Parecia verão
Parecia verão. Ele via na noite.
Ele via as pequenas árvores,
os atemorizados animais,
uma linha de signos junto à terra.
Ele celebrava os objectos,
as irrisórias meditações
sobre os objetos criados,
o simples pensamento:
escrever é seguir curso no leito da morte.
Um livro é sempre memória
de um verão aparente que acaba.
De alguém que não domina a sintaxe,
que, inadvertidamente, lhe destrói
as suas fontes,
Parecia verão, e era um nunca acabar de promessas
que o rigor, a justa dignidade da beleza,
ou a ilusão de tudo isso,
rondariam por perto.
LUIS QUINTAIS
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