terça-feira, 21 de dezembro de 2010

MARTA DE MESQUITA DA CÂMARA - 1894- ?

Marta de Mesquita da Câmara -  Poetisa contemporânea.

 Sonetista lírica, seus versos contêm muita espontaneidade e singeleza.

Apresentamos o seu soneto "Contra-senso":
 
Ó, meu amor, escuta, estou aqui.,
 pois o teu coração bem me conhece;
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!
 
Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar, se ainda pudesse,
 as horas dolorosas que vivi.
 
Ó, que insensato e louco é quem se ilude!
Quis fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!
 
Deitando a vista pelo mundo além,
 desisto de encontrar na vida um bem
 que valha todo o mal que tu me fazes!

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