sábado, 4 de dezembro de 2010

AGUARDA DE BAIXO

 
REGIÃO               CENTRO
SUB  REGIÃO       BAIXO VOUGA
DISTRITO             AVEIRO
CIDADE                AGUEDA
FREGUESIA                               Aguada de Baixo
Situada no extremo sul do concelho, nos limites com os concelhos de Anadia e Oliveira do Bairro, Aguada de Baixo é cortada pelo rio Cértima e dista cerca de sete quilómetros da cidade de Águeda.
A povoação chamada Aguada aparece pela primeira vez oficialmente referenciada no ano de 957, em documento de doação de D. Enderquina Pala, prima dos reis de Leão. No entanto, o dólmen da Aguadela, estações romanas (vale do Mouro e Passal) e outros vestígios avulsos descobertos na região concorrem para que se possa concluir ter sido este território povoado já desde os tempos pré-
históricos.
Em carta de 14 de Fevereiro de 1132, dada a D. Bernardo, bispo de Coimbra, e a seu cabido e sucessores, o rei D. Afonso Henriques, constituindo em couto as vilas de Aguada e Barrô, lega-as com seu padroado, assim ficando unidas durante seis séculos.
Teve presença de relevo aquando das invasões árabes, época em que a sua sede se estabelecia junto ao rio Cértima, por ser a via fluvial, ao tempo, o meio privilegiado de deslocação, apesar da proximidade da via militar romana. Manteve-se até à implantação do Liberalismo no senhorio dos bispos de Coimbra.
Foi vila e recebeu foral privativo de D. Manuel, dado em Lisboa, a 13 de Agosto de 1514. Mantinha, com Barrô, uma companhia de ordenanças. De acordo com as informações paroquiais de 1758, o município tinha um juiz ordinário, três vereadores e um procurador. A carta de couto isentou-a de encargos certos. (Na verdade, como referia o rei D. Dinis, "coutar uma terra era escusar os seus moradores de serviço militar (hoste e fossado), dos outros serviços pessoais e tributos pessoais ou de géneros directos ou indirectos (de foro) e, finalmente, das multas aplicadas ao fisco (e de toda a pleita)".



Será decerto curioso referir que o Mos-teiro de Lorvão se queixou, no século XII, de que a mitra lhe tinha ficado com Aguada e sua igreja, aludindo assim ao direito de padroado. A vila passou, de resto, pelas mãos de diversos donatários. Sumariam-se alguns, documentalmente apurados: Igreja de S. Salvador de Esperandei — Viseu; a já referida D. Enderquina Pala (957); o Mosteiro de Lorvão (961, talvez pela segunda vez); a Coroa, por presúria (1064); D. Sesnando, da igreja de S. Miguel de Milreu — Coimbra (1064); D. Palermo, bispo de Coimbra (1113); de novo a Coroa, com D. Afonso Henriques (1128); D. Bernardo, bispo de Coimbra, e seu cabido e sucessores (1132).
Atravessada pela estrada romana, no sentido norte-sul, teve uma albergaria em Landiosa (a que alude um documento de D. Dinis e a que outro, no século XVII, também se refere), possivelmente uma mantio, mansão.

O Pe. Francisco Dias Ladeira, na monografia "Município de Águeda", refere acerca da origem do topónimo: "O termo Aguada provém do latim aqua lata, bitemático, e significa (entre variadas e graciosas coisas) água levada, em movimento ou rio. O latim é do puro, de Roma, como no presente se diz, por causa dos documentos medievais, chamado castrense, militar e ainda medieval, e que, apesar de ser fruto de clérigos: diáconos ou presbíteros (quase sempre), é uma salgalhada que um tanto a custo se decifra. Noutra circunstância direi que há quem lhe chame o português proto-histórico, ao tal português do período em que aparece Aguada documentada e são às dezenas os documentos concelhios. Nesse primeiro, de 957, bem como no segundo, de 961, apresenta-se o primeiro elemento puro — aqua — e no de D. Afonso Henriques, da constituição do couto, em 1132, o segundo — lata —, surge também puro. Quer sobre o primeiro tema quer sobre o segundo, quer sobre a composição e tradução água, dou variadas grafias e explico que o povo (algum e bem pouco) tem certa razão em dizer Augada." 
No campo geológico, merecem referência especial a pedreira da Ponte, de grês cinzento-azulado, e os barros, muito próprios e úteis para a cerâmica. Quanto ao restante solo, bastará referir que estão dentro dos limites de Aguada de Baixo os maiores e melhores nateiros do Cértima.


Em 1708, a povoação estava com 140 fogos; em 1862 era composta por 140 moradias para 530 habitantes; em 1864 contava com 542 habitantes; em 1890 registava 147 fogos e 468 habitantes; em 1900, 589 residentes; em 1920, 741; os Censos 91 anotam, finalmente, 1 543 habitantes, para 202 fogos.
De entre os insignes nascidos na freguesia, justifica o destaque o célebre missionário-artista Pe. Manuel de Paiva, um dos principais fundadores da cidade brasileira de S. Paulo.



 Gastronomia
Broa de milho

Ingredientes
1 xícara (chá) de leite integral
½ xícara (chá) de óleo de milho
¾ xícara (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de erva-doce
1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de fubá mimoso
2 ovos (temperatura ambiente)


Modo de preparo:
  1. Ferva o leite, o óleo, o sal, o açúcar e a erva-doce.
  2. Assim que ferver, adicione o fubá e a farinha de trigo.
  3.  Cozinhe até soltar do fundo da panela, mexendo sempre.
  4.  Junte os ovos um a um.
  5. Observe o ponto da massa, entre cada adição de ovo, pois talvez seja necessário colocar um ovo a mais ou a menos.
  6.  A massa deve ficar brilhante, lisa e mole.
  7. Coloque na forma untada, fazendo bolas com as mãos enfarinhadas de fubá.
  8. Faça um corte em cruz nas bolinhas.
  9. Leve ao forno pré-aquecido a 220 º C, até dourar. Sirva imediatamente. 


2 comentários:

  1. É Aguada de Baixo e não Aguarda de Baixo, erra de escrita

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