quarta-feira, 15 de junho de 2011

FREGUESIA DE CAIDE DE REI

rEGIÃO               norte
SUB  REGIÃO      tamega
DISTRITO         porto
CIDADE           losada
FREGUESIA  Caide de Rei
HERALDICA
Brasão
Escudo de ouro, um crescente de verde entre dois pés de feijoeiro arrancados e folhados de verde, frutados e floridos de vermelho; em chefe, coroa antiga de púrpura, adornada e realçada de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com legenda a negro: "CAÍDE de REI.




- Escudo de Ouro




COROA MURAL
Coroa Mural de Prata de Três Torres 
 

LISTEL 
Branco com a legenda, a negro : “ CAÍDE DE REI ”.





CRESCENTE E COROA
Um crescente de verde e em chefe, coroa antiga de púrpura, adornada e realçada de preto. Representam topónimo Caíde de Rei , assim como a antiguidade do povoamento do território.

FEIJOEIRAS

Nos flancos, dois pés de feijoeiro arrancandos e folhados de verde, frutados e floridos de vermelho. Representam a agricultura, uma actividade de grandes tradições na freguesia.


BANDEIRA

Bandeira de cor Púrpura. Cordão e bordas de Ouro e Púrpura. Haste e Lança de Ouro.








História
Caíde de Rei localiza-se no concelho de Lousada, a cerca de 10 quilómetros da sede, no distrito do Porto; o seu orago é S. Pedro, celebrado anualmente no mês de Junho.A região onde se insere a freguesia é arqueológica e toponimicamente bem documentada, existindo desde vestígios materiais de povos pré-históricos, fortificados castrejos e edificações dolménicas, a topónimos que indicam a ancianidade desta povoação; são exemplos claros, para além do topónimo principal: "Povoense", "Laje" e "Mouro". Foram descobertos alicerces de construções romanas, sepulturas com vasos em cerâmica e ao lado destas, sepulturas cristãs cavadas na pedra. O monte do Castro, no lugar da Boavista, com a sua configuração defensiva, numa cumeeira vigilante e dominadora, é também indicativo dessas ocupações antiquíssimas; embora esta fixação humana não fosse permanente, manteve-se o tempo suficiente para que a povoação não se extinguisse.

Uma lenda local relaciona o topónimo "Caíde de Rei", com o facto de no sítio onde viria a ser construída a Casa da Quintã (actualmente parte integrante do património cultural e edificado), o rei ter caído do seu cavalo. Outra versã o popular aponta para a existência, no local, de uma povoação sarracena, aquando do domínio árabe, perdurando ainda o lugar de Mouro.

Caíde não deveria ser senão uma outra forma de dizer "Kaid', palavra árabe para chefe, ou alcaide; esta é talvez a que melhor harmoniza a tradição popular com algum fundamento histórico. "Caíde" surge também em alguns dicionários de toponímia como uma variante do baixo-latim" Villa Cagildi", "a quinta de Cagildo". 

No património edificado na freguesia destacam-se a Igreja Paroquial, o pelourinho, e o obelisco; impõem-se também alguns solares, que atestam a preferência de famílias nobres por esta região: a já referida Casa da Quintã, do século XVIII e que foi durante muitos anos popularmente denominada de "Casa de Caíde", sendo ainda hoje os descendentes dos que lá moraram, conhecidos como "os de Caíde"; e a Casa de Vila Verde, mandada construir pelos Afonsos de Sousa, no século XVI e que foi reconstruída e aumentada no século XVIII. 


Banhada pelo rio Sousa, esta freguesia tem como base da sua economia a agricultura, com produções de todos os géneros agrícolas, como o milho, o trigo, o feijão, a batata e o vinho; porém, actualmente o seu interesse está voltado notoriamente para a indústria, nomeadamente, a têxtil, a de construção civil e a de metalurgia.


Origens
Uma lenda local atribui o nome da freguesia, ao facto de junto à casa da Quintã ter caído do seu cavalo o rei. Durante muitos anos o povo chamava à casa da Quintã, a casa de Caíde. Mas esta lenda não tem qualquer fundamento histórico.
Existe ainda outra versão popular segundo a qual no lugar do Mouro, terá habitado um Alcáide mouro, no tempo do domínio Árabe.
Segundo, José Augusto Vieira, o nome da freguesia deriva de Kaid, que exprime a ideie de governo. Antigamente o Alcaide era apenas o governador de alguma fortaleza ou castelo. Com a corrupção dos tempos, se suprimiram as letras "a" e "l" ficando, em vez de Alcaide, Caíde. Esta opinião é no entanto a que melhor se harmoníza com a tradição popular e com certo fundamento histórico.
O topónimo Caíde de Rei anterior à Nacionalidade, crê-se de origem germãnica significando vila.

Foral
Referem-se-lhe as Inquisições de 1220 e 1258 como “Parrochia Santi Petri Cadii” acrescentando que “era do padroado real”.
Em 1708 era reitoria da Comenda da Ordem de Cristo no concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, comarca de Guimarães e Arquidiocese de Braga. Mais tarde e por doação régia, o se­nhorio e a representação passarem aos condes de Sabugal, dentro da mesma comanda da Ordem de Cristo.
A partir dos meados do séc. XIX passou a pertencer reli­giosamente à diocese do Porto.
Em 1838, fazia parte da comarca de Amarante.
A partir de 24 - 10 - 1855 (extinto o concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega) aparece a freguesia de Caíde de Rei integrada no actual concelho de Lousada.

Vestígios Romanos e Pré-Romanos
Foram há anos encontrados, nesta freguesia, no lugar da Povoense (hoje transformado em vinhas, mas que o próprio nome povoense indica o nome de povoação), vestígios da existência de tribos primitivas, Encontraram-se alicerces de construções romanas, sepulturas com vasos de cerâmica (onde colocavam as cinzas dos corpos queimados), época Pré-Cristá, e ao lado sepulturas cristãs cavadas na pedra. Este local fica nas bouças da Seara, hoje pertença da Casa de Vila Verde.
O monte do Castro, situado no lugar da Boavista, limita o lugar de Caíde de Rei com a da Aveleda, é também um indicativo de uma fortificação castreja.
A área da freguesia, deve ter sido defendida por uma propriedade rústica romana que depois das invasões se dividiu (parcelou) em várias propriedades, quintas e casais agrícolas.


Touradas À Vara Larga
No lugar de Sobreira realizavam-se as chamadas touradas à vara larga. Em geral eram organizadas por alguém que pretendia vender uma pipa de vinho, e alguns petiscos.
A praça era feita com carros de bois (colocados ao alto com as rodas voltadas para o interior da praça e um traço de pinheiro para os segurar, colocado do lado exterior), a com grades.
O boi bravo vinha a pé, da freguesia de Avessadas no concelho de Marco de Canaveses, ao lado de um boi manso. Preso com duas grandes cordas de carro, uma para a frente a outra para trás, eram seguradas por oito homens (4 à frente e 4 a trás) os quais não podiam esquecer as suas grandes rachas.
O boi era quase e sempre corrido por homens embriagados e por isso se faziam valentes a corajosos para picarem o boi com compridas varas. Muitas vezes os toureiros eram corridos pelos bois e arremessados contra os carros e as grades.
Era um espectáculo que reunia muita gente mesmo das freguesias vizinhas e que no fundo servia para o senhor organizador arranjar uns tostões, e para o povo rir com vontade.

A Dança
O passatempo que mais saudade deixou marcada no rosto desta gente foi a dança.
Toda e qualquer reunião era motivo para dançar - as vindimas, as desfolhadas, os trabalhos do linho - enfim todos os trabalhos terminavam com uma alegre e animada dança.
Mas ao domingo, da parte da tarde, nas encruzilhadas dos caminhos, era certo e sabido haver dança. Bastava ouvir-se o som de uma viola, para logo se juntarem rapazes e raparigas em grande número.
Nem sempre isto acabava muito bem, por vezes terminava com discussões ou mesmo com pancada, entre os rapazes, provocada pelo ciúme ou entre os rapazes e o pai de alguma rapariga, que porventura estivesse a policiar o local.

 Zé do Telhado
Um homem dotado de bons sentimentos esses que perdeu vítima do meio familiar e militar em que viveu. Pode dizer-se que foi uma vítima do seu tempo. Era muito respeitador dos seus conterrâneos e das mulheres e crianças das casas que assaltava, tinha sempre a preocupação de recomendar aos seus homens esse respeito.
Se perguntar-mos a qualquer pessoa daqui, quem foi o do Telhado, obtemos a mesma resposta: - Era um ladrão, que rouba­va aos ricos para dar aos pobres, distribuía o produto dos seus roubos pelos mais necessitados.
Foi o homem mais falado destas redondezas, deixando após si uma lenda que o povo foi pouco a pouco tecendo e transmitindo de geração em geração até aos nossos dias.


Frei António
Foi filho ilustre de Caíde, Frei António de Mesquita.
Nasceu e morreu na casa de Vila Verde.
Frei António de Mesquita era um homem muito culto, foi o organizador do arquivo da casa de Vila Verde.
Foi abade em vários conventos da Ordem de Cristo (no Convento de Salsedas -Lamego, no de Bouros- Gerês e outros).
Quando o exercito liberal entrou no Porto em 1832, ele era o procurador geral da Ordem de Cristo.


O Jogo da Malha
Hoje praticamente desapareceu o hábito de jogar a malha. Só em poucas romarias se vê ainda alguém que faz a chamada corrida da malha, mais conhecida pela corrida do Galo isto é jogam a malha, pagam ao dono da corrida uma determinada quantia por cada partida e no fim quem fizer mais pontos ganha o galo.
O chamado jogo da malha era antigamente praticado com o fim de passar tempo. Ao domingo de tarde.
Não tinha no fundo o espírito lucrativo mas sim passar o tempo. Bastava juntar-se 4 ou 6 amigos que gostassem do jogo da malha e logo passavam a tarde distraídos.
Junto às tascas era o local também muito usado para se fazer este tipo de jogo mais aí geralmente com fins lucrativos.


Casa de Vila Verde

A primitiva construção desta casa remonta do séc. XVI. Foi mandada edificar pelos Afonsos Sousas. No séc. XVIII foi reconstruída e aumentada, ficando com o aspecto que actualmente apresenta.
Da construção inicial apenas se mantém o lado sul e cozinha velha.
A casa de Vila Verde pertence actualmente à família dos Pinto de Mesquita. Esta família era de Bastos, e vieram residir para Caíde de Rei porque o general Semião Pinto de Mesquita casou com uma herdeira dos Sousas ( proprietários na época da dita casa ).
As armas da família Pinto de Mesquita estão em Basto, na casa da Igreja. As que se vêm na capela da casa de Vila Verde são da trisavó do Sr. Dr. Semião Pinto de Mesquita, vieram da casa Diagares, freguesia de Valadares ‑ Baião, donde ele era natu­ral.
O interior desta capela é interessante: apresenta-se revestida de lindíssimos azulejos e vitrais que lhes dão muita luminosidade e côr.
A família dos Sousas não tinha armas.
No interior da casa podem ver‑se belas pinturas a óleo tapeçarias nacionais e estrangeiras, porcelanas e outros objectos de enorme valor, assim como todo o belo mobiliário. Bastará dizer, para confirmar a minha afirmação, que esta casa está em vias de ser considerada monumento Nacional


Casa de Seara








Gastronomia
Polvo com Vinho Tinto
Ingredientes:
1 Polvo de 1kg
2 Cebolas
1/4 De chávena de azeite
2 Chávenas de vinho tinto seco
1/2 Colherzinha de pimenta
1 Ou 2 ramos pequenos de aipo
1 Folha de louro
Sal
Preparação:
1.  Uma vez limpo o polvo e sem a bolsa de tinta, põe-se num tacho, sem qualquer tipo de liquido ou gordura, e cozinha-se em lume moderado até tomar cor.
2.  Posteriormente, tiram-se-lhe os tentáculos e picam-se.
3.  Corta-se o resto do polvo e, se se desejar, tira-se-lhe a pele (há quem o faça).
4.  Aquece-se o azeite e refogam-se nele as cebolas picadas até alourarem.
5.  Acrescentam-se então o aipo picado, a pimenta, a folha de louro e o vinho, juntamente com os pedaços de polvo.
6.  Deixa-se cozer durante 3 horas, mexendo de vez em quando.

O que nesta casa há de mais curioso é o facto de, parte da pedra empregada na sua construção, ter sido retirada do lugar da povoense. Este lugar, como já disse atrás, supõe‑se ter sido povoado em tempos muito remotos, anterior à Nacionalidade.
Os donos da casa da Seara eram também “Sousas” e por isso se supõe serem da mesma família que os donos de casa de Vila­ Verde, aliás estas duas construções situam‑se relativamente perto uma da outra.
Actualmente a casa da seara é propriedade da casa de Vila Verde.
A capela que hoje se vê junta casa, existiu até ao principio do séc. XVIII no cimo do monte próximo da casa.
A casa da Seara nunca teve brasão e o seu nome deriva do facto de ficar isolada no meio dos campos onde se semeava trigo e centeio.
A construção é muito simples e mantém ainda hoje as linhas iniciais, embora esteja em estado de total abandono.


Casa da Quintã



Foi construída nos fins do séc. XVIII.
É curioso notar que foi edificada, no local , onde uma lenda popular diz, ter caído o rei abaixo do cavalo.
A construção primitiva que deu lugar a esta chamavam-lhe mesmo a casa de Caíde e ainda hoje os descendentes dessa casa são conhecidos por “Os de Caíde”.
A capela anexa à casa tem na sua alçada frontal as armas da família.
Espalhados pela jardim vêm-se as várias peças do moinho de azeite (pias, mós) antiga propriedade da casa.


Igreja Matriz



Supõe-se ter existido muito perto desta um oratório ro­mano. A existência próxima à Igreja duma propriedade deno­minada - o Paço - , leva a pensar num primitivo palatium no centro da dita propriedade e que vai justificar a suposição anterior.
A construção inicial da Igreja era romana.
Mais tarde fizerem uma adaptação à época medieval. Há pouco mais de meio século, foi feita a última reconstrução.
Nesta altura retiraram da Igreja a primitiva pia baptismal de estilo puramente romano e levaram-na para a capela de Vila Verde, onde ainda hoje se encontra.

Tem o pórtico da renascença pobre, o lado norte apresenta características góticas. Deste mesmo lado se podem ver três cruzes gravadas numa pedra, a do centro maior representa a cruz de Cristo, as outras duas (mais pequenas) representam as dos ladrões que forem crucificados ao lado dele.

Por cima da rosácea e da parte principal, vê-se uma imagem de S. Pedro com as chaves na mão, é ele o padroeiro desta freguesia, já mencionado no séc. XIII como “Parrochia Santi Petri Cadii”.









Pedra Grande


Foi encontrada em 1910 na pedreira da Estação uma gigantesca pedra de granito de muito boa qualidade, Foi então oferecida ao Sr. Dr. António Pinto de Mesquita Carvalho de Magalhães, pai do Dr. Semião.
Veio um guindaste do porto de Leixões de propósito para levantar a pedra em frente da avenida que dá acesso à casa de Vila Verde.
É conhecida pelo nome de Pedra Grande pelo facto o ser na realidade. Tem cerca de 10 metros de altura.

Escolas











Um comentário:

  1. Somos descendentes de um cidadão nascido em Caíde, de nome José Ferreira de Souza, que veio morar no Brasil. Seus pais eram Antônio e Justina de Sousa e tinha uma irmã de nome Polônia, falecida em Caíde no ano de 1964. Gostaria muito dde saber algo mais de nossos ancestrais nascidos e moradores em Caíde. Meu email é mariasmsxavier@gmail.com. Agradeço qualquer notícia sobre nossa família de Caíde.

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