quarta-feira, 2 de março de 2011

FREGUESIA DA Dornelas do Zézere

REGIÃO               centro
SUB  REGIÃO   pinhal intrior     
DISTRITO         coimbra
CIDADE            Pompilhosa da serra
Freguesia  Dornelas do Zezere


Brasão: escudo de ouro, duas rodas de azenha de negro, com suas bilhas de vermelho, alinhadas em faixa; em chefe, estrela de azul; em campanha, ponte de um arco de negro, lavrada de prata, movente dos flancos e de um pé ondado de azule prata de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «DORNELAS do ZÊZERE».





Bandeira: azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.





Selo: nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Dornelas do Zêzere - Pampilhosa da Serra».




Dornelas do Zêzere, aldeia da Beira Serra no distrito de Coimbra, está situada na margem direita do rio Zêzere, fronteira natural com o concelho de Fundão, no distrito de Castelo Branco 

Esta freguesia pertenceu ao concelho de Fajão, extinto pela reforma administrativa de 155, passando nessa data a integrar o concelho de Pampilhosa da Serra.



Até 1927 era designada apenas por Dornelas, altura em que lhe foi acrescentado “do Zêzere” por decreto nº. 14778, de 20 de Setembro.

Nos anos trinta a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" informava que Dornelas do   Zêzere era uma freguesia situada no extremo este do concelho da Pampilhosa da Serra, pertencente à comarca de Arganil, e ao distrito, diocese e relação de Coimbra.
Tinha por orago Nossa Senhora das Neves, uma área de 1.640 hectares e a população, de acordo com o censo  de 1930, era de 908 habitantes, vivendo estes em 236 fogos.

 Tinha serviço de correio, escola primária e lagar de azeite. Havia pertencido ao concelho de Fajão, o qual fora extinto a 24-X-1855. Compreendia ainda os lugares de Adurão, Carregal, Machial, Pisão, Portas do Souto   e Vale do Carregal; o Alqueidão pertencia também à sua paróquia, mas civilmente era parte integrante da freguesia da Barroca.  
 Esta descrição que, em meados da década de trinta, estava correcta, encontra-se hoje bastante modificada. O total da sua população subiu até 1960 (com 1304 habitantes) mas diminuiu desde então, indicando o censo de 1991, 780 habitantes e o de 2001, apenas 677; isto sucedeu devido aos movimentos migratórios ocorridos nas últimas décadas, nomeadamente para o litoral e estrangeiro (França e Suíça); por seu lado o número de fogos aumentou graças aos emigrantes que entretanto voltaram.

A freguesia alberga actualmente vários edifícios de assistência social -um Centro de Dia, um Lar de terceira idade e um Jardim Infantil - assim como uma airosa ermida e uma piscina fluvial. De entre os edifícios da aldeia a igreja matriz sobressai, pela sua antiguidade, harmonia arquitectónica e riqueza artística.
Não se sabe quando foi construída, mas deve datar de há mais de três séculos, naturalmente na sucessão de outra, muito anterior, da qual não restam vestígios, de certo por ter sido situada no mesmo local. Destaca-se nela a capela-mor, com belos caixotões dourados e pintados no tecto abobadado e a talha artística a enquadrar o altar, sacrário e trono, que lhes fica por detrás.
Aquela  talha, bastante bem conservada, é das mais belas em igrejas da Beira Baixa. Possui imagens, em pedra e madeira, de grande valor, algumas provavelmente mais antigas que a actual igreja.

Entre os valiosos objectos de culto e alfaias, distingue-se um cálice velho de séculos e uma custódia de prata com inscrição latina do doador, o cónego António Alvares, datada de 1649, além de um belo tapete de Arraiolos, bastante danificado mas susceptível de restauro.


Na chamada Capela das Almas, no topo do braço esquerdo da cruz que o templo configura, há também talha, caixotões e imagens de muito valor. Em vez de torre, possui um largo campanário em pedra de cantaria, datado de 1767, segundo uma inscrição numa pedra lavrada em forma de concha e colocada no centro daquele, entre os dois sinos, em plano mais alto.
 Dornelas possui também uma capela dedicada a S. Miguel, na qual se encontra um retábulo pintado, de grandes proporções, por detrás do altar, com uma data do séculoXVII.
 Um moderno edifício da Junta e  um elegante miradouro sobranceiro ao Zêzere (a poente), e uma ponte sobre o rio (a nascente),  servem de moldura à povoação. Esta localidade possui também quatro cafés (um dos quais com discoteca), um campo de futebol e outro de tiro e ainda uma praia fluvial.





No aspecto geográfico, há a referir algumas alterações desde a década de trinta. O rio, depois de, durante muitos anos, ter estado inquinado, devido aos resíduos tóxicos provenientes das minas da Panasqueira, começou a recuperar.


 Já é possível encontrar nele, de novo, rãs, assim como várias espécies de peixes, nomeadamente bogas, barbos e enguias. Por seu lado, as montanhas circundantes permanecem muito verdejantes, apesar dos incêndios que periodicamente ocorrem e já consumiram grande parte da floresta da região ...











Mas é agradável notar que nesta existe ainda uma bastante extensa mancha verde e que, no verão, a aldeia de Dornelas do Zêzere, refrescada pelo rio, que fertiliza as propriedades marginais e embalada pelos trinados e gorjeios dos melros, rouxinóis, pardais, carriças e andorinhas, constitui um local calmo e relaxante para quantos, provenientes dos meios urbanos, pretendem escapar por uns dias ao stress citadino


Casa  da Praça da Amoreira

Cantiga da Rocha

Museu Etnográfico
Capela de São Miguel

Igreja Matriz
        . 1960
        .Hoje






Gastronomia
Trutas
Ingredientes

4 Trutas
3 Dentes de alho
2 Limões
1 ou 2 Ovos
Farinha e pão ralado (q.b.)
100 g. de gordura de presunto
4 Fatias de presunto
1 dl. de azeite
1,5 kg de batatas
Pimenta (q.b.)
Sal (q.b.)
Modo de Preparo

1.  Amanhe as trutas, lavando-as muito bem.
2.  Dê-lhe uns golpes nos lombos e tempere-as com sal, pimenta, o sumo de limão e os alhos esmagados.
3.  Deixe a marinar durante 2 a 3 horas.
4.   Ao fim deste tempo, passe as trutas por farinha, ovo batido e pão ralado, aconchegando bem e sacudindo os excessos.
5.   Derreta a gordura de presunto no azeite, coe com cuidado,
6.  deixe arrefecer e frite nela as trutas.
7.   Frite ligeiramente as fatias de presunto.
8.   Coloque as trutas numa travessa e sobre cada uma delas uma fatia de presunto frita.
9. Sirva com batatas fritas e salada, acompanhado com broa de milho.”

Um comentário:

  1. Bom dia.
    Uma das suas imagens tem neste momento o título "Cantiga da Rocha". Esse titulo está errado; devia ser "Cantiga da Roda". A senhora dava à roda (era como se pedalasse, embora de pé), ia cantando para ajudar a passar o tempo, e ia puxando água do ribeiro, água essa que servia para irrigar os campos.
    Cumprimentos

    Joaquim Eurico Nogueira

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