segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FREGUESIA DE RAMADA


rEGIÃO               lisboa
SUB  REGIÃO      grande lisboa
DISTRITO         lisboa
CIDADE           odivelas


FREGUESIA        RAmada




HERALDICA

Brasão: 
Escudo de prata, urso rompante de negro, armado e lampassado de vermelho tendo brocante banda enxaquetada de prata e vermelho de duas tiras; campanha diminuta de três tiras ondadas de azul e prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro: "MUNICÍPIO DE ODIVELAS".




Bandeira:

 Gironada de oito peças de branco e azul. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.
Selo:
 Nos termos da Lei, com a legenda: "Câmara Municipal de Odivelas".


Parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses emitido em 30 de Julho de 2008, nos termos da Lei n.º 53/91 de 7 de Agosto.
Os Símbolos Heráldicos foram estabelecidos pela Assembleia Municipal na sua sessão de 4 de Dezembro de 2008.
Publicado em Diário da República 2.ª Série, N.º 54 de 18 de Março de 2009 
Simbologia:

Urso rompante - referência à lenda que está na origem da fundação do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo e à influência de D. Dinis que o mandou construir, e cujos restos mortais repousam no mosteiro.


Banda enxaquetada - como referência à Ordem de Cister que está profundamente ligada ao Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo.
Campanha diminuta de três tiras ondadas - como referência às linhas de água que unem e atravessam o território do Município, representando todas as Freguesias.
Bandeira gironada de branco e azul e coroa mural de cinco torres conforme determina a Lei para os Municípios com sede em Cidade.

História
O nome de Ramada advém das armadilhas que se faziam, na ribeira, para apanhar o peixe. Como era disfarçada com ramos, diziam que era ali armada uma “ramada” e daí o nome de Ramada dado a esta Freguesia.
Grande parte do seu território, situa-se na vertente da serra da Amoreira. A partir daí é possível avistar algum território dos Concelhos de Loures e  Lisboa, um panorama que se estende ao Tejo e ao outro lado do rio. 
Talvez devido à sua posição
estratégica, viveram nesta serra povos que remontam à pré-história, comprovado pela existência de uma estação arqueológica. Segundo alguns investigadores, neste local terão vivido os povos de nome "Alpiarças", que deram origem aos Lusitanos.
Nestas terras altas, que de Nordeste a Oeste, cercam a Várzea, existiam algumas quintas e vários casais, onde se cultivavam cereais, oliveiras, laranjeiras, se apascentavam rebanhos e se criava gado vacum.
As características do solo e as condições climatéricas deram uma relativa unidade económico-social a toda esta área.
Malhado e limpo nas eiras, ficava o trigo preparado para ser moído.  A corrente, precipitada e impetuosa no Inverno, da ribeira de Caneças, os ventos fortes e constantes, na Primavera e no Verão, que sopravam no planalto, possibilitaram o aproveitamento da força da água e do vento, transformando-a em força motriz. Junto à ribeira, instalaram-se dezasseis azenhas e, das colinas da Amoreira ao planalto de Famões, ergueram-se para cima de três dezenas de moinhos de vento.
Com o fim das chuvas invernais, diminuía o caudal da ribeira, baixando a capacidade das azenhas, precisamente quando os ventos começavam a soprar mais fortes, aumentando a capacidade motriz dos moinhos.

Desta intensa labuta restam hoje as ruínas de algumas azenhas e moinhos, três moinhos restaurados, o das Covas, na Ramada (que foi construído em 1884), outro na Arroja, que é propriedade privada e outro situado na Freguesia de Famões - Moinho da Laureana.
Em termos de construção urbana, a Freguesia da Ramada viu surgir núcleos urbanos dominantes, com habitações dispersas e bairros de génese ilegal, dependentes dos núcleos principais, Ramada, Amoreira e Bons Dias. 
As primeiras construções, onde predominava a mono-habitação, assistem à chegada da propriedade horizontal.

A Ramada é hoje, uma das Freguesias que mantém um crescente desenvolvimento urbano e demográfico.








Quanto à sua evolução administrativa, a Ramada é freguesia desde o dia 25 de Agosto de 1989, separando-se das Freguesia de Odivelas e de Loures. A 19 de Abril de 2001, é elevada à categoria de vila.
O seu orago é a Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. 
SERRA DA AMOREIRA

No topo desta Serra, local conhecido como “Cerro da Amoreira” ou “Bica” o homem pré-histórico construiu um castro para se defender das investidas inimigas. 


 As Casas da Velha Aldeia 
A Ramada anterior à década de 1960, era uma pequena aldeia edificada de um lado e outro de uma antiga estrada que ligava Odivelas a Caneças, seguindo de perto a ribeira, no fundo do vale. Esta estrada passava sobre a ribeira numa ponte construída na base do monte e subia pelo Alvajar e Pedernais Norte, até à Ponte da Bica Aqui voltava a atravessar a ribeira em frente da Tomada da Amoreira. 
Este percurso era provavelmente mais antigo do que aquele que segue pela encosta e que hoje tem os nomes dos famosos aeronautas nacionais, Sacadura Cabral e Gago Coutinho. 

A Ramada teria menos de uma centena de casas, de um só piso, algumas das quais foram transformadas, na primeira metade do século XX, com o acrescentamento de mais um andar, e a utilização de telha “marselha”, como se vê ainda, sobretudo no lado norte da rua Estevão Amarante. 



A maior parte das restantes foram demolidas, para dar lugar a prédios de vários andares, em princípios da segunda metade do mesmo século. 



Pelo que eram as casas poderemos deduzir quem eram os moradores da Ramada. Aquelas modestíssimas construções eram o lar dos numerosos moleiros que faziam rodar as velas brancas dos moinhos de vento, que formavam um semicírculo em torno da aldeia, desde o topo sudeste dos Bons Dias, continuando para Sul e depois, saltando para o alto da Arroja, voltando aí para noroeste até ao sítio agora conhecido por Pedernais Sul. 
Além dos moleiros, moravam aqui os pequenos e alguns médios agricultores de conta própria, que semeavam cereais e legumes nas terras mais planas ou menos declivosas e amanhavam as hortas nas quebradas ou em socalcos, junto da ribeira. 

Tinham também aqui o seu tugúrio os trabalhadores de enxada, cavadores à jorna nas casas maiores, talvez alguns servos habituais do Convento de Odivelas. 


A Ramada Actual 

O panorama multifacetado, visto de todos os cantos, é magnífico. Privilégio das cidades de montanha. 

O casario é digno, nas suas formas e no seu colorido. Dominam o branco ou cores afins. Penso que ficaria melhor salpicado, aqui e além, por cores mais vivas. Os mais que reduzidos espaços sem telha ou asfalto são razoavelmente cuidados. Todos os cantinhos disponíveis têm canteiros de flores, ou um banco, ou uma árvore de sombra. 

O Cerro da Amoreira ainda hoje é um local estratégico, dominante, de onde se avistam vários concelhos em seu redor e o Tejo, de Vila Franca até ao mar. 

Em épocas recentes, em meados do século passado, a Serra da Amoreira era local escolhido pela burguesia lisboeta para passar férias, local de lazer e mesmo para cura de doenças pelos bons ares, vegetação e boas águas que possuía. 

Recentemente, com a construção de boas acessibilidades, o território da Freguesia da Ramada foi procurado pelo investidores no urbanismo e pelas pessoas de menores posses, o que originou desenvolverem primeiro os bairros ilegais e depois os legais, grandes e densas urbanizações. Esta invasão eliminou a maior parte da sua vegetação secular e algumas linhas de água que encaminhavam a água para a Ribeira de Caneças. 

Se tudo continuar como até aqui, a Serra da Amoreira que conhecemos desaparecerá por completo. Não será necessária uma década para que o seu fim se concretize.


Moinho das Covas 
Recuperado o processo tecnológico do seu interior é possível observar o processo de moagem tradicional. Instalado em terrenos do Município cedidos à Escola Secundária da Ramada, sito nesta freguesia. 
É urgente que o Moinho das Covas seja classificado como património municipal. Para isso e para obras de beneficiação foi celebrado um protocolo entre a Escola Secundária da Ramada e a Junta de Freguesia da Ramada em que ambas as entidades se comprometem a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que se obtenha esta classificação através da Câmara Municipal de Odivelas.
 


Estação Arquelógica 

A estação arqueológica pela área que ocupa, pela forma e disposição dos seus amoralhados e espólio recolhido, situa-se no âmbito da cultura Alpiarça. ?A datação atribuída a esta cultura, ronda a passagem do século IV para o V AC. ?Constitui um dos maiores castros reconhecidos da época do Ferro, no sul do nosso território. Tem semelhanças indesmentíveis com outros povoados da mesma cultura, que se localizam na sua proximidade. É o caso do povoado da mesma época reconhecido no Claustro da Sé de Lisboa e provável ocupação do Castelo, no povoado de Santa Eufémia (Sintra), no grandioso Castro do Socorro (Torres Vedras), na Pena do Barro (Torres Vedras), todo um horizonte cultural que corresponde em data, aos clássicos «Lusitanos» da nossa Proto-História. ?Esta magnífica atalaia, senhoriava, vigiava e protegia a numerosa população sediada nos casais agrícolas, que já foram tambem reconhecidos no aro do Concelho (Marzagão, Abrunheira, ...), e que formavam a base do povoamento destes chãos riquissimos para a agricultura, tal como ainda acontece hoje. ?No castelo se refugiavam em caso de perigo eminente. No castelo se adensam os vestígios do trabalho desses modestos casais. 





Casa do Vasco Santana 

Edifício de significado patrimonial, não tanto pela sua forma arquitectónica, mas antes pelas suas vivências, a casa de Vasco Santana está em risco de se perder. De facto, aquela que foi a residência onde ocorreram alguns dos dias de grande significado das vidas dos actores Vasco Santana e Mirita Casimiro, que ali detiveram residência por longos anos, corre sérios riscos face à intenção de, naquele mesmo espaço, se viabilizar a construção de uma nova urbanização. A materializar-se tal intenção, de que resultaria a eliminação do edifício, estaremos confrontados com uma nova e grave amputação à história da Freguesia da Ramada. Desde já, pedimos a melhor atenção da Câmara Municipal para esta questão.


Gastronomia
PEZINHOS DE PORCO COM OVO

Ingredientes

2 pezinhos de porco
1 molho de coentros
2 ou 3 dentes de alho
1 colher (sopa) de sal grosso
2 colheres (sopa) de azeite
1 folha de louro
1 colher (chá) de colorau
2 colheres (sopa) de farinha sem fermento
1 litro de água
1 ovo
1 colher (sopa) de vinagre
200 gramas de pão caseiro (duro)

Preparação:

  1. Salgam-se, de véspera, os pezinhos de porco arranjados (musgados, raspados, bem limpos) e partidos ao meio.
  2. No próprio dia, coze-se os pezinhos em cerca de 1 litro de água.
  3. Faz-se o piso, pisando num almofariz os coentros com os dentes de alho descascados, e o sal grosso.
  4. Deita-se o piso num tacho com o azeite e a folha de louro, deixando-se fritar durante 2 a 3 minutos.
  5. Adiciona-se a colher de chá de colorau e a farinha mexendo sempre por mais 1 a 2 minutos.
  6. Junta-se a água de cozer os pezinhos, e os pezinhos partidos, deixando ferver cerca de 5 minutos para que estes tomem gosto no caldo.
  7. Bate-se um ovo inteiro e adiciona-se, mexendo sempre, ficando o ovo em fios.
  8. Por fim adiciona-se uma colher de sopa de vinagre.
  9. Serve-se com sopas de pão (fatias de pão rústico e um pouco duro).


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