sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ANTÔNIO FEIJÓ - 1862-1917

ANTONIO FEIJO



Antônio Feijó - Diplomata, por muitos anos representou Portugal na Suécia.

Tido como o mais destacado discípulo de Gonçalves Crespo e do parnasianismo francês.

Poeta lírico primoroso, é o autor do soneto "Pálida e loira",
dos mais conhecidos e admirados em todo o Brasil, e que, por certo
 (do mesmo modo que "Odor di femina", de Gonçalves Crespo), 
entraria no capítulo deste livro dedicado aos "sonetos mais populares",
 não estivessem ali incluídos apenas os de poetas brasileiros.
 
Ei-lo ("Pálida e loira"):
 
Morreu! Deitada no caixão estreito,
pálida e loira, muito loira e fria,
 o seu lábio tristíssimo sorria,
como num sonho virginal desfeito!
 
Lírio que murcha ao despontar do dia,
 foi descansar no derradeiro leito,
as mãos de neve erguidas sobre o peito,
 pálida e loira, muito loira e fria!...
 
Tinha a cor das rainhas das baladas
e das monjas antigas, maceradas,
no pequenino esquife em que dormia.
 
Levou-a a morte em sua garra adunca!
E eu nunca mais pude esquecê-la. . . nunca. . .
 pálida e loira, muito loira e fria!...

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