Mendes Lial - Poeta, autor dramático, acadêmico e político. Foi, sobretudo,
notável na poesia heróica.
Seu teatro chegou a competir com o de Garret, nas preferências do público e da crítica.
Foi ministro plenipotenciário de Portugal, em Madri e em Paris. Conselheiro, Par do Reino,
Presidente da Câmara dos Deputados, Sócio e Secretário da Academia Real de Ciências.
Escreveu vários romances e muitas peças teatrais.
Algumas de suas poesias, como "Napoleão no Kremlin", "O Pavilhão Negro" e "Ave César!"
tornaram-se conhecidíssimas, pois são, realmente, obras admiráveis.
O soneto que se segue, "Stabat Mater", é de Mendes Lial:
Mulher que tanto amais, mulher que sofreis tanto,
ardente coração, espírito piedoso,
a quem chorais, a quem? O pai, o irmão, o esposo?
Uma ilusão perdida? Um súbito quebranto?
Dos mundanos desdéns, que vos tomam de espanto,
desejais recatar a dor que já foi gozo?
Ou desejais sumir, em delirar saudoso,
nas rosas do pudor as pérolas do pranto?
Mulher, seja qual for o vosso mal profundo,
secreto desengano ou sonho temerário,
não julgueis morta a flor, o porvir infecundo.
O rosto erguei com fé na paz do santuário:
Conforto, exemplo, guia e estrela, e aurora ao mundo,
achais a Virgem-Mãe no cimo do Calvário!
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