O primeiro soneto do Português Errante
Eu sou o solitário o estrangeirado
o que tem uma pátria que já foi
e a que não é. Eu sou o exilado
de um país que não há e que me dói.
o que tem uma pátria que já foi
e a que não é. Eu sou o exilado
de um país que não há e que me dói.
Sou o ausente mesmo se presente
o sedentário que partiu em viagem
eu sou o inconformado o renitente
o que ficando fica de passagem.
o sedentário que partiu em viagem
eu sou o inconformado o renitente
o que ficando fica de passagem.
Eu sou o que pertence a um só lugar
perdido como o grego em outra ilíada.
Eu sou este partir este ficar.
perdido como o grego em outra ilíada.
Eu sou este partir este ficar.
E a nau que me levou não voltará.
Eu sou talvez o último lusíada
em demanda do porto que não há.
MANUEL ALEGRE
Eu sou talvez o último lusíada
em demanda do porto que não há.
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