sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AGADÃO

 
REGIÃO               CENTRO
SUB  REGIÃO       BAIXO VOUGA
DISTRITO             AVEIRO
CIDADE                AGUEDA
FREGUESIA                               Agadão
A freguesia de Agadão está situada a sudoeste do concelho, ocupando um fundo vale nas abas da Serra do Caramulo, onde corre o Rio Agadão, um dos afluentes do Rio Águeda. De acordo com os censos de 2001 tinha uma população residente de 496 pessoas distribuídas por uma área de 40,3 km2.
Foi destacada da freguesia de Castanheira do Vouga, sendo o cura da apresentação do pároco daquela povoação.
A freguesia tem como orago Santa Maria Madalena e a sua Igreja Paroquial, construída no séc. XVIII, situa-se na localidade da Lomba. Além da Igreja Paroquial, encontram-se várias capelas espalhadas pelas povoações da freguesia, algumas delas em estado de degradação, como a do Caselho (Capela do Menino Jesus), a de Alcafaz (Capela  de São Bartolomeu), a da Sobreira (Capela da Senhora da Paz), a da Felgueira (Capela  de Santa Bárbara), a de Guístola (Capela de São Tomé) e a de Catraia (Capela de São João).
 
Fazem parte da freguesia diversas localidades, nomeadamente: Alcafaz, Bertufo, Boa Aldeia, Caselho, Corga da Serra, Felgueira, Foz, Guistola, Guistolinha, Lázaro, Lomba, Lousa, Povinho, Sobreira e Vila Mendo.

MINHA ALDEIA

A minha aldeia é tão pequenina
Que num amplexo a envolvo, inteirinha;
Seu teto é feito de azul celestial,
De uma porta sem aldrabas,
E duas janelas, somente,
Uma janela para entrar o sol nascente
A outra janela para encantar o sol poente;
De luz é toda cheia
A minha aldeia.
Vilamendo de Cima
Vilamendo de baixo
Artes da toponímia,
Que a dividiu com um fio de linha
Como se fora um caminho,
A minha aldeia.
Minha terra é guardada
Por uma sentinela de crista enfunada,
Cuja morada é a torre do vento;
É tão velho, tão velho este guardião
Destas terras de Agadão,
Que já perdeu a noção do tempo
E até o rumo do vento.
Fica o pobre em sobressalto
Quando o sino grandão,
Grita bem alto
As horas que se vão.
Minha terra é toda beleza
Que é um encanto de se ver;
Tem colinas e outeiros,
E montes azuis e altaneiros
Onde a lua faz serão;
Tem um rio de águas saltitantes,
E mil fontes
Lágrimas da Princesa moura do Aljião,
Que perdeu seu coração
E por ali ficou encantada.


 
Gastronomia

CHANFRANA

INGREDIENTES

carne de cabra,
 vinho tinto,
 banha de porco,
 colorau,
 louro,
 cabeças de alho,
 sal
 piri-piri.
 MODO DE PREPARO
1.   coloca-se a carne de cabra num caçoilo de barro preto e tempera-se com os ingredientes.
2.   No final, rega-se com vinho tinto que deve ser de boa qualidade.
3.   Vai ao forno de lenha, cerca de quatro a cinco horas e deixa-se lá ficar até apurar muito bem.
 

6 comentários:

  1. Olá caros amigos.

    Saudações lusitanas

    Foi ao acaso que descobri este blog e confesso que gostei, e envio -lhe meus cumprimentos.
    Mais surpreso foi quando deparei com o poema de minha autoria intitulado Minha Aldeia. È verdade, sou escritor e poeta.
    Nasci em Vilamendo-Agadão e resido no Brasil desde os dezoito anos.

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  2. O poema acima intitulado MINHA ALDEIA, é de autoria de:
    EDUARDO DE ALMEIDA FARIAS

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  3. MÃE
    Ditoso o filho a filha
    Feliz aquele aquela
    Que teve por mãe a criatura mais bela
    Que Deus criou.
    E que em meio à procela
    Teve sua mão o carinho
    A mostrar-lhe o caminho.

    Ao sentir-me apto pra vida
    À semelhança da ave que sai do ninho
    Voei para bem longe.
    Mais tarde ao voltar
    É que eu pude avaliar
    A falta
    Da tua presença minha doce mãe.

    Hoje não tenho mais tua presença física
    Mas mais viva é a tua lembrança
    E eu aquela criança
    Ainda
    Sinto tua mão
    A me guiar no mar da vida
    E a tua saudade infinda.

    Eduardo de Almeida Farias

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  4. MÃE
    Ditoso o filho a filha
    Feliz aquele aquela
    Que teve por mãe a criatura mais bela
    Que Deus criou.
    E que em meio à procela
    Teve sua mão o carinho
    A mostrar-lhe o caminho.

    Ao sentir-me apto pra vida
    À semelhança da ave que sai do ninho
    Voei para bem longe.
    Mais tarde ao voltar
    É que eu pude avaliar
    A falta
    Da tua presença minha doce mãe.

    Hoje não tenho mais tua presença física
    Mas mais viva é a tua lembrança
    E eu aquela criança
    Ainda
    Sinto tua mão
    A me guiar no mar da vida
    E a tua saudade infinda.

    Eduardo de Almeida Farias

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  5. ELEGIA AO NADA

    De repente não havia mais nada,
    Apenas uma lembrança congelada
    Pendurada numa interrogação,
    Que se debatia em vão,
    No vazio voraz de um porquê.

    No verde vale havia três cerejeiras,
    Enormes, três gigantes
    A vergar de frutos luxuriantes;
    Qual fruto proibido
    Lá no bíblico paraíso perdido.

    Nada, não havia mais nada,
    Apenas a mesma estrada
    Em ziguezague, intermitente,
    Qual esquiva serpente
    Sabe-se lá , se por vergonha de gente.

    Lembranças, farrapos de tempo,
    Tremulam no pensamento,
    E uma saudade molhada
    Cruza os ares assustada,
    E chora na voz do vento.
    Eduardo de Almeida Farias

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  6. NUNCA MAIS
    Crónica de um dia

    Do alto de uma ribanceira, sob a copa de uma velha oliveira, porque o sol a pino, queimava, ouço ainda a tua voz minha mãe, a me chamar.
    E lá em baixo ao fundo, onde um rio era um pequeno mundo, fecho meus ouvidos a outros ruídos não venham a quebrar o encantamento do doce momento.
    Os anos e a vida me carregaram para outros mundos; e hoje já cansado dos poeirentos caminhos andados, vez por outra desço até lá ao fundo, onde vou me refazer do cansaço, porque a caminhada foi longa e extenuante para o pobre viandante. E, entre brumas embora, vejo acenos e qual alarido de pardais dos meus companheiros a convidar-me ainda uma vez mais, para um último mergulho, lá no rio e que era fundo.
    O sino da velha igreja soa horas que passam cheias de interrogações, e com cheiro a mata virgem e orações ainda não ditas.
    No Cabeço da Almoínha, entre cerejas encarnadas a transpirar de víço e volúpia, um melro matreiro assobia-me em tom provocador, empoleirado lá no alto quase à altura dos meus desejos.
    Ah! E as pernas da menina da capital a extravasarem do preto e luzidio maiô sua branca e exuberante formosura, espicaçando de agudos desejos como espinhos do tojo bravo, as mentes e carnes ainda virgens de toda aquela canalha miúda rendida aos encantos daquela ninfa, perdida em águas tão remotas.
    Um carro de bois geme descendo a ladeira, pejado de muitas canseiras, misturando seus sons bárbaros à beatitude da música das ribeiras.
    E pelos caminhos que se entrecruzam entre horizontes de sonhos indefinidos, rodopiam piões entre geométricos traçados, que ninguém saberá o sentido, pois serão sempre incongruentes.
    Mas, enfim, aquele menino já não tão menino, dormirá o sono qual pintaínho sob as asas da noite que não é negra, mas prateada cor da lua que a ilumina e, também ela, a lua, gosta de brincar nas águas do meu rio. E o lugar da Costa onde reinava aquela oliveira debruçada sobre o muro do tempo, sentirá também a amarga ausência da voz da minha mãe que, nunca mais há de me chamar, nunca, nunca mais.

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