terça-feira, 16 de novembro de 2010

AÇORES - CELORICO DA BEIRA

Açores é uma freguesia pertencente ao concelho de Celorico da Beira, ficando este a uma distância de cerca de 10 quilómetros de distância.
Situa-se no vale do Mondego e é vizinha de outras aldeias tais como, Velosa (2 Kms.), Lageosa do Mondego (5 Kms.), Baraçal (6 Kms.), Amoreiras do Mondego (4 Kms.), Vila Franca das Naves (10 Kms.), Ratoeira (6 Kms.), Minhocal (8 Kms.) e Porto da Carne (6 Kms.).
Outrora, Açores já fora vila e encontrava-se dividida em duas partes: a Vila, que era governada segundo a jurisdição existente e a Lameira, da qual fazem parte as aldeias de Aldeia Rica e Massa.
A toponímia desta aldeia está ligada com um milagre que surgiu da Virgem, quando esta fez aparecer uma ave, mais concretamente um açor, para ajudar um pajem a não ser condenado. A história conta o seguinte:

Um rei cristão que de longínquas paragens ali veio em peregrinação, fazia-se acompanhar, entre outras personagens, do servo que segurava o açor, destinado a um género de caça muito usado naquelas eras – Caça de Altenaria..
Num dado momento a ave escapou-se, pelo que o monarca irritado sentenciou-o a ser-lhe decepada a mão. O desditoso mancebo sentindo-se irremediavelmente perdido, invocou a Senhora, que solícita o atendeu e perante a comitiva estupefacta, a ave veio pousar novamente no braço do pajem, livrando-o assim da mutilação».
Fora, em tempos, esta aldeia governada pelo Juiz Ordinário, dizendo que também fora condado de Malta. Em 1367, D. Fernando concede-lhe carta que deu ao termo da Guarda a povoação de Valhelhas, em 28 de Outubro do mesmo ano.


Nas Inquirições de D. Dinis, fala desta aldeia e, eis o que se diz: «he provado que soia e ellas entrar o mordomo delrrey polla coima colheita. E ora nouamente em tempo deste rey fez ende Johan Pacheco honrra que nom fazen deste rem e mete hy seu mamposteiro. Seiam deussas todos e entre hy o mordomo delrrey por todolos deus dereitos e nom ande hy mamposteiro nenhum».

Esta aldeia nunca obteve foral próprio mas, D. João I, no foral concedido a Celorico atribui-lhe previlégios. Diz assim a “carta de previlégios”: «D. João As Aos Juizes da Cidade da Guarda e a todas lãs outras nossas justiças dos nossos reinos a que esta carta for mostrada, saúde. Sabede...Aos moradores e pobradores das ditas aldeãs e de cada uma delas não paguem em fintas e nem em aduas nem pedidos nem em outras nenhumas funções nem em cargos que aos concelhos destas comarcas houvessem".


 


Açores foi doada por D. Afonso V, a Fernando Coutinho.

No séc. VII aqui houve um mosteiro da Ordem de St.º Agostinho.
No séc. XVIII, ao proceder-se a escavações, foram encontrados restos de Convento duplex, o que bem demonstra a antiguidade da povoação. Moedas encontradas e pedaços de tégula ainda existentes no sítio do Calvário, denuncia a fundação romana.
Noutra propriedade também foi encontrada uma mó de moínho, um forno e no Outeiro da Forca, onde se pode ver ainda, numa rocha, os vestígios de ali ter existido o terrível instrumento de suplício.

 
Estes indícios mostram que esta freguesia fora habitada pelos povos romanos.
Quanto à anexa de Açores, Aldeia Rica, anteriormente era chamada de “Ricason”, no reinado de D. Dinis. Esta aldeia chegou a ser doada a Afonso Correia.
A toponímia do seu nome não se refere à riqueza que ela possuía, tanto a nível de terras como da fertilidade dos seus solos, mas sim, à Ordem de Cristo a que pertencia.
Nesta aldeia é interessante visitar a sua igreja Matriz, um templo dedicado a Santa Maria e as suas fontes de estilo rústico.


Gastronomia
papas de milho

  1. Coloca-se sobre fogo vivo uma caçarola com bastante água temperada com bom azeite, banha de porco, ou melhor, manteiga.
  2.   Quando a água ferve deita-se-lhe a pouco e pouco a farinha de milho, espalhando-a cuidadosamente e mexendo-a para impedir a formação de grumos.
  3. A cozedura demora cerca de uma hora.
  4. As papas devem ficar de modo que o mexer descubra o fundo da caçarola.
  5. As papas deitam-se em pratos que, pelo resfriamento, criam crosta à superfície.
  6.  Quando as papas são feitas com azeite, é costume adoçá-las com mel.
  7.  Para nós o melhor processo consiste em temperá-las com manteiga durante a cozedura e adoçá-las com açúcar pilado.
  8.  Em França usam também aromatizá-las com cascas de limão ou com baunilha.
  9. Entre nós, as papas de milho são uma iguaria própria para almoço.


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