sexta-feira, 11 de março de 2011

FREGUESIA DA MOREIRA - MONÇÃO



Brasão: escudo de prata, semeado de flores de linho de azul e cachos de uva de verde; em campanha, uma faixeta ondada de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “MOREIRA - Monção”.


Bandeira: verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro. 
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Moreira – Monção”.




Padroeira: Nossa Senhora da Natividade.
Gastronomia: Cabrito assado no forno, especialidades em bacalhau e sardinha assada com broa de milho.
Artesanato: Tecelagem em linho. 
Colectividades: Rancho Folclórico de Santa Maria de Moreira, Centro Desportivo Recreativo e Cultural de Moreira e Centro Social e Paroquial de Moreira (com secção desportiva, secção cultural com o Grupo Coral Sta. Luzia de Moreira, secção dos Amigos do Linho).

A freguesia de Moreira dista seis quilómetros da sede do concelho. Confronta com Pinheiros e Cambeses, a norte, Parada, a nascente, Trute e Barroças e Taias, a sul e Pias a poente. São seus lugares principais: Fundevila, Prados, Parentela, Pisco, Pinheiral, Valterra, Cortinhas, Valinha , Almoriz, Outeirinho, Granja, Vila, Catelinha, Paço, Tomada, Outeiro, Tras-do-Rio, Venda e Cidade.
A famosa Festa do Linho é um acontecimento que projecta o nome de Moreira para fora dos limites da sua geografia. “Apostando seriamente na preservação dos valores culturais e artísticos da nossa terra e visando contribuir para o renascimento de uma das mais belas tradições populares, em vias de desaparecimento, dadas as motivações e as realidades do mundo actual”, a Casa do Povo do Vale do Gadanha (fundada em 2 de Março de 1973) iniciou em 22 de Setembro de 1983 a organização do concorrido evento.
Na festa — que, desde então, se vem realizando, com êxito, anualmente — participam todas as freguesias do vale, animando a noite com as suas danças e os seus cantares. Cada uma delas faz questão em demonstrar uma das fases do ciclo do linho, até à obtenção das maravilhosas peças — colchas e toalhas — que são expostas na Casa do Povo, para deleite de participantes e visitantes.




Moreira existia já como freguesia nos primeiros tempos da nacionalidade, registrando marcas concretas dos anos de 1128 e 1308 — o primeiro, recordando o indómito D. Afonso Henriques, e os outros dois a realçarem a ligação ao culto, ousado e inovador D. Dinis. De facto, a antiga freguesia, dividida em duas partes, pertenceu, por metade, ao padroado real, devendo ter pertencido a outra parte a D. Fernandes de Sotto Maior, bispo de Tui, por negócio de troca de terras com o rei D. Dinis, em 1308.

Foi posteriormente curato da apresentação do colégio da Companhia de Jesus de Coimbra, até 1759, e, após a expulsão desta, ao tempo do Marquês de Pombal, reverteu para a Universidade coimbrã, até 1834. Passou, mais tarde, a reitoria e, depois, a abadia.
Ainda a respeito da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" diz textualmente:
«Em 1258, foi incluída na lista das igrejas do bispado de Tui situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III. Era do padroado real.

No catálogo das mesmas igrejas, mandado elaborar pelo rei D. Dinis, em 1320, Santa Maria de Moreira foi taxada em 70 libras. Em 1444. D. João I conseguiu do papa que este território fosse desmembrado do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga D. Diogo de Sousa deu ao bispo de Ceuta a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.

No registo de avaliação dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença, organizado entre 1514 e 1532. pelo arcebispo de Braga, Moreira rendia 33 réis e 3 pretos. Em 1546, quando da avaliação das mesmas igrejas, efectuada no tempo de D. Manuel de Sousa por Rui Fagundes, vigário da comarca de Valença, Santa Maria de Moreira tinha de rendimento 50 mil réis.

Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, refere-se que o arcebispo tinha direito de apresentação na metade sem cura desta igreja de Santa Maria de Moreira e o mosteiro de Sanfins de Friestas na outra metade com cura. Foi, depois, curato da apresentação dos padres da Companhia de Jesus, do Colégio de Coimbra.
Até 1834, o vigário era apresentado pela Universidade.»
 No campo das descobertas antropológicas e etnológicas, justifica referência especial o chamado Esconderijo de Moreira, referenciado no estudo feito por F. Russel Cortez, em 1951. Que diz: “Na freguesia de Moreira, confinante da Brejoeira, ao levantar-se um muro de vedação, na bouça da Catelinha, foram encontrados vários objectos de interesse arqueológico ou: 18 machados, de bronze, de talão e duplo anel, juntamente com fragmentos doutros dois.
É um testemunho que comprova o uso destes utensílios e o conservadorismo das nossas populações castrejas, que, através das influências mediterrânicas, do norte e do centro da Europa, conseguiram vincar uma personalidade ainda pouco conhecida e estudada.”



A igreja paroquial é de construção relativamente recente. No seu interior sobressai o altar-mor, muito trabalhado, todo em dourado. Ladeando o arco cruzeiro, onde se vê um escudo de armas reais portuguesas, existem dois altares que se evidenciam por serem mais esculpidos. Guarda ainda os altares de Nossa Senhora da Natividade, das Almas e do Senhor dos Passos. Os azulejos que cobrem parte das paredes internas do templo conjugam o branco, o amarelo e o azul.

No lugar da Valinha situa-se a Capela de S. Bento, com interior e exterior recentemente restaurados. Foi pertença de Manuel Ribeiro Moscoso.




A caminho do lugar da Bouça, encontra-se um cruzeiro, em granito, ostentando a imagem do Senhor dos Aflitos. Está coberto por um alpendre. Junto à igreja, um outro cruzeiro, anterior ao ano de 1640, também em granito e coroado pela imagem de Cristo crucificado.

A Casa da Quinta da Torre pertenceu à família dos condes de S. Martinho. A pedra de armas é um escudo oval esquartelado, do século XVII, no qual se lêem os nomes Castro, Pereira, Soares e Magalhães.
A preponderância do sector primário da economia local mantém-se actualmente. Este sector tem sido alvo de dinamização, a qual é fruto das iniciativas de jovens agricultores que têm investido preferencialmente na área da floricultura, na vinicultura especificamente o vinho alvarinho.
Por sua vez, o sector secundário tem, como principais actividades industriais geradoras de emprego, a carpintaria, a mecânica, a transformação de pedras (especialmente granito), a pirotecnia e a panificação, sendo esta última alvo de investimentos industriais registados nos últimos anos. Relativamente ao sector terciário, é de referir que Moreira não dispõe de serviços públicos ou outros.
A população tem de se deslocar até à sede concelhia de modo a deles usufruir. O parque comercial presente na freguesia apresenta alguma diversidade de oferta, tanto ao nível do comércio alimentar, bem como não alimentar a retalho. Na verdade, os habitantes de Moreira encontram na sua freguesia os principais bens e produtos de consumo diário.

Parcas são as acessibilidades que servem Moreira e que desempenham um papel crucial na tão importante mobilidade populacional. Estas consistem na E.N. 101, em carreiras de transportes públicos que se realizam diariamente e numa praça de táxis.


No capítulo referente às infra-estruturas existentes, Moreira enfrenta alguns problemas que constrangem a qualidade de vida da população, sobretudo no que diz respeito à inexistência da rede pública de saneamento.



O sistema de recolha de lixo cobre 100% de Moreira e realiza-se semanalmente por meio de contentores.  
Sendo o equipamento colectivo, destinado à revitalização social da freguesia como espaço comunitário vivo, mediante práticas desportivas e actividades culturais e recreativas, um critério fundamental para a análise da qualidade de vida local, é de indicar que Moreira se encontra dotada de várias estruturas.

No âmbito do desporto, a população conta com campos de jogos, incluindo ténis, entre outros; já no que diz respeito à dinamização cultural, a freguesia dispõe de uma biblioteca aberta ao público, salão paroquial que assume as funções de um centro cultural, sala de espectáculos, salão de festas e escola de música e outras artes. Indispensável à animação destes espaços e à mobilização da população local são as colectividades presentes: o Centro Social e Paroquial de Moreira e o Centro Desportivo Recreativo e Cultural de Moreira.

A autarquia destaca ainda as belas margens do rio Gadanha, onde se pode praticar a pesca desportiva, e o Terreiro de Santa Luzia, com as suas vistas panorâmicas sobre o Vale do rio Gadanha com os principais pólos de atracção turística a serem promovidos.

Todavia, Moreira não dispõe de nenhuma estrutura hoteleira capaz de fazer justiça ao seu dinamismo cultural e à sua enorme potencialidade turística.

( Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, e Freguesias Autarcas do Século XXI )


Gastronomia
Sardinha assada

1.  Lavar as sardinhas sem ter a preocupação de retirar a escama e temperar com sal grosso.
2.  Levar a assar na brasa.
3.   Entretanto cozer as batatas com a casca e tudo em agua temperada de sal.
4.  Colocar uma cebola para dar aquele saborzinho bom.
5.  Cozer feijão verde.
6.  Grelhar pimentos e tirar-lhes a pele.
7.  Comer com a broa de milho

Broa de Milho
Ingredientes
1 KG DE FARINHA DE MILHO PENEIRADA
1 KG DE FARINHA DE TRIGO SEM FERMENTO
1,250 L DE ÁGUA
1,5 COLHER DE SOPA DE  SAL RASA
1 6 GR DE FERMENTO DE PADEIRO

Modo de Preparo
1. Poe- se 650 ml de água a ferver
2. A seguir escalda´- se a farinha com essa água
3. Mexe- se com uma colher de pau
4. Amassa- se com as mãos e Faz- se uma bola que se deixa repousar por uma hora tapáda com um pano
5. Após esta hora coloca-se o restante da água ( deve estar morna ) num alguidar
6. Junta-se o sal e desfaz-se o fermento;
7. Junta-se a bola de milho e vai-se adicionando a farinha de trigo e amassa-se tudo muito bem
8. Fica a levedar durante 45 minutos
9. Depois de finta a massa, fazem-se as bolas de massa com a ajuda de uma tigela polvilhada de farinha
10.        Da-se a forma desejada as broas
11.        Vão a coser ao forno por mais ou menos 1 hora a 200 graus



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