quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

AGUÇADOURA

REGIÃO                NORTE
SUB REGIÃO                  GRANDE PORTO
DISTRITO             PORTO
CIDADE                 PÓ VOA DE VARZIM
FREGUESIA  Aguçadoura
Situa-se junto ao mar, entre as freguesias da Estela pelo norte, Navais pelo nascente e Aver-o-Mar pelo sul. Fica situada 6 km a norte da Póvoa de Varzím, em plena faixa litoral. Está praticamente assente sobre dunas de areia.

Por estranha ironia, o seu nome não vem da areia, mas da pedra, como se lê na Inquisição de 1258 «...in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes». Pedra de aguçar ou amolar instrumentos agrícolas, como refe a tradição oral, ou pedra aguçada de sentido cultural, como outros sugerem, ela fixou-se na memória do povo e deu o nome ao lugar.


Este desenvolveu-se muito lentamente; os primitivos casais, não resistiam à agressão das areias impelidas pelos ventos rijos do mar.
Só no séc. XVIII, o povoado tomou expressão demográfica e os 25 chefes de familia existentes em 1730, decidiram-se a pedir ao Visitador licença para construir aí uma capela, pretensão sempre frustrada pela oposição do reitor de Navais, a quem pertencia o lugar. Só em 1873 ela se concretizou sendo, nesse ano, inaugurada a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. Nesta data, a população do lugar excedia já a matriz e a partir daí deu-se uma autêntica explosão demográfica.
A criação da freguesia, porém, enredada nas tramas políticas, só se deu por decreto de 14 de Outubro de 1933, que a desanexou de Navais.
No ano seguinte, por provisão de 25 de Julho de 1934, é criada a paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.
A freguesia mais nova do Concelho da Póvoa de Varzim é também a mais próspera, não só pelas qualidades de trabalho do seu povo, como pela riqueza da terra arenosa que cultivam. Aqui produzem-se em colheitas abismais, a batata, a cebola, a cenoura, o alho e toda a espécie de hortaliças, que vão sortir os mercados do Porto, Maia, Matosinhos, etc... Na sua praia sai algum peixe e, por vezes, abundantes «mariadas» de argaço.
Paroquia criada em 1934, depois do lugar ser desanexado da paróquia de Navais e constituído em freguesia civil por Decreto de 14 de Outubro de 1933.

O lugar é antigo e a ele se refere a Inquirição de 1258: "in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes".

Desenvolveu-se muito lentamente em virtude dos primitivos casais, palhaças inconsistentes, não resistirem à invasão das areias impelidas pelos ventos rijos do mar.

Só no século XVIII, o povoado tomou expressão demográfica, tendo os 30 moradores existentes pedido ao Visitador apoio para aí construírem uma Capela. Face à oposição do Abade de Navais, só no ano de 1874 puderam inaugurar uma capela "para celebração dos ofícios divinos e administração dos sacramentos". Estabeleceram como Titular da Capela Nossa Senhora da Boa Viagem, já que quase todos os moradores tinham parentes emigrados pelo Brasil e pela África.

A primitiva imagem veio do Mosteiro de Santa Maria de Bouro.

Para fabricar a Capela, foi constituída a Confraria de Nossa Senhora da Boa Viagem que ficava responsável de uma Capelão e pela lâmpada do Santíssimo Sacramento presente em Sacrário desde 1909.


Com o aumento da população, tornou-se pequena a antiga Capela e o seu primeiro Pároco, P.e Augusto Soares (1934-1976) promoveu em 1952 a construção de uma nova Igreja, concluída em 1962.


Gastronomia
Ceia de Natal

“Bacalhau e peixe seco, cozidos com sopas por de baixo. Coze-se o bacalhau e o peixe seco, demolhado, com batatas com a casca e partidas ao meio, pencas da Aguçadoura e ovos (se os houver). Depois de tudo bem cozido, não esquecendo de se pôr na água do cozido salsa, loureiro e uma pinga de azeite e outra de vinagre, escorre-se tudo e abafa-se. Mas, guarda-se a água do cozido.
Numa bacia grande, põem-se, no fundo, fatias de pão cacete, partidas como as rabanadas, e molha-se estas com água do cozido. Depois, põem-se por cima das batatas, as couves, o bacalhau e os peixes secos, como cascarras, ferreta, raia, etc.. E, até nos tempos em que havia fartura, pescada seca. 
Há, também, quem não despense nesse dia o ruivo e ou o congro. O meu avô paterno considerava que “sem ruivo o Natal não era Natal”. O ruivo era, dias antes, escalado e salgado como os chicharros.

Faz-se, então, o molho com o qual se vai regar o cozido de bacalhau e o peixe seco. Pica-se cebola e umas cabeças de alho, bem muidinho, para um tacho pequeno, e refoga-se com azeite até lourar, mas não queimar. Depois. junta-se-lhe a salsa. Na água de cozer o bacalhau, desfaz-se uma boa quantidade de colorau a que se junta vinagre e deita-se tudo no tacho em que, previamente, se alourou a cebola e os alhos, e deixando-se apurar este molho. De seguida, deita-se por cima do peixe cozido e posto na bacia e abafa-se, isto é cobre com um prato grande invertido e embrulha-se num cobertor para que se conserve quente.”
 

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