REGIÃO ALENTEJO
SUB REGIÃO ALENTEJO CENTRAL
DISTRITO EVORA
CIDADE VIANA DO ALENTEJO
FREGUESIA ALCÁÇOVASBRASÃO
Escudo Peninsular de Prata, com dois leões púrpura, afrontados, armados e lampassados de azul; em contra-chefe, ao centro, uma alcáçova de vermelho com um torreão central. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com a legenda a negro "VILA DAS ALCÁÇOVAS".
Estandarte
Com cordões e borlas de prata e púrpura, haste e lança de ouro, esquartelado de branco e púrpura.
Selo
Circular, com as peças do brasão, tudo envolvido por dois circulos concêntricos entre os quais corre a legenda "JUNTA DE FREGUESIA DAS ALCÁÇOVAS".
A criação dos símbolos da vila das Alcáçovas - Brasão, Estandarte e selo, contou com a colaboração do arquitecto António Bernard Guedes, secretário da Associação dos Arqueólogos Portugueses, que propuseram alternativas várias, que culminaram na opção pelos actuais símbolos, baseados nas cores e no brasão da família Henriques, senhorios das Alcáçovas durante bastantes gerações.
Os presentes símbolos, aprovados pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses em 20/03/91, passaram a ser oficialmente adoptados pela Junta de Freguesia de Alcáçovas desde 04/09/91, data em que se cumpriram 512 anos após a assinatura do TRATADO DE ALCÁÇOVAS
Os presentes símbolos, aprovados pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses em 20/03/91, passaram a ser oficialmente adoptados pela Junta de Freguesia de Alcáçovas desde 04/09/91, data em que se cumpriram 512 anos após a assinatura do TRATADO DE ALCÁÇOVAS
História:
A povoação de Alcáçovas é muito antiga e está situada sobre o antigo itinerário romano que ligava Ebora a Salacia (Alcácer do Sal). O nome da vila deriva do árabe al-qaçabâ (cidadela fortificada).
Todas as fontes documentais, aludem para que a actual Vila das Alcáçovas estivesse integrada no antigo itinerário romano Ebora-Salácia e que neste período fosse apelidada de Castreleucos (Castelos Brancos).
Se atendermos ao topónimo, existem fortes hipóteses de terem existido não um castelo, mas sim de dois castelos.
Um que terá sido transformado em palácio por D. Dinis, localizado junto à actual Rua do Paço. E outro que estaria situado, onde actualmente se situa a Igreja Matriz, junto à Rua do Castelo e que segundo as fontes, abrangia uma grande panorâmica a norte da Vila.
No século VIII, tal como em toda a região do Alentejo, esta antiga povoação foi invadida pelos Mouros.
Na sequência do processo de reconquista, era necessário repovoar a povoação que se encontrava debilitava e sem organização, havia necessidade da localidade se adaptar às novas realidades, então, D Martinho, Bispo de Évora deu o primeiro foral à povoação, denominada na altura por Santa Maria das Alcáçovas, em 17 de Agosto de 1258. Neste período a povoação e terras anexas passariam a ser um senhorio episcopal.
Em 1271, num acordo entre, D. Afonso III e D. Durando Pais, bispo de Évora, regista-se, que o senhorio das alcáçovas não era rentável na posse dos prelados eborenses, mas que o seria na posse do rei, a partir de então as Alcáçovas passaria a estar na posse do rei, passando a povoação à categoria de Vila.
No dia 13 de Dezembro de 1308, com registos do Bispo, D. Fernando, a Igreja Matriz assinala um crescimento da Vila e consequente aumento dos fiéis, já nesta altura denominada S. Salvador das Alcáçovas, sendo seu reitor Gonçalo Martinho.
Após o reinado de D. Afonso V, foi concedido o senhorio das Alcáçovas a D. Fernando Henriques, que apesar de ser castelhano, tinha ajudado os portugueses na guerra contra Castela. Esta família era descendente de Henrique II de Trastâmara estando a História da Vila das Alcáçovas ligada durante algumas centúrias à linhagem dos Henriques.
Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contratos nupciais da princesa D. Isabel, com o Rei de Castela, D. João II, e em 1457, os esponsais da princesa D. Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do Rei D. Duarte. Destes casamentos, entre D. Isabel de Aviz que casou com o tal Rei D. João II veio a nascer a grande Rainha Isabel, a Católica, que terá um papel determinante em Espanha. Por outro lado, a Infanta D. Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mãe do Rei D. Manuel I, de cognome, o Venturoso.
A 4 de Setembro de 1479, na Vila das Alcáçovas, encontram-se os procuradores de Portugal e Castela e aí são estabelecidos dois tratados. O primeiro diz respeito à sucessão dinástica e que ficou conhecido como Tratado das Terçarias de Moura. O segundo, designado por Tratado das Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos em que, Afonso V de Portugal, desistia para sempre das suas pretensões ao trono de Castela, continha outras cláusulas respeitantes à política de projecção externa de ambos os reinos, num momento em que ambos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana.
A 29 de Setembro de 1495, D. João II estava nas Alcáçovas sendo os seus últimos dias de vida, marcados pela incerteza quanto ao seu sucessor, e que acabaria por ditar no seu derradeiro testamento, a nomeação do seu herdeiro, D. Manuel I.
No dia 20 de Setembro de 1541, através de um Alvará de Doação Régia, D. João III, entrega o actual Convento de Nossa Senhora da Esperança à Ordem Dominicana, tendo sido o Padre Frei Lourenço de Setuval, o primeiro vigário deste convento.
No dia 10 de Setembro de 1551 foi fundada a Misericórdia das Alcáçovas, sendo seu provedor, Alberto Eduardo Batista. Nesta altura o Senhor das Alcáçovas era D. Henrique Henriques, 4º Senhor das Alcáçovas, que ficou conhecido por gastar grande parte dos seus rendimentos com aqueles que mais necessitavam.
Em 1661, o Padre Frei Manuel Correia, iniciou as fundações para a construção do novo altar-mor, no Convento de Nossa Senhora da Esperança, tendo esta obra ficado em 400$000 réis.
No ano de 1758, as Memórias Paroquiais referem que a Vila tinha 1671 habitantes e existindo nesta altura duas feiras francas e um mercado. Uma dessas feiras, chamada de São Geraldo durava dois dias e tinha inicio no dia 13 de Outubro. Outra feira, a de São Bartolomeu, durava apenas um dia e era feita junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança no dia 24 de Agosto. O mercado era feito durante os dias três do Espírito Santo, também junto ao Convento da Nossa Senhora das Esperança.
Em 1836, a Vila das Alcáçovas passa a integrar o Concelho de Viana dos Alentejo muito provavelmente na sequência da Reforma Administrativa iniciada por Mouzinho da Silveira já em pleno Liberalismo.
Em 1885, após a união das bandas de música dos “nalgueiros” e, dos “pés frescos” é inaugurada a Sociedade União Alcaçovense. A 9 de Agosto do mesmo ano, reúne-se pela primeira vez a direcção da S.U.A., tendo como presidente, Manuel Estanislao Fragoso, como tesoureiro, Joaquim António Salsinha Senior e como secretário, o Padre Joaquim Pedro d’ Alcântara.
A 30 de Abril de 1888 é concluída a construção da Escola Oficial no Largo Alexandre Herculano, projecto do distinto Alcaçovense, Luís Augusto Tavares Fragoso e da iniciativa e receitas de muitos particulares Alcaçovenses. Numa altura em que a escola a nível nacional já era vista como o meio de regeneração da sociedade portuguesa, esta obra de ampliação e de grande importância para a vila, tinha como grande objectivo, fazer face ao constante aumento demográfico da população, que segundo os Censos de 1890, a Vila das Alcáçovas teria mais de 600 crianças com idades compreendidas entre 1 e os 15 anos.
No dia 18 de Maio de 1924, grande parte da população acorreu para testemunhar a reabertura do Hospital da Misericórdia, após alguns anos encerrado. Por esta altura a Vila das Alcáçovas, tinha mais de 5000 habitantes.
Decorria o ano de 1956, quando a luz eléctrica chegou à Vila das Alcáçovas. Para comemorar o acontecimento as carroças perfilaram-se no Largo Alexandre Herculano carregadas de pão e vinho para distribuir pela população, havendo ainda um boi assado.
A 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral, a poucos quilómetros da Vila das Alcáçovas teve lugar a segunda reunião, do período pré-revolucionário que dará origem ao Movimento das Forças Armadas, que culminaria com a Revolução de Abril de 1974.
Um que terá sido transformado em palácio por D. Dinis, localizado junto à actual Rua do Paço. E outro que estaria situado, onde actualmente se situa a Igreja Matriz, junto à Rua do Castelo e que segundo as fontes, abrangia uma grande panorâmica a norte da Vila.
No século VIII, tal como em toda a região do Alentejo, esta antiga povoação foi invadida pelos Mouros.
Na sequência do processo de reconquista, era necessário repovoar a povoação que se encontrava debilitava e sem organização, havia necessidade da localidade se adaptar às novas realidades, então, D Martinho, Bispo de Évora deu o primeiro foral à povoação, denominada na altura por Santa Maria das Alcáçovas, em 17 de Agosto de 1258. Neste período a povoação e terras anexas passariam a ser um senhorio episcopal.
Em 1271, num acordo entre, D. Afonso III e D. Durando Pais, bispo de Évora, regista-se, que o senhorio das alcáçovas não era rentável na posse dos prelados eborenses, mas que o seria na posse do rei, a partir de então as Alcáçovas passaria a estar na posse do rei, passando a povoação à categoria de Vila.
D. Dinis, no dia 25 de Abril 1279, a partir de Évora mandou enviar ao concelho das Alcáçovas, uma cópia dos seus foros e costumes, para confirmar o foral da Vila. Este monarca deu ainda foros aos lavradores do seu enorme reguengo na Vila das Alcáçovas, que muitos consideram uma nova carta de foral, no dia 28 de Fevereiro de 1283.
No dia 13 de Dezembro de 1308, com registos do Bispo, D. Fernando, a Igreja Matriz assinala um crescimento da Vila e consequente aumento dos fiéis, já nesta altura denominada S. Salvador das Alcáçovas, sendo seu reitor Gonçalo Martinho.
Após o reinado de D. Afonso V, foi concedido o senhorio das Alcáçovas a D. Fernando Henriques, que apesar de ser castelhano, tinha ajudado os portugueses na guerra contra Castela. Esta família era descendente de Henrique II de Trastâmara estando a História da Vila das Alcáçovas ligada durante algumas centúrias à linhagem dos Henriques.
Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contratos nupciais da princesa D. Isabel, com o Rei de Castela, D. João II, e em 1457, os esponsais da princesa D. Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do Rei D. Duarte. Destes casamentos, entre D. Isabel de Aviz que casou com o tal Rei D. João II veio a nascer a grande Rainha Isabel, a Católica, que terá um papel determinante em Espanha. Por outro lado, a Infanta D. Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mãe do Rei D. Manuel I, de cognome, o Venturoso.
A 4 de Setembro de 1479, na Vila das Alcáçovas, encontram-se os procuradores de Portugal e Castela e aí são estabelecidos dois tratados. O primeiro diz respeito à sucessão dinástica e que ficou conhecido como Tratado das Terçarias de Moura. O segundo, designado por Tratado das Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos em que, Afonso V de Portugal, desistia para sempre das suas pretensões ao trono de Castela, continha outras cláusulas respeitantes à política de projecção externa de ambos os reinos, num momento em que ambos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana.
A 29 de Setembro de 1495, D. João II estava nas Alcáçovas sendo os seus últimos dias de vida, marcados pela incerteza quanto ao seu sucessor, e que acabaria por ditar no seu derradeiro testamento, a nomeação do seu herdeiro, D. Manuel I.
No dia 20 de Setembro de 1541, através de um Alvará de Doação Régia, D. João III, entrega o actual Convento de Nossa Senhora da Esperança à Ordem Dominicana, tendo sido o Padre Frei Lourenço de Setuval, o primeiro vigário deste convento.
No dia 10 de Setembro de 1551 foi fundada a Misericórdia das Alcáçovas, sendo seu provedor, Alberto Eduardo Batista. Nesta altura o Senhor das Alcáçovas era D. Henrique Henriques, 4º Senhor das Alcáçovas, que ficou conhecido por gastar grande parte dos seus rendimentos com aqueles que mais necessitavam.
Em 1661, o Padre Frei Manuel Correia, iniciou as fundações para a construção do novo altar-mor, no Convento de Nossa Senhora da Esperança, tendo esta obra ficado em 400$000 réis.
No ano de 1758, as Memórias Paroquiais referem que a Vila tinha 1671 habitantes e existindo nesta altura duas feiras francas e um mercado. Uma dessas feiras, chamada de São Geraldo durava dois dias e tinha inicio no dia 13 de Outubro. Outra feira, a de São Bartolomeu, durava apenas um dia e era feita junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança no dia 24 de Agosto. O mercado era feito durante os dias três do Espírito Santo, também junto ao Convento da Nossa Senhora das Esperança.
Em 1836, a Vila das Alcáçovas passa a integrar o Concelho de Viana dos Alentejo muito provavelmente na sequência da Reforma Administrativa iniciada por Mouzinho da Silveira já em pleno Liberalismo.
Em 1885, após a união das bandas de música dos “nalgueiros” e, dos “pés frescos” é inaugurada a Sociedade União Alcaçovense. A 9 de Agosto do mesmo ano, reúne-se pela primeira vez a direcção da S.U.A., tendo como presidente, Manuel Estanislao Fragoso, como tesoureiro, Joaquim António Salsinha Senior e como secretário, o Padre Joaquim Pedro d’ Alcântara.
A 30 de Abril de 1888 é concluída a construção da Escola Oficial no Largo Alexandre Herculano, projecto do distinto Alcaçovense, Luís Augusto Tavares Fragoso e da iniciativa e receitas de muitos particulares Alcaçovenses. Numa altura em que a escola a nível nacional já era vista como o meio de regeneração da sociedade portuguesa, esta obra de ampliação e de grande importância para a vila, tinha como grande objectivo, fazer face ao constante aumento demográfico da população, que segundo os Censos de 1890, a Vila das Alcáçovas teria mais de 600 crianças com idades compreendidas entre 1 e os 15 anos.
No dia 18 de Maio de 1924, grande parte da população acorreu para testemunhar a reabertura do Hospital da Misericórdia, após alguns anos encerrado. Por esta altura a Vila das Alcáçovas, tinha mais de 5000 habitantes.
Decorria o ano de 1956, quando a luz eléctrica chegou à Vila das Alcáçovas. Para comemorar o acontecimento as carroças perfilaram-se no Largo Alexandre Herculano carregadas de pão e vinho para distribuir pela população, havendo ainda um boi assado.
A 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral, a poucos quilómetros da Vila das Alcáçovas teve lugar a segunda reunião, do período pré-revolucionário que dará origem ao Movimento das Forças Armadas, que culminaria com a Revolução de Abril de 1974.
CORETO
Património
§ A primitiva igreja matriz de Alcáçovas, dedicada a Santa Maria, foi fundada em 1308 pelo bispo de Évora D. Fernando II (ESPANCA, Túlio, 1975). O templo foi comenda da Ordem de Cristo, e posteriormente da Ordem de Avis, tendo como padroeiros os donatários da vila, os Henriques de Trastâmara.
§ Em meados do século XVI, a igreja foi reconstruída segundo um novo projecto, de gosto maneirista, sendo o risco da fachada muito semelhante à estrutura da igreja do Espírito Santo de Évora. Desconhece-se o autor da traça, sabendo-se porém que durante alguns anos a obra de edificação foi dirigida pelo mestre de pedraria Baltazar Fernandes (Idem, ibidem).
§ Nesta época, a matriz terá mudado de orago, tendo então como padroeiro São João Baptista, e no século XVIII passou a ser dedicada a Cristo Salvador, orago que se manteve até hoje.
§
De planta rectangular, desenvolvida longitudinalmente, o templo apresenta uma fachada que se divide em três registos e cinco panos. Estes são marcados pela disposição de pilares dóricos, que separam o corpo principal, os corpos laterais, correspondentes às naves colaterais, e os dois torreões.
§ Da edificação quinhentista são os portais, o principal de moldura rectangular encimada por frontão, de gosto classicista, e os laterais, de moldura rectangular simples, e os torreões coroados por sineiras e pináculos piramidais. O programa decorativo barroco, que englobou as molduras dos janelões do segundo registo, o remate do frontão do corpo central e os fogaréus, foi executado cerca de 1748 (Idem, ibidem).
§
O espaço interior divide-se em três naves de cinco tramos, antecedidas por coro-alto e cobertas por abóbada de nervura assentes sobre colunas dóricas. Da campanha quinhentista subsistem também o púlpito, de mármore, e as pias de água benta. Em cada nave colateral foram abertas quatro capelas. Do lado do Evangelho foram consagradas as capelas de Nossa Senhora do Rosário, decorada com pintura mural, Nossa Senhora dos Remédios, que alberga no retábulo uma tela maneirista com a representação da Santíssima Trindade , a capela do Senhor Jesus do Pereira, e a capela-panteão dos Henriques, ou do Senhor dos Passos, reaproveitada da estrutura original do templo, mas que sofreu algumas transformações no século XVII, que no entanto não alteraram o arco gótico da entrada e os túmulos dos instituidores. Posteriormente, este espaço foi decorado com pintura mural a seco, durante duas campanhas decorativas, uma realizada no século XVIII, que corresponde ao camarim da capela, outra do século XIX, na abóbada e alçados (SOUSA, Catarina, 2003, p. 125).
§ Do lado da Epístola situam-se as capelas de Santo António, decorada com painéis de azulejos seiscentistas, a de São João Evangelista, a de São Miguel, e a de São Francisco Xavier, onde foi inserido o túmulo de Pedro Fernandes Colaço da Fonseca, mordomo-mor do infante D. João, que havia sido enterrado na igreja primitiva.
A capela-mor, de planta quadrangular, é antecedida por arco triunfal pleno assente em pilastras dóricas. O espaço é coberto por abóbada de caixotões de pedra, que em época posterior à sua edificação foi estucada e policromada, e as paredes laterais são forradas com painéis de azulejo de tapete, policromos e com figuração naturalista, executados por uma oficina lisboeta cerca de 1696. O retábulo-mor, de talha maneirista dourada e policromada, foi executado pelo mestre eborense Sebastião Vaz em 1640, albergando no centro uma tábua pintada em 1712, representando Cristo Salvador (ESPANCA, Túlio, 1975).§ A ermida de São Pedro de Alcáçovas foi fundada nas primeiras décadas do século XVI, havendo notícias da sua existência desde 1536. A obra de edificação foi patrocinada por Luísa Rodrigues, viúva de Luís de Mira de Sequeira, fidalgo da vila.
§ A sua estrutura, de planimetria rectangular, desenvolve-se longitudinalmente, sendo composta pelos volumes da nave e da capela-mor, que dá acesso à sacristia. A fachada principal é precedida por nártex de três arcadas, rematado por frontão com enrolamento e campanário, sem sino, ladeado por pináculos. O portal de acesso ao interior do templo, arquitravado, é ladeado por duas janelas.
§ O alçado posterior e um dos laterais estão adossados a construções posteriores, e a fachada lateral visível possui dois contrafortes, pouco salientes.
§ O interior apresenta uma diferenciação dos espaços da nave única, de planta rectangular, e da capela-mor, de secção quadrangular. Os tramos da nave são marcados por pilastras e a abóbada de berço que cobre o espaço é decorada com estuques policromados, que substituem os frescos que primitivamente a decoravam.
§
A capela-mor, antecedida por arco triunfal, é também coberta por abóbada de berço, decorada por frescos divididos em nove painéis que retratam cenas da vida de São Pedro, o apostolado, a prisão, a salvação do naufrágio no Tiberíades por Cristo, e o martírio, legendados em português arcaico (SOUSA, Catarina V., 2003, p.133). O pano murário da capela-mor apresenta também, em toda a sua área, vestígios de pintura a fresco, subsistindo actualmente as figuras de Santa Apolónia e Santo Amaro nos alçados laterais (Idem, ibidem, p.134).
Adicionar legenda |
§ Até ao ano de 1657, o espaço da capela-mor pertenceu a uma irmandade, sendo nesta data adquirida pela família Fragoso de Barros. Estes fidalgos terão sido os encomendantes da pintura mural que decora o espaço da abóbada, que pelas suas características não se insere nas produções picturais do circulo oficinal da região (Idem, ibidem, pp. 133-134).
Há ainda notícia da existência de pintura a fresco na abóbada da sacristia da capela, com representações dos atributos de São Pedro. O espaço, de planta quadrangular, possui um lavatório em mármore esculpido com o relevo das chaves entrelaçadas, símbolo do padroeiro. Entre 1998 e 1999 a Ermida de São Pedro foi objecto de uma campanha de obras de reparação da estrutura e das pinturas murais.Paço dos Henriques ou Horto do Paço das Alcáçovas ou Paço Real da Vila
§ Povoação de fundação muito antiga, Alcáçovas situa-se sobre vestígios da via romana que ligava Ebora Liberalitas Iulia (Évora) a Urbs Imperatoria Salacia (Alcácer do Sal), derivando o seu nome da designação árabe Al-qacabâpara "cidadela fortificada", tendo sido repovoada em 1259 por D. Martinho, Bispo de Évora, que lhe concedeu foral, antes de D. Afonso III (1210-1279) a elevar a vila após incluí-la nos bens da Coroa.
O seu posicionamento estratégico no território português, assim como a adaptação, por iniciativa de D. Dinis (1261-1325), de um dos castelos a residência real, e a obtenção, das mãos de D. Afonso V (1432-1481), do primeiro senhorio de Alcáçovas, por parte de D. Fernando Henriques, foram, certamente, razões suficientes para que o "Paço dos Henriques" fosse palco de múltiplas cerimónias de assinalável envergadura e importância política e social. Uma relevância acentuada quando da assinatura do Tratado de Alcáçovas, em 1479, que pôs termo à guerra de sucessão da coroa castelhana
A par da casa, propriamente dita, a classificação abrange a área ajardinada e a capela de Nossa Senhora da Conceição edificada no século XVII, para a qual foi necessário remodelar profundamente a área habitacional.
IGREJA DA MISERICORDIA
O templo actual oferece características setecentistas e substituiu, decerto, o primitivo por motivos ignorados.
De frontaria cunhada de granito, na linha do oriente, tem portal adintelado, de calcário branco, grupo de janelas e grande luneta do coro, alteada por frontão triangular que termina, ao norte, pelo campanário com sino de bronze fundido, de cruz estrelóide e o cronograma de 1749.
No seu interior, a capela-mor é guarnecida por interessante retábulo barroco de talha dourada (meados do século XVIII).
Emparelhado na rua e correndo para o lado Norte, fica o Hospital, também antigo. O edifício sofreu importantes melhoramentos no tempo de D. Maria II, assinaláveis na fachada por guarnições de esgrafitos florais e grades férreas, fundidas e, no paquife datado de 1864, que envolve o escudo régio, coroado e de mármore branco, que enobrece o corpo do piso principal e é obra setecentista, assim como a portada, no todo semelhante à da Igreja.ERMIDA SÃO TEOTONIO
Fundada por D. Teotóneo Manuel, presumivelmente na década de 1650, junto das casas nobres da Travessa do relógio e de frontaria olhando, na época, o vastíssimo Rossio d’el-rei, conserva, em grande parte, a silhueta dos fundamentos, acrescentada, pela torre sineira de 1832, que substituiu o primitivo campanário do discreto terraço.
A frente é formada por um só arco pleno, flanqueado por duas atarracadas colunas toscanas de alvenaria, assente em quatro degraus de granito, que forma um pequeno adro elevado protegido por gradeamento férreo, batido, de balaústres quadrados e cilíndricos, típicos de fins do séc. XVIII. O corpo superior da actual torre – que acompanha os volumes decorativos da parte arcaica -, acrescida de janela marmóreas, coro e da platibanda guarnecida por urnas flamejantes.
A destacar a cúpula pintada a fresco da capela-mor (sécs. XVII/XVIII) e o Presbitério, decorado por pinturas murais, apainelados de madeira e de tela, talha dourada e rodapé azulejar, policromo, incluindo o frontal de altar, de temática floral e geométrica (séc. XVII).
ERMIDA SÃO GERALDO
Esta pequena ermida, localizada na parte oriental da vila, foi fundada em 1599 por uma comissão de moradores. Após um período de algum abandono, foi recuperada e reaberta ao culto em 1941, recebendo actualmente as festas da freguesia no dia 15 de Agosto.
Encontra-se edificada num terreno aprazível e desimpedido, com seus muretes de propriedade eclesial, orientada ao poente e de silhueta bastante pitoresca, de alvenaria de aio, formada por alpendre de campanário axial, de arcos plenos, com bancos para os peregrinos, corpo de nave emparelhado com gigantes terminados por agulhas piramidais, e abside quadrada, de telhado de linhas radiadas ornamentado por uma urna estilizada.
ERMIDA DO SENHOR DA PEDRA
Ao sul do Convento de N.ª Sr.ª da Esperança e no sopé do monte da Esperança ergue-se esta ermida, edificação ulterior a 1758 que assinalava, desde o século XVI, segundo se admite, a localização do Cruzeiro do mosteiro.
Ao sul do Convento de N.ª Sr.ª da Esperança e no sopé do monte da Esperança ergue-se esta ermida, edificação ulterior a 1758 que assinalava, desde o século XVI, segundo se admite, a localização do Cruzeiro do mosteiro. Aqui se encontravam, processionalmente, os fiéis das diversas confrarias laicas, quando das peregrinações regionais.
O templete encontra-se dentro da cerca religiosa, defrontando um velho arco de tijolo, redondo, antigamente engalado por acrotérios pinaculares e cruz central.
Edifício de linhas singelas, de alvenaria, tem frontaria apilastrada, portal e janelinhas graníticas e frontão circular, ladeado de pirâmides truncadas e falsa arqueta axial. A cabeceira é de forma semicircular, coberta por telhado de linhas radiadas.
O interior compõe-se de modestíssima nave de planta rectangular, com tecto de meio canhão e alçados lisos, caiados de branco. Lateralmente rasgam-se dois nichos vazios, e o altar-mor, aberto por arco mestre redondo, decorado pelo emblema domínico, é concebido num vão de cilindro cortado, apenas composto pelo cruzeiro da primitiva ermidinha de N.ª Sr.ª da Graça, obra marmórea assente em fustes de capitel jónico.
O Calvário, de pedra mais fina e bem esculpida em alto-relevo, é solidário com a cruz de meias canas, recoberta por pontas de capuchos entrançados, obra bem definida do espírito regional tardo-manuelino e da época de D. João III.
Convento n s da Esperança
Integrado na Ordem de S. Domingos, o convento de N.ª Sr.ª da Esperança teve os seus primórdios na ermida de manuelina de N.ª Sr.ª da Graça, que havia sido construída no alto da Serra de Alcáçovas, a cerca de 3km de distância ao norte da vila.
Os milagres atribuídos à Virgem da Esperança, nas centúrias passadas alcançaram grande projecção e muitos dos eventos sobrenaturais foram autenticados por pessoas gradas, como o Bispo de Fez D. Fr. Manuel dos Anjos e outras.
O edifício conventual, construído no mais elevado cabeço da herdade, com domínio de paisagem grandiosa peculiar dos nossos sítios, oferece pitoresca e garrida silhueta nos seus volumes recortados no horizonte, alvos de cáio com toques populistas de escaiolas coloridas.
Tem corpo de nave, no centro do bloco sagrado, dos alvores do século XVI; capela-mor, elevada, do período barroco seiscentista e alpendre atarracado, de varandim, concebido por três arcadas plenas, mas aberto apenas axialmente, com tecto de penetrações e obra de época avançada do século XVIII, guarnecido, na cimafronte, por sumido cronograma metido em tabela coroada, mariana, de estuque.
A possante torre, quadrada, delimitando em andares o bloco religioso, foi terminada no ano de 1684, data que subsiste embebida em tabela barroca na face oriental e tem quatro olhais capeados de cantos de mármore: apenas conserva um sino de bronze, datado de 1743, e é envolvida por varandim de grelhas de tijolo, dispostas em rectângulos.
É o templo original, de traça gótica popular e de planta rectangular, dividido em três tramos de arcadas redondas e abóbadas nervuradas.
No primeiro tramo, vêem-se no pavimento algumas campas e cenotáfios de mármore de antigos padroeiros e tem pia de água benta.
No 2º tramo, existem duas capelas: uma consagrada aos Reis Magos (a mais antiga e nobre, no lado da Epístola); a outra dedicada a Santo António (capela sobranceira, menos profunda). Ambas da centúria seiscentista.
O 3º tramo do templo, que constitui a sua cabeceira, é preenchido por três altares: dois colaterais, ladeando o arco mestre da capela-mor, e uma capela funda, rasgada no braço da Epístola e aparelhada com a dos reis Magos. É consagrada a N.ª Sr.ª do Rosário. Tem altar com azulejos policrómicos e ornamentação floral de influência indiana, como os anteriores. No nicho expõe-se a padroeira. Opulenta imagem de madeira estofada e dourada que mede, de altura 1,32 m.
Notável é a primitiva titular da casa religiosa - N.ª Sr.ª da Graça, peça de arte gótica, policromada e de pedra de Ançã, provavelmente da escola conimbricense quatrocentista, que a tradição afirma ter aparecido numa cova, perto do local onde se fundou a ermidinha. Mede, de altura 0,80 m.
Os altares cruzeiros são consagrados a S. Bartolomeu e Santa Rita de Cássia.
Na edícula venera-se o padroeiro, velha escultura de lenho estofado, coetâneo, que mede de altura 0,60 m. Curioso e da fundação do templete é o frontal de altar, de azulejos hispano-árabes e produção trianeira sevilhana, dos tipos de corda seca e aresta.
Tem também um altar dedicado a Santa Rita, mais discreto, e Presbitério, erguido na segunda metade do século XVII, com arco de estilo manuelino e de volta inteira.
A espaçosa sacristia e a casa dos milagres, interligados e de travejamento de telha vã, são dependências do séc. XVII. Aquela, tem o arco fundeiro do antigo altar, no qual se vê um curioso sacrário de talha dourada.
As outras partes do edifício monástico de nítida concepção ruralista, não conservam qualquer volume monumental, incluindo o claustrim, também muito singelo e de um só piso térreo, com cinco arcadas plenas, por banda. No centro da quadra eleva-se o primitivo poço quinhentista da cisterna, de águas pluviais, com gargalo circular, de pedra regional, muito gasto nas arestas pelo deslizar das cordas de baldeamento, motivo revelador da sua utilização secular.
Ermida São Francisco
Edificada no antigo Rossio D’el-rei, desconhece-se, todavia, a época exacta da sua fundação, remontável a alvores do reinado de D. João III, porquanto já existia no ano de 1537.
Vestígios desse período subsistem nos acrotérios encordados, piramidais, da fachada, e na pia de água benta, de secção octogonal, peças marmóreas e da arte tardo-manuelina.
O edifício sofreu várias reconstruções e perdeu, em absoluto, o carácter primitivo, quinhentista, em data avançada do século XVIII, na altura da sua adaptação para sede da Irmandade da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, nome porque, na vila, passou a ser designada até aos nossos dias, apesar da mesma confraria ter sido extinta em 1880.
Torre do Relogio
Construção antiga foi edificada pela Câmara em data desconhecida, com destino aos sinais públicos, junto das primitivas casas do Deão D. Teotóneo Manuel.
De grossa alvenaria, em planta quadrangular e de dois andares, teve, nas suas origens, um terraço descoberto, de que subsistem as gárgulas de pedra, do tipo canhão e foi recoberto posteriormente, pela cúpula de meia laranja e remate de bandeira férrea, com guerreiro e cruz ladeada por coruchéus toscos. No campanil existem dois sinos de bronze fundido
As fachadas têm frontões triangulares.
O corpo da nave, alegre, airoso e de planta rectangular, apenas conserva de interesse a abóbada de meio canhão, ornamentada, completamente no sistema artístico alcaçovense, por esgrafitos de caixotões quadrangulares, intervalados por cruzetas de Santo André.
A imagem titular de S. Sebastião, de lenho estofado e aparentemente do século XVI, encontra-se exposta no altar de São José, da Matriz do Salvador.
Coreto
Os primeiros registros, que existem de um coreto na vila das Alcáçovas, neste caso iconográficos, são de 1910, estrutura efémera, como ocorreu um pouco por todo o pais. Esta estrutura era utilizada na Praça e também no Largo Alexandre Herculano, para que a Banda de Música da Sociedade União Alcaçovense se fizesse ouvir com as suas obras e repertórios.
Alguns anos mais tarde, a partir de 1925, julga-se que terá surgido a ideia entre os Alcaçovenses, para a construção de um Coreto no Largo Alexandre Herculano. Por esta altura já se tinha iniciado, entre a Vila das Alcáçovas e a Cidade de Setúbal, um intercâmbio cultural, que haveria de culminar com a inauguração do Coreto em 29 de Setembro de 1929. Este intercâmbio, terá existido, pelo facto de nas primeiras décadas do século XX, a Banda de Música da Capricho Setubalense, ser dirigida pelo ilustre Alcaçovense, o Maestro Doménico Maia. De referir também, que o Alcaçovense, Sr. Agripino Maia, dirigia neste período, o famoso Sextetos de Saxofones, da Sociedade Capricho Setubalense que deslumbrantes saraus musicais proporcionaram aos Alcaçovenses.
Tal como o nosso Coreto, todos os coretos ficarão para sempre caracterizados como um símbolo de descentralização e democratização cultural, não só em Portugal, mas também em toda a Europa. Transmissores dos ideais de igualdade, os coretos foram sem dúvida, um dos símbolos responsáveis, por a cultura ter saído dos meios intelectuais para a rua. Local onde o analfabetismo predominava, passavam-se então a ouvir as bandas filarmónicas, sendo então transmitido para toda a comunidade, o gosto pela música.
Alguns anos mais tarde, a partir de 1925, julga-se que terá surgido a ideia entre os Alcaçovenses, para a construção de um Coreto no Largo Alexandre Herculano. Por esta altura já se tinha iniciado, entre a Vila das Alcáçovas e a Cidade de Setúbal, um intercâmbio cultural, que haveria de culminar com a inauguração do Coreto em 29 de Setembro de 1929. Este intercâmbio, terá existido, pelo facto de nas primeiras décadas do século XX, a Banda de Música da Capricho Setubalense, ser dirigida pelo ilustre Alcaçovense, o Maestro Doménico Maia. De referir também, que o Alcaçovense, Sr. Agripino Maia, dirigia neste período, o famoso Sextetos de Saxofones, da Sociedade Capricho Setubalense que deslumbrantes saraus musicais proporcionaram aos Alcaçovenses.
Tal como o nosso Coreto, todos os coretos ficarão para sempre caracterizados como um símbolo de descentralização e democratização cultural, não só em Portugal, mas também em toda a Europa. Transmissores dos ideais de igualdade, os coretos foram sem dúvida, um dos símbolos responsáveis, por a cultura ter saído dos meios intelectuais para a rua. Local onde o analfabetismo predominava, passavam-se então a ouvir as bandas filarmónicas, sendo então transmitido para toda a comunidade, o gosto pela música.
MUSEU RURAL
Museu Rural da Casa do Povo de Alcáçovas foi Inaugurado em 5 de Agosto de 1951. A fundação do Museu Rural deve-se, fundamentalmente, ao empenho e trabalho de Bento Caldas, um delegado do Instituto Nacional do Trabalho. Este teve ainda o precioso auxílio de Exmo. Senhor Luis Fragoso Fernandes (presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo de Alcáçovas), e do artista Capela e Silva.
O objectivo da criação deste e outros museus rurais foi dar oportunidade a artista ignorados, fazer alastrar a arte rústica por todo o Alentejo, com o desejo que neles figurassem, não apenas artefactos da arte embrionária, natural, espontânea ou tradicional, ma também tudo o que fosse expoente de avanço, e que constituísse alvo a atingir por aqueles que não faziam melhor, porque nunca viram melhor.
Este museu rural é o repositório de actividades, de costumes, e das características locais. Ali está tudo o que se relacionava com o povo: a arte, os utensílios de trabalhos, costumes, e indumentária.
O Museu Rural, cujo acervo é constituído por património de arte popular apresentando um acervo de peças de "grande qualidade" que retratam a vida rural, principalmente entre 1940 e 1960.PARQUE DAS MERENDAS
O Parque de Merendas de Vale Tanques está enquadrado num magnífico cenário natural, junto de uma massa de água, na qual podem ser observadas inúmeras espécies de aves migratórias.
Neste espaço é possível desfrutar de uma área de lazer e convívio de forma a proporcionar, momentos de distracção aos cidadãos da Freguesia e visitantes.
O Parque está equipado com infra-estruturas que ultrapassam a simples utilização dos meios naturais existentes, tendo esta entidade equipado no sentido de melhorar o conforto dos utentes.Ingredientes
Bolo:
1oo gr de açúcar
200gr de doce de gila(mais ou menos um frasco de doce)
250 gr de amêndoa em pó
75 gr de farinha com fermento
3 ovos
4 gemas
Cobertura:
14 claras
10 colheres de sopa de açúcar
Preparação:
Para fazer o bolo
1. batem-se bem os ovos com as gemas e o açúcar.
2. Junta-se depois o doce de gila, a amêndoa em pó, a farinha e bate-se muito bem.
3. Unta-se uma forma sem buraco, de 20 cm de diâmetro, com manteiga, forra-se o fundo com papel vegetal e volta-se a untar.
4. Leva-se ao forno pré-aquecido a 180 graus durante cerca de 40 min.
5. Deixa-se arrefecer e desenforma-se para um prato de barro ou outro que possa ir ao forno.
6. Entretanto batem-se as claras em castelo bem forte e junta-se aos poucos o açúcar.
7. Cobre-se o bolo ás colheradas de claras dando o aspecto de pirâmide.
A 29 de Junho de 1963, nascia no Hospital de Santa Maria em Lisboa, uma criança á qual foi dado o nome de Américo Manuel da Silva Lourenço, criança esta que viria a residir com seus pais e irmãos em S. Domingos de Benfica, junto ao antigo apeadeiro da Cruz da Pedra, na linha que faz a ligação entre Lisboa e Sintra.
ResponderExcluir4 anos depois, numa tarde de Outono, pelas 15:30, o comboio parava naquele apeadeiro, despertando a curiosidade do Américo, que se aproximando da linha, sofreu um embate pelo comboio, tendo sido socorrido pelo proprietário de uma mercearia Sr. António Costa, situada na Travessa de S. Domingos de Benfica.
O Sr. António Costa transportou a criança no seu Morris Mini, com um pneu furado até ao Hospital de Santa Maria, tendo ao mesmo tempo recebido respiração de boca a boca por sua mãe até ao hospital, onde ficou 15 dias em coma e 3 meses hospitalizado.
Américo Lourenço recuperou, venceu e embora com bastante dificuldade, concluiu o ensino primário, tendo o desejo de ir para a universidade, desejo frustrado, devido ás inúmeras dificuldades, as quais incluíram internamentos em hospitais como Santa Maria em Lisboa, Curry Cabral, São João do Porto, Conde do Bracial em Santiago do Cacém, Hospital de Abrantes, Hospital de S. Bernardo em Setúbal, Instituto Português de Oncologia em Lisboa, Hospital do Litoral Alentejano e hospital de S. Luís em Lisboa.
Américo Lourenço concluiu mais tarde o 9º e o 12º ano, tem publicado mais de 800 artigos, em vários órgãos de comunicação social, sobre vários temas, tem 3 livros publicados, e tem participado em várias acções de voluntariado e é hoje um colaborador na área da segurança no Porto de Sines.
Hoje, quando aguardo na estação de Grândola o comboio para Lisboa, mas enquanto espero, cruza-se na mesma um comboio de mercadorias proveniente de Sines, tenho de procurar segurar-me ou refugiar-me em algo, receoso de sofrer as consequências da deslocação do ar, causado pela sua passagem.
Teria todas as razões para não gostar de andar de comboio, mas este é o meio de transporte que mais me fascina.
Nesta fase complicada da vida de todos nós, é encorajador lermos testemunhos de superação, e uma palavra de estímulo, pelo que este testemunho é uma singela homenagem a todos aqueles que nos mais diversos sectores da sociedade, não podem deixar de trabalhar, servindo outros.
Um bem-haja
Américo Lourenço
Vou participar na corrida de Alcaçovas no dia 3 de Setembro