FREGUESIA DE ZAMBUJAL

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DISTRITO             coimbra

CIDADE                condeixa – a - nova

FREGUESIA               Zambujal

Extremamente bem localizada geograficamente, perto da auto-estrada A1, com a Portagem em Condeixa-a-Nova, não é por problemas das acessibilidades que a freguesia deixará de trilhar o caminho do desenvolvimento. Serve esta terra o IC3 (itinerário complementar), fazendo a ligação entre Setúbal e Coimbra passando por cidades importantes como Entroncamento, Tomar e Condeixa. Refira-se ainda que é através da estrada regional – EM 347-12, que estabelece a ligação entre a sede de município e a Freguesia de Zambujal.

Nesta freguesia, fundamentalmente rural, a criação de ovelhas e cabras é uma das actividades importantes em que assenta parte da sua economia, permitindo a produção de um dos melhores lacticínios do país - o célebre Queijo do Rabaçal (*). Com efeito, a produção deste queijo ocorre não apenas na vila que lhe dá o nome, mas também nas zonas vizinhas, como é o caso do Zambujal, e embora existam actualmente algumas unidades industriais de produção, este queijo é ainda, em larga medida, caseiramente fabricado.

O sector primário possui uma expressão económica representativa, absorvendo um pequeno número de habitantes. A agricultura praticada na Freguesia de Zambujal tem um papel fundamental na população local, quer seja na criação de ovinos, produção de azeite, produção de vinho e o cultivo de outros bens essências, sendo esta última de carácter de auto-suficiência. Já o sector secundário, com a produção de azeite (a qual tem, nos últimos anos, recebido os benefícios de investimento industrial realizado na localidade), a destilação de aguardente, o vinho, o queijo do Rabaçal, tem papel de destaque nesta terra, empregando uma parte da população.

Quem aqui não trabalha, desloca-se para os meios urbanos próximos, nomeadamente Condeixa-a-Nova e Coimbra.
No que respeita ao sector terciário, a população não dispõe de "serviços públicos, onde tem uma grande expressão na terra a Casa do Povo do Zambujal, uma extensão da Santa Casa da Misericórdia de Condeixa-a-Nova. (*)Queijo Rabaçal DOP

É um queijo curado, de pasta semidura a dura, com poucos ou nenhuns olhos pequenos e irregulares distribuídos na massa, branca-mate e É obtido por esgotamento lento da coalhada, após a coagulação de leites de ovelha e cabra, por acção do coalho animal. Mantém a forma tradicional de fabrico e revela características atribuíveis ao leite e, portanto, à forma tradicional de maneio das ovelhas.

O uso da Denominação de Origem (Despacho 12/94 de 26 de Janeiro) obriga a que o queijo seja produzido de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações, o qual inclui, designadamente, as condições de produção do leite, higiene da ordenha, conservação do leite e fabrico do produto. A rotulagem deve cumprir os requisitos da legislação em vigor, mencionando também a Denominação de Origem. O Queijo Rabaçal deve ostentar a marca de certificação aposta pela respectiva entidade certificadora.

Comercialmente pode apresentar-se com um peso compreendido entre 0,3 kg a 0,5 kg e dimensões com diâmetro de 10 - 12 cm e altura de 3,3 a 4,2 cm.
A área geográfica de produção abrange algumas freguesias dos concelhos de Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Velha, Ega, Furadouro, Vila Seca e Zambujal), Penela (todas as freguesias), Soure (Degracias, Pombalinho e Tapeus), Alvaiázere (todas as freguesias, excepto, Pussos - lugar de Loureira e Rego da Murta - lugar de Relvas e Ramalhal), Ansião (todas as freguesias) e Pombal (freguesias de Abiúl, Pelariga, Pombal, Redinha e Vila Cã).

HISTÓRIA

A mais antiga referência a esta Freguesia é documentada em 1258. Trata-se de uma sentença que regula a percepção do dízimo no lugar de Árconcen, entre a Igreja de Condeixa e Zambujal.
No mesmo século, mais precisamente, em Agosto de 1293, o local é citado noutro documente, em que D. Durando, prior de Santa Cruz de Coimbra, doa ao seu mosteiro a herdade que possui no lugar de Azarnbujal, que lhe tinha sido legada por D. Joana Dias, viúva de D. Fernando Cogomirho.

Noutros documentos do século IV, o lugar surge grafado como Azarnbuial e, em 1527, Azarnbujal.

No Livro Extremadura descobriu-se um foral manuelino, lavrado em Lisboa, a 23 de Agosto de 1514, dado a Azarnbujal, depois de Cadima, que alguns historiadores afirmam tratar-se deste lugar do concelho de Condeixa-a-Nova.

Pertenceu ao termo de Germanelo, mas, em 1527, encontra-se já a integrar o Concelho de Rabaçal. Poucos anos depois, a povoação passou a fazer parte do termo de Coimbra.
Em 1811, era Vila da Província da Beira, com juiz ordinário da comarca e provedoria de Coimbra, a cuja diocese também pertencia, tendo corno donatária a Universidade.
Em 1831, volta para o concelho de Rabaçal, visto este ter adquirido maior desenvolvimento, face à sua estratégica localização, pois encontrava-se no trajecto da estrada Coimbra-Tomar-Lisboa, muito movimentada na época.

Depois de extinto o concelho de Rabaçal, em 31 de Dezembro de 1853, a freguesia de Zambujal passou a integrar o Concelho de Soure. Contudo, através do decreto de 24 de Outubro de 1855, Zambujal completa definitivamente o concelho de Condeixa -a-Nova.

É curioso observar como já no século XVII, passando pela Fonte Coberta, o príncipe Cosme de Médicis se rendeu a esta paisagem árida mas não inóspita, solicitando a Pier Maria Baldi - pintor toscano que integrava o seu vasto séquito - uma pintura deste lugar. a Igreja Matriz. A Igreja Matriz, que figura no catálogo de todas as igrejas e comendas que havia no Reino nos anos de 1320 e 1321, pertencia ao arcediago de Penela e foi ampliada em 1528.

No ano de 1708, era sede de uma vigararia e, em 1768, era elevada a priorado de apresentação das religiosas agostinhas de Convento de Santana, em Coimbra.

A data de 1768, inscrita na porta de templo, aponta para o ano da sua reforma.

O altar-mor, com largo camarim, duas colunas e nichos laterais, bem como os colaterais, pertencem ao final de mesmo século XVIII. O referido camarim é fechado com uma tela da época, com a Padroeira, Nossa Senhora da Conceição.
Em rodapé, existem na capela-mor, restos de azulejos sevilhanos, em relevo, datados do século XVI.

TOPONIMO

O nome do Zambujal deriva certamente da abundância de inúmeros zambujeiros, espécie de oliveira brava, na localidade que, a par de Rana, Madorna, Rebelva, Matarraque e S. Domingos de Rana, integra a zona sul da freguesia. É través da Lenda dos Ferreiros, que se procura  justificar a designação de Zambujal como sendo proveniente de zambujeiro, já que o topónimo pode ter tido origem numa mata de zambujos, existente no sítio onde se veio a formar o aglomerado populacional.

A Freguesia de Zambujal, foi em tempos remotos, um dos lugares pertencentes aos caminhos para Santiago de Compostela, através do lugar de Fonte Coberta, onde ainda hoje pode passaear e comtemplar as belas paisagens ai existentes.

Vindo de Condeixa-a-Nova em direção a Penela, encontra um placa para o lugar de Fonte Coberta, onde atravessa uma Ponte Filipina e poucos metros mais a frente tem indicação "Caminhos para Santiago".

Os Caminhos de Santiago são os percursos percorridos pelos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela desde o Século IX. Estes são chamados de Peregrinos, do latim "Per Aegros", "aquele que atravessa os campos". Têm como seu símbolo uma concha, normalmente uma vieira designada localmente por "venera", costume que já vinha do tempo em que os povos ancestrais peregrinavam a Finisterra.
Os caminhos espalham-se por toda a Europa e vão todos entroncar aos caminhos franceses que posteriormente se ligam aos espanhóis, com excepção das várias vias do Caminho Português, que têm origem a sul, e do Caminho Inglês que vinha do norte.

 

A Basílica de Santiago de Compostela é o ponto final dos Caminhos de Santiago

 Marco para auxiliar os peregrinos.

 Ilustração do "Codex Calixtinus", cujo Livro V é um roteiro do Caminho para o peregrino.O Caminho de Santiago entrou na história há doze séculos, quando foram encontrados os restos mortais do apóstolo, São Tiago, ou Santiago, na que hoje é a cidade de Santiago de Compostela.

Gastronomia

Cabrito assado no forno

Ingredientes:
- 1,5 Kg de perna de cabrito
- 4 dentes de alho
- Meio limão
- 1 dl de azeite
- Água
- Sal, pimenta e colorau

Modo de Preparo

1. Esfrega-se a perna de cabrito com os dentes de alho pisados, o sal, o colorau, a pimenta e o sumo do limão, deixa-se assim temperado durante umas horas.
2. Depois leva-se ao lume o azeite.
3. Estando bem quente, aloura-se nele a perna de cabrito, dos dois lados.
4. Coloca-se o cabrito numa assadeira de barro com o preparado.
5. Rega-se com uns golinhos de água de vez em quando volta-se dos lados e vai-se sempre molhando, ou com o próprio molho ou com a água.
6. Serve-se na assadeira com nabos ou com batatas aos quartos, quando este está prestes a sair do forno.