sexta-feira, 11 de novembro de 2011

FREGUESIA DE ESPINHAL



REGIÃO             CENTRO
SUB REGIÃO      PINHAL INTERIOR
DISTRITO    COIMBRA
CIDADE             PENELA
FREGUESIA       ESPINHAL

HERALDICA


Brasão









Escudo de verde, com torre sineira de prata, vista de face, aberta de negro, com sino de ouro, entre dois ramos de espinheiro de ouro, cujas pontas se tocam no centro do chefe; campanha diminuta de três burelas ondadas de prata e azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "ESPINHAL".


Bandeira: 
Esquartelada de amarelo e verde. Cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.




Selo: 
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Espinhal - Penela".


Historia
Espinhal, uma das seis freguesias do Concelho de Penela, distrito de Coimbra, ocupa uma privilegiada situação geográfica dada a sua estratégica localização que lhe permite ligar a Beira Litoral com o interior, pelas estradas de Castanheira de Pêra ( EN 347) e Miranda do Corvo ( EN 17 - 1 ); e do Norte com o Sul, pelas estradas de Tomar e Coimbra ( IC 3 )

De vetusta fundação, "nome que cheira ao mesmo tempo a espinheiro, a urze, a alecrim, a rosmaninho, a giesta, a pinheiro bravo", junto da vila, na estrada que de Tomar segue para Miranda do Corvo, foram encontrados vestígios de uma calçada romana, possível trajecto de passagem das tropas romanas 
 que se instalaram na Lomba do Canho, em Arganil, e em Bobadela. Aliás, um mapa do Séc. XVIII, faz transparecer que o imperador Júlio César, em 61 a.C., não utilizou a estrada de Coimbra, mas outra mais interior que atravessaria Vendas de Maria, Venda dos Moinhos, Espinhal, Miranda do Corvo, Foz do Arouce e outras povoações, aproveitando estrategicamente o relevo da zona
Apesar de a realidade comprovada desta via rodoviária não atestar a existência de uma povoação nessa época, um documento, que se refere a existência de uma vinha pertencente a uma herdade, de 1219, parece demonstrar esse facto. A cópia de um outro documento de 1842, menciona a existência da Ponte do Espinhal, em 1242, que atravessa o rio Dueça, ligando a povoação de Penela a Coimbra por Podentes, consolidando assim a situação da freguesia.
No arquivo da Universidade de Coimbra existem vários documentos dos séculos XIV e XV que testemunham a antiguidade do Espinhal, enquanto povoação. Destes destacam - se, um de 1306, que faz alusão a uma "casa" no Espinhal; outro de 4 de Dezembro de 1346 que menciona a amplitude do topónimo; "Nesse dia, João Dinis e mulher, venderam a Domingos Lourenço e mulher, todas as suas vinhas na Leiga de Adpsiote, Espinhal" .
O valor do Espinhal galgou fronteiras, levando, não só, a nobreza rural a apostar neste rincão serrano, pelos rendimentos que auferia e pela colheita de foros, como também, as ordens religiosas, nomeadamente o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, a recolherem aqui também rendas e doações de propriedades.



A sua prosperidade provocou a sua elevação a aldeia, conforme se deduz do adágio do século XV, em que se afirmava "três aldeias tem Portugal; Fundão, Condeixa e Espinhal". Posteriormente, aquelas duas foram elevadas a Vilas e sede de Concelho. O Espinhal, apenas por decreto régio de 16 de Julho de 1906 recebeu tal distinção, embora sem as prerrogativas de sede de concelho. Em consequência disso, acrescentaram ao adágio popular a expressão ; "Mas agora, cada uma, de vila tem seu foral".
A riqueza mineral do subsolo veio ajudar sobremaneira ao progresso da terra atendendo à exploração de ferro e do cobre, minerais que levaram à criação da manufactura de fundição no Espinhal, Ribeira da Azenha e Trilho. No reinado de D. Manuel, esta actividade foi incluída nos bens da coroa, dadas as solicitações dos Descobrimentos.



Não restam dúvidas de que o Espinhal atingiu um elevado grau de desenvolvimento, passando mesmo a ser incluído em 1561, no mais antigo mapa de Portugal da autoria de Fernando Álvares Seco.
As casas senhoriais e as famílias nelas sediadas, que entretanto ganharam reconhecimento e prestígio, despertaram o interesse de figuras ilustres nacionais, entre as quais o Duque de Saldanha, o Marquês Sá da Bandeira e D. Fernando II, alemão esposo de D. Maria II, que manteve estreitas relações com a família Vellasquez Sarmento.
O século XVIII vincou a importância cultural e social do Espinhal, quando Dª Maria I criou no Espinhal uma escola de ler, escrever e contar, pelo decreto de 27 de Outubro . Aqui chegou mesmo a haver um professor de gramática latina. Fruto desta iniciativa, foi Dª Palmira Filipe, umas das primeiras mulheres a frequentar a Universidade de Coimbra.


No campo Histórico - Cultural, importa referir algumas figuras do passado e do presente que contribuíram para o engrandecimento do Espinhal: " Durante o reinado de D. Sebastião, em 1557, veio residir para o Espinhal, D. Manuel Caetano Vellasquez Sarmento de Vasconcelos, ilustre personalidade que impulsionou a vivência do povoado; " A família Alarcão terá vindo para Portugal aquando das segundas núpcias de D. Manuel I, em 1500; 
" Das nobres famílias que se fixaram nas quintas do Engenho, do Castelo, das Pontes, de Santo António e de Vouzela, descendem gradas personalidades de que se salientam: D. Frei Félix, Bispos dos Estados Unidos da América; Doutores Simão de Campos, João Rodrigues e Francisco dos Reis, graduados em Medicina; D. Vivente da Gama Leal, Bispo de Hytalónia e Sucessor do Bispado de São Sebastião do Rio de Janeiro; D. João Vellasquez Sarmento, Desembargador e Conselheiro da Fazenda; Viscondessa do Espinhal, Dª Maria da Piedade de Melo Sampaio Salazar; D. Luíz de Alarcão; Conselheiros Oliveira Guimarães, Adolfo Guimarães e Lobo do Amaral ; Doutor Luís de Oliveira Guimarães, entre outros ilustres que perduram na memória de todos os espinhalenses .


Resultante das condições e valias enumeradas, a Vila do espinhal e freguesia encheu-se de templos e outro património secular que identifica a sua ancestralidade: 




Igreja Matriz, século XVI; Capela de Sta Lúzia, século XVI; 





Capela de Sto António do Calvário, século XVIII; Capela de Santo Cristo, século XVII, 



Capela do Senhor dos Aflitos, século XIX; Capela de S. João Batista, século XVI; 


Capela de Nossa Senhora do Amparo, século XVII; Capela de São Pedro, século XVII; 

Capela de Nossa Senhora dos Milagres, século XVII; Capela de Nossa Senhora de Guadalupe; 






Casas Nobres dos séculos XVII e XVIII;  



cruzeiros e fontes,


 bem como aldeias serranas, moinhos

 e azenhas de água, além do património natural assente nas paisagens deslumbrantes do S. João do Deserto,



Penedo Gordo, Pedra da Ferida (cascata com 25m), 



Represas Naturais da Louçainha, Ribeira da Azenha 
e Ribeira do Pisão, encosta do Trilho e Pé do Esquio, 


Fonte da Lapa, e árvores multisseculares como a 
Sobreira da Fonte da Rolha.








De referir que na freguesia do Espinhal ainda se pode praticar a pesca e a caça. 





No âmbito da caça destacamos a Serra de Santa Maria e parte da Serra da Lousã e a nível da pesca da truta destacamos a Ribeira da Azenha.
Salientamos, ainda, os nichos e capelinhas das Almas do Purgatório, arte religiosa nos caminhos e encruzilhadas com painéis em azulejo ou madeira. Todos os lugares da freguesia do Espinhal possuem capelas.
Actualmente a freguesia do Espinhal é composta pelos seguintes lugares: Bajancas Cimeiras; Bajancas Fundeiras; Cabo da Aldeia; Cancelas; Carvalhal da Serra; Espinhal; Esquio; Fetais Cimeiros; Fojo; Louçainha; Malhada Velha; Pardieiros; Pé de Esquio; Pessegueiro; Relvas; Ribeira da Azenha; Rio Simão; Silveira; Tarrasteira; Traquinai e Trilho.


Padroeiro: 



São Sebastião;
Económicas: 
Agricultura, comércio e indústria de madeiras; 


Gastronomia: 
Sopa de feijão, aferventados, chanfana, cabrito assado no forno com grelos, bolos de mel, biscoitos de azeite, fidalguinhos da viscondessa, merendeiras e bolo pardo; 

BOLO PARDO
Ingredientes
500g de Farinha
Espiga Tipo 65
500g de açúcar
6 ovos
½ dl de aguardente
½ l de leite
2 colher de chá de fermento químico em pó
2,5 dl de óleo
1 ½ colher de chá de canela




Preparação
1.   Unte e polvilhe uma forma grande de chaminé.
2.   Pré-aqueça o forno a 200ºC.
3.   Numa tigela, junte todos os ingredientes e bata muito bem até obter um creme homogéneo.
4.   Verta o preparado na forma e leve a cozer cerca de 45 a 50 minutos.
5.   Desenforme e deixe arrefecer sobre uma rede.


 Artesanato: 
Cestaria em vime, tecelagem em linho e latoaria; Feiras: Feira do Mel (Mel com Denominação de Origem - Mel da Serra da Lousã) que se realiza no primeiro domingo de Setembro.






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