quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FREGUESIA DE TAPEUS

NORTE                       CENTRO


SUB  REGIÃO      BAIXO MONDEGO


DISTRITO         COIMBRA


CIDADE           SOURE


FREGUESIA        TAPÉUS


Heráldica
Brasão




Escudo de prata, penedo de três blocos de negro, realçado de prata, entre um ramo de oliveira de verde, frutado de negro e um ramo de centeio de verde, com os pés passados em aspa, em ponta; em chefe, cruz pátea de vermelho à dextra e cruz da Ordem de Cristo à sinistra. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ TAPÉUS - SOURE “.




Bandeira

De vermelho, cordões e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.





História





A freguesia de Tapéus, com uma área total de 18,8 quilómetros quadrados, pertence ao concelho de Soure, distrito de Coimbra.  
Situa-se na Serra do Sicó, no sopé oeste do Monte Rabaçal e a uma altitude de 346 metros, enquadrando-se num vale de características amenas e junto a um curso de água. Distando onze quilómetros, para Sudoeste, da sua sede de concelho e 25 quilómetros da cidade de Coimbra, é facilmente acessível a partir da Estrada Nacional nº 10-I.
Encontra-se dividida nos lugares de Casal Cimeiro, Baixos, Venda Nova, Carpinteiros, Carvalhal, Fonte do Cortiço, Tapéus e Porto Coelheiro. Dela fizeram ainda parte, no passado, os lugares de Ferreiros, Casal da Estevainha, Casal do Barrinho (ou da Fonte) e Quinta do Paço, que desapareceram ao longo do tempo, com a deslocação das suas gentes para outros lugares por razões várias. Existiu ainda um outro lugar dentro dos limites de Tapéus, denominado Pé de Ladeira, que se extinguiu algo misteriosamente por alturas do século XVIII. Este aglomerado populacional assumia bastante relevância na zona, contando com mais de 50 fogos. A hipótese mais provável para justificar a sua súbita desaparição aponta para um surto de peste, que terá originado a fuga da população. Outras opiniões, porém, defendem que a extinção do lugar se deveu a um incêndio de grandes proporções, que o terá destruído na totalidade.

A localidade de Tapéus é de origem muito antiga, supondo os historiadores que o seu estabelecimento seja anterior à própria fundação da nacionalidade. A primeira referência à zona surge num documento datado de 1111 — quando Portugal ainda não era sonhado e D. Henrique de Borgonha presidia aos destinos do Condado Portucalense. O documento em questão constitui o instrumento de  doação da Igreja de Soure “de Santa Maria” aos cónegos da Sé de Coimbra, nele se podendo ler que, a oriente da referida igreja, “a uma milha ficam as elevações pedragosas dos Montes Tapéus” (tradução do documento original). Aproximadamente dois séculos mais tarde, a freguesia surge ligada a outro documento oficial. 
Trata-se, desta feita, do acto de doação da quinta de Porto Coelheiro, “mediante determinadas condições”, ao cabido da Sé de Coimbra. O documento, que a seguir apresentámos no original, foi lavrado a 20 de Outubro de 1319, no burgo conimbricense:

 “In nomine Domini amen. Quod perpetuam rei memoriam 
Para além destas referências históricas envolvendo directamente a freguesia, sabemos também que a mesma esteve, durante muitos anos, bastante ligada à Ordem de Cristo, a quem pertencia a sua Igreja Matriz.
Reportando-nos agora a documentos históricos mais recentes, verificámos que, por alturas de 1801, Tapéus fazia parte do concelho de Redinha (actual freguesia do concelho de Pombal). A 25 de Junho de 1864, no entanto, passaria a fazer parte do concelho de Soure. 
Por ocasião da reforma da divisão judicial portuguesa, ocorrida a 12 de Novembro de 1875, esta circunscrição territorial transitou para o julgado de Pombalinho, da comarca de Soure (que, em 1876, seria classificada por decreto como comarca de 2ª classe). A situação manter-se-ia inalterada até 1896, altura em que a freguesia, embora mantendo-se na mesma comarca, passou a estar sob a alçada do distrito de Paz da Redinha. Em 9 de Julho de 1927, Tapéus adquire a condição de Julgado de Paz, integrado na comarca de Soure e no distrito judicial de Coimbra. Em 31 de Dezembro de 1936, foi elevada à categoria de freguesia de 3.ª classe, situação que não alterou a sua pertença à comarca e concelho de Soure, onde ainda hoje se integra


TURISMO RURAL
Em Tapéus, são vários os motivos de interesse que se oferecem à contemplação do olhar, bem como à apreciação do espírito. Desde logo, trata-se de uma localidade que soube preservar o seu carácter genuíno. Em Tapéus, sente-se a alma de Portugal. O visitante de passagem pela localidade será, de igual forma, MÇP´´brindado com belas vistas e atractivos naturais dignos de nota. O Monte do Sarmeleiro, o Monte do Sabreiro, 
 Toca do Ladrão e a Pena do Guincho constituem pontos merecedores de visita. O turista que, afortunadamente, se decidir por um passeio pelas envolvências circundantes do Monte Rabaçal ou da Serra do Sicó, desfrutará de belas paisagens de contornos serranos. Existem ainda na zona dois complexos de turismo rural. 


Toda a zona possui, ainda, grandes atractivos para os amantes da caça, nomeadamente à perdiz e ao javali.

Serra do Sicó



Este conjunto montanhoso apresenta uma altitude máxima de 420 metros. As belas paisagens selvagens que exibe tornam propícios os passeios e, de há alguns anos para cá, tem-se vindo a tornar cada vez mais num local de romagem dos praticantes de parapente, tendo-se tornado conhecida até no estrangeiro.

A flora aqui existente é constituída por plantas adequadas às necessidades impostas pelo solo pedregoso e clima quente próprios da zona. 






A adaptação a estas condicionantes apresenta-se sob a forma de mecanismos que promovem uma baixa perda de água, como espinhos, produção de óleos essenciais, etc.. Entre as plantas que assim sobrevivem na Serra do Sicó, encontrámos o alecrim, o tomilho, o rosmaninho ou a gilbardeira.






As matas integram, principalmente, sobreiros, azinheiras e o carvalho-de-Santa-Maria. 
 Por vezes, apresentam-se muito espessas, crescendo entre as árvores plantas como a madressilva ou a hera. A zona conta também com bastantes olivais. Na serra, podemos ainda encontrar plantas de flor como o narciso, a coroa-imperial, o lírio-roxo, a rosa-albardeira e muitas variedades de orquídea mediterrânica, cuja presença foi tornada possível pelas características singulares da região.

 Elemento integrante da paisagem da serra são, também, os animais de criação introduzidos pelo homem, sobretudo das espécies ovina e bovina. Nas zonas menos mais inacessíveis, podemos ainda encontrar a fauna selvagem autóctone.


 Tapéus possui, igualmente, diversas construções de relevância patrimonial. 

Destas fazem parte, sobretudo, edifícios de cariz religioso, como sejam a Capela do Carvalhal, o Cruzeiro da Igreja, a Capela de Baixos, a Capela dos Carpinteiros e a Capela de Casal Cimeiro



Mas o templo de maior interesse na freguesia é, sem dúvida, a Igreja Matriz ou Igreja de Santo Amaro.
Igreja Matriz e Capela do Sacramento
 Dedicado durante muitos anos a Nossa Senhora da Graça, este edifício de culto tem hoje como patrono o Espírito Santo. Foi vigararia da Ordem de Cristo, de apresentação da Mesa de Consciência, tendo à altura 130$000 réis de rendimento. Herança dos tempos em que pertencia à 
ordem sucessora dos Templários, apresenta na fachada uma Cruz de Cristo. Nesta encontram-se gravadas as datas de 1683 e 1837, provavelmente alusivas à construção e a trabalhos de  restauração a que o templo terá sido submetido. 
A torre exibe dois sinos, sendo que um deles ostenta a data de 1831 e a inscrição latina In Hoc Signo Vinces (“Com este sinal vencerás”, frase atribuída a Jesus) e, o outro, a data de1861. No adro da igreja, ergue-se um cruzeiro, exibindo no pedestal as datas de 1615 (provável data de edificação) e 1725.

O interior compreende diversos elementos de bastante interesse. Entre estes, destaca-se o altar-mor, que alberga a imagem do Sagrado Coração de Jesus. São também dignos de nota os dois altares de pedra aqui existentes, bem como os altares dedicados ao Santíssimo Sacramento e às Almas e os dois quadros que decoram as paredes, representando, respectivamente, a Fuga Para o Egipto e as Santas Apolónia e Luzia. A cadeira paroquial, datando do século XVII, exibe nas costas uma senhora com uma ventarola (espécie de leque, com um só cabo sem varetas).
Contudo, o aspecto mais notável desta igreja consistirá, porventura, na Capela do Santíssimo Sacramento, revestida de azulejos setecentistas representando etapas várias da vida de Jesus. O espaço foi favorecido por um artístico tecto em madeira, em forma de cúpula, em cuja cercadura figura uma pintura a óleo dos apóstolos. Podemos ainda encontrar nesta capela um belo sacrário, coroado por um grande coração flanqueado por colunas. Na parede, dá-se a ver ao visitante uma lápide, aparentemente mandada gravar por um indivíduo de nome Tomé Luis, fundador provável da igreja e protagonista da lenda mais famosa de Tapéus.
A lenda da fundação da Igreja Matriz fala de um indivíduo de nome Tomé Luis, deveras religioso e que participava nos cortejos fúnebres de todos os residentes, que naquela altura eram sepultados na Redinha. Certo dia, regressando a Tapéus a coberto de furiosas bátegas de água, viu no local de Porto Coelheiro uma mulher idosa à porta duma cabana, aquecida pelo lume duma fogueira. Esta, porém, não ofereceu a Tomé abrigo, antes lhe propondo um curiosos desafio: “Se fores capaz de ir só a Tapéus, ganhas uma fortuna!” O herói desta história, sem hesitar, saiu enfrentando o temporal. Quando chegou à sua casa de Casal Cimeiro, encontrou em cima duma mesa três grandes pedaços de carvão, que gradualmente se foram transformando em peças de ouro de grande valor. A lenda diz que foi com este dinheiro que o devoto Tomé Luís fez construir a Igreja Paroquial de Tapéus (os historiadores atribuem-lhe a fundação, apenas, da Capela do Santíssimo Sacramento).
A prosperidade de uma região relaciona-se também, e em grande medida, com o envolvimento dos próprios habitantes no desenvolvimento da mesma. Os naturais de Tapéus procuram contribuir para o progresso da povoação a que pertencem, através da dinamização de ou participação em iniciativas de índole cultural ou social, levadas a cabo por algumas colectividades locais. A seguir, apresentámos uma relação das associações sediadas na freguesia:




ADESTA - Ass. de Des. Social, Cultural e Desp. da Freg. de Tapéus 

















Grupo Desportivo de Tapéus




Associação Cultural, Recreativa e Desportiva do Carvalhal






Grupo Folclorico



Gastronomia

Dotada de prazeres e sabores únicos, a gastronomia desta localidade apresenta-se como uma das suas maiores riquezas. Exibindo pratos variados, espelha bem as tradições culinárias da zona e a origem genuína das suas receitas. A Chanfana, a Papa Laberça e as imperdíveis Migas com Feijão-Frade constituem iguarias que tentam qualquer amante da boa mesa. Os apreciadores de doçaria típica poder-se-ão deliciar com o Pão-de-Ló e o característico Bolo de Azeite. Absolutamente obrigatórios, também, são os saborosos queijos de cabra e de ovelha, reflexo da tradição de pastorícia e produção de produtos lácteos desta bela região.
Migas com Feijão Frade

Ingredientes:
(Para 4 pessoas)
1 Broa de 500 g (de milho amarelo)
250 g de Feijão Frade
1 Molho de grelos
2 Dentes de alho
2,5 dl de Azeite

Preparação:
1.   Coze-se o feijão como habitualmente.
2.   Cozem-se os grelos.
3.   Parte-se a broa em bocadinhos.
4.   Numa terrina coloca-se o feijão, a broa e os grelos em camadas sucessivas e alternadas, devendo a primeira ser de feijão e a última de grelos.
5.   Leva-se o azeite ao lume com os alhos e deita-se a ferver sobre a miga.
6.   Serve-se imediatamente e pode ser acompanhada com chouriço assado ou farinheira também assada.
Nota:
O feijão deve ser muito bem cozido e coloca-se na terrina ma esteja escorrido.






Nenhum comentário:

Postar um comentário