Purga do Açúcar, ou “Pão de Açúcar”, a peça mais fabricada neste forno e destinada aos engenhos açucareiros insulares.

Nesta olaria foi descoberta ainda uma tipologia cerâmica, identificada na época como “forma de biscoito”, a qual serviria para fabrico deste produto nos fornos de Vale de Zebro. Em estudos recentes admite-se ter funções completamente distintas destas. 
As peças consistem em placas de barro de forma circular, com dimensões diversas. Tais artefactos constituiriam utensílios de olaria denominados “Pratos de Torno”, sobre os quais o oleiro fazia as peças e transportava-as para o local de seca, antes de entrarem no forno e serem cozidas.

Esta é ainda actualmente, decorridos que são mais de vinte anos sobre a realização da primeira campanha arqueológica, uma das poucas olarias conhecidas dos séculos XV e XVI, o que atesta a sua importância no contexto nacional.



Associações

Grupo Recreativo e Desportivo de Palhais
Centro Popular e Recreativo e Cultural da Quinta do Torrão
 Centro de Acção Social de Palhais
 Agrupamento de Escuteiros 586 – Palhais



Gastronomia
Bolo de Família



Ingredientes
·         3 xícaras de farinha de trigo com fermento
·         3 ovos
·         3 xícaras de leite quente
·         1 xícara de chocolate em pó
·         1 xícara de margarina
·         1 xícara de açúcar
·         1 colher de chá de canela
Modo de PreparoModo de Pr
  1. Bata as em neve, reserve
  2. Em uma batedeira bata gemas, margarina e o
  3. açúcar até dobrar de volume
  4. Acrescente os ingredientes secos e vá colocando o leite aos poucos
  5. Unte uma forma de buraco no meio com margarina
  6. Leve ao forno pré-aquecido por 40 minutos
 






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